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Repórter Retro 107

Este é o Repórter Retro 107, produzido pela A.R.N.O. (Agência Retropolitana de Notícias)!

Do que falamos?
Trilha sonora

Random Chiptune Mix 19

Antes de sair…

Os episódios do Repórter Retro estão, como todo o conteúdo de Retrópolis, em muitos lugares: Spotify, Google Podcasts, Apple Podcasts, Deezer e, usando nosso feed RSS, qualquer programa para escutar podcasts. Ou então, se você é dazantiga que nem a gente, pode baixar o MP3 deste episódio clicando neste link para escutar mais tarde.

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Enquanto a seção Hackaday não volta…


Vamos rápido que a fila anda:

  1. Ao contrário do senso comum, a primeira calculadora de bolso feita na Europa não foi criação da holandesa Philips ou da italiana Olivetti, ou mesmo pelos alemães da Siemens. Mas sim, ela foi feita pela iugoslava Digitron. A Digitron é uma empresa localizada em Buje, na atual Croácia, e foi a primeira empresa a produzir uma calculadora na Europa, em 1971 com seu modelo DB800. Uma descoberta interessante para os nossos Sábados de Calculadoras.
  2. Alguns dos nossos leitores mais… Maduros (hehehe) vão lembrar que a Rádio USP transmitia software para MSX no programa Clip Informática. Isso mesmo, pelas ondas do rádio FM. Não foi a única a fazer isso nesse azulado planetinha. O programa de rádio Ventilator 202, na antiga Iugoslávia (olha ela aí de novo) transmitiu programas para o doméstico computador doméstico Galaksija. Mas a Radio Študent da Eslovênia também transmitiu um adventure em modo texto para ZX-Spectrum, o jogo Kontraband 2.
  3. Atualizaram o RISC OS. Sim, o sistema operacional original, seminal e mais alguns “al” dos ARM (e que roda até hoje em um Raspberry Pi) foi atualizado pra versão 5.30. Falamos um tanto a respeito deles ao longo dos anos, inclusive que agora ele é software livre. Entre as atualizações, suporte a wi-fi. Já dá pra brincar com ele em rede nas suas “framboesas” (menos a 5).
  4. E pra fechar… Um artigo a respeito do nosso “muso” em termos de evento, a VCF East. A edição 2024 foi, segundo o Hackaday, A VCF East 2024 foi maior e melhor do que nunca.

 

 

Mais quatro sugestões de leituras para divertir o seu dia.

  1. Não é comum a gente citar grandes portais de tecnologia por aqui, mas abrimos uma exceção e mencionamos o Engadget, para falar do japonês mais hypado de todos os tempos até agora: Hideo Kojima. Além do filme do “jogo do carteiro”, no qual ele está envolvido (não sabemos como, mas está), um documentário sobre ele, chamado Hideo Kojima: Connecting Worlds, será lançado na primavera (outono no Hemisfério Sul) de 2024, somente no Disney+.no Festival de Cinema de Tribeca, EUA, mas o trailer está disponível no VocêTubo. Ah, ele está fazendo um jogo novo, chamado OD, mas se não envolver um micro clássico, ao menos a mim não me interessa muito.
  2. Falamos há pouco tempo da Atari, e dos seus movimentos recentes, entre eles a aquisição do site e fórum AtariAge. Ainda estamos devendo uma conversa sobre o Atari 2600+, mas enquanto isso… Vocês já foram na loja da Atari e viram o que tem à venda? Os joysticks CX40+ servem nos Atari 2600 antigos, há um jogo novo (Run and Jump), uma versão melhorada do Berzerk (melhor jogo que eu nunca tive no meu antigo Atari 2600) e… Eu adorei as camisetas. Dá vontade de comprar todas.
  3. No Internet Archive, uma entrada sobre o King’s Valley… Para MS-DOS. Sim, eu também não sabia. Há alguns erros (1980?), e provavelmente ele foi feito na Coreia do Sul – ainda mais com os créditos apresentados. O jogo é em preto e branco e dá pra jogar, usando o DOSBox embutido no site. Mas já te adianto que a movimentação é ruinzinha, o som é irritante e os gráficos… Bem, está aí do lado. Veja e tire suas conclusões.
  4. No Hackaday, conheçam o SOL-1, um computador de 16 bits, todo feito com lógica TTL (74HC), um compilador C e um sistema operacional assemelhado ao Unix. Nosso ouvinte e entrevistado Augusto Baffa mencionou o trabalho do Paulo Constantino no episódio onde ele foi entrevistado, e se você quiser ver ele funcionando, tem inclusive um canal do YouTube. Mas não, ele não roda Doom. Ao menos ainda não.

Lembra da Sessão Hackaday do Repórter Retro?

Pois é, nós também lembramos.

  • O MDA foi o primeiro adaptador de vídeo dos PCs, e como diz no nome, só consegue mostrar textos em preto e branco. Mas.. peraí, só consegue isso mesmo?
  • A VTech não podia ver uma bizarrice de 8 bits que ia lá e fabricava… como o PreComputer 100, que teoricamente é um Pense Bem programável em BASIC, mas… ei, esse BASIC aqui é seu, Microsoft?
  • Um wapuro rodando CP/M? Porque não?

Repórter Retro 097

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Random Chiptune Mix 46

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Repórter Retro 096

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Random Chiptune Mix 29

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Repórter Retro 094

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Random Chiptune Mix 30

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Repórter Retro 093

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Random Chiptune Mix 33

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Assistir YouTube num Commodore PET. Pode isso, Arnaldo?

Achou que RAID de disquete já era abuso? Pois bem, quem tem limite é livro de Cálculo.

Isto é um Commodore PET 600, de 1982. (Nome europeu para a segunda geração dos PETs. Nos EUA, era chamado de CBM-II.)

O cartuchinho contém um Raspberry Pi que se conecta ao YouTube, faz a transformação do vídeo em tons de cinza a 640×200 em tempo real, pega para cada pixel o caractere com a luminosidade mais próxima — o PET é só modo texto, lembrem — e vai atualizando uma SRAM dual-port de 2 KB. O PET vai lendo essa SRAM e jogando pra memória de vídeo o mais rápido possível. E consegue 30 FPS.

Fonte: Hackaday

A. Baffa, o Caso. (Ou: Picaretation In Seattle)

Nossa história começa quando este humilde escriba tem um pensamento aleatório: “Poxa, faz um tempão que eu não abro o Hackaday. Vou ver se pintou alguma coisa retro por lá”. Começo a olhar o blog e logo acho, postado nos últimos dias, um camarada que recriou o ZX81 numa placa nova, com direito a construir um teclado de membrana do zero. Maneiro.

E ora vejam vocẽs: o camarada é brasileiro! Carioca! Nome: Augusto Baffa. E o micro recriado, como já era de se imaginar, não foi exatamente um ZX81, mas um dos clones pizzaiolos tupiniquins, o TK82C. Que foi o Micro Formador do molequim Augusto, lá pelos idos de 1990. (O micro já era obsoleto e foi cedido pelo pai como ferramenta de aprendizado. Pelo visto, deu certo.)

Papo vai, papo vem, eis que a gente marca de almoçar e o sr. Baffa é agora o feliz proprietário de um clone altamente mosca-branca de Sinclair: o MicroAce. Clone não de ZX81, mas do anterior, o pai de todos: o ZX80.

Os picaretas fabricantes do MicroAce tiveram uma ideia de “jênio”: inverteram duas das vias de dados que levam do microprocessador para o chip de ROM que tem o BASIC descaradamente copiado da Sinclair. Assim, teoricamente, as ROMs seriam diferentes e os advogados de Sir Clive não notariam. Funcionou tão bem quanto vocês devem estar imaginando.

Rapidamente a MicroAce botou o galho dentro, pagou uma soma não revelada de Reagans (ou Thatchers) à Sinclair, e passou a vender uma versão revisada sem a picaretagem e com a ROM licenciada. Mas esse exemplar aí da foto é “Issue 1”, com a picaretagem. O Augusto fez um dump da ROM, e eu fiz um programinha em C para desfazer a inversão de bits. Clicando neste link você pode baixar o fonte e a ROM picareta. (A original da Sinclair, pra comparar… você acha por aí. Não queremos a visita do personagem aí em cima.) Resultado: a ROM do MicroAce só difere da da Sinclair em UM mísero byte: eles resolveram formatar as mensagens de erro com o caractere “:” em vez de “/”.

O fato de que essa mudança de byte significa isso pode ser verificado olhando a listagem da ROM do ZX80 – rotina MAIN-5, label L04A8.

No momento em que escrevo, o Augusto está interrogando o meliante fuçando com o micro e em breve esperamos que o elemento confesse ele volte a funcionar em toda sua glória de falsiane ianque.

MicroAce, por cima MicroAce, por baixo

E antes que eu me esqueça, o TK82C redivivo não é a única coisa interessante que o Augusto botou no Hackaday.

Adendo: este post tem continuação.