Se você já ouviu o episódio 157, parabéns! Espero que tenha gostado da conversa, e já vai sabendo que o Marcelo Sávio voltará em episódios futuros. Mas não viemos aqui para comentar o episódio, mas trazer duas notas rápidas que irão enriquecer seu conhecimento sobre a Grande Azul.
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O estranho mundo do NEC PC-98
É sabido até do Reino Mineral que nós temos um certo gosto pelo estranho, pelo bizarro e pelo inesperado. Como disse certo vilão especialmente convidado, justamente aquilo de mais esquisito é o que nos atrai.
Em particular, um dos vereadores dessa nossa cidade legislativa é entusiasta de micros japoneses, não só o MSX. O João Cláudio Fidélis tem interesse em tudo que é micro vindo da Terra do Sol Nascente, e aos poucos tem focado sua coleção em máquinas vindas desse lado do planeta.
Falamos muito do MSX por aqui (mas nunca o suficiente), um tanto sobre X68000, falamos indiretamente sobre o FM-Towns e outras máquinas da Fujitsu… Mas a NEC é uma promessa ainda não cumprida. Ainda mais o PC-98.
RPG e jogos de luta para MSX 2!
Já falamos do Singular Stone por aqui, e vocês já devem saber que o desenvolvedor liberou o jogo de forma gratuita. Ele é um RPG de ação para MSX 2, lançado em 2020, e está todo em inglês, O jogo é muito bem feito, inclusive vale a pena ter uma cópia original – e eu tenho, vocês devem lembrar dessa história, quando eu contei a saga das encomendas atrasadas. Aliás, o mesmo autor, Murakata Tohji, está desenvolvendo um novo jogo, e o trailer dele foi apresentado no Malaga MSX Meeting 2024. A ideia é que este jogo seja um sucessor espiritual de Yie-Ar Kung Fu 1 e 2, célebres jogos de luta para MSX 1.
Ah, você não estava sabendo? Então toma aí as informações a respeito:
Já ouviram falar de Cowgol?
Antes de tudo, a zuera é essa mesmo. Cowgol é uma linguagem de programação, fortemente baseada em Ada, com foco em sistemas pequenos, como o 6502, o Z80, entre outros. A meta da linguagem é que o compilador da linguagem funcione normalmente em um micro com um desses processadores, o que em tempos atuais, é um grande desafio. Descobrimos esse item peculiar quando resolvemos nos aventurar no Hackaday.
Logo, tem algumas características, como:
- Ser uma linguagem moderna e segura em termos de tipagem, inspirada na linguagem Ada.
Um backend orientado por tabelas, para tornar a linguagem fácil de portar. - Tem remoção de código morto e alocação estática de variáveis, conduzindo a binários pequenos e eficientes.
- Ser rápido: Segundo o autor, ele compila o compilador no PC dele em 80 milissegundos.
- Ser pequeno: O executável para 8080 tem 58 Kb (dividido em duas partes), e a versão para 80386 tem 70 Kb.
Os ports para processadores incluem:
- Z80 e 8080 (CP/M).
- 6502 e 65c02, ou seja: Roda num BBC Micro com o segundo processador, o Tube.
- 6303, e na versão específica para o Fuzix.
- Bytecode interpretado para o 6502. Fica menor, mas mais lento – pois a linguagem é interpretada.
- 80386, ARM Thumb2 e PowerPC (Linux).
- 68000 (Atari ST TOS e Linux m68k – se você achar uma máquina que rode esse sistema).
- 8086 (DOS).
- PDP11 (Unix V7).
É possível gerar binários grandes e horrorosos em C, justamente para facilitar o port do compilador para aquela nova plataforma: Pega o código transformado em C, e aí… “É só compilar!“. Ah, também é possível gerar código em Basic, mas o autor disse que foi só uma piada – mas funciona.
Ficou curioso? A linguagem é simples, lembra vagamente o Basic estruturado, tem documentação (não o bastante, mas tem!), é código aberto (licença BSD de 2 cláusulas) e pode ser algo interessante para mexer num final de semana chuvoso, de tarde. Vai lá e dá uma força pro David Given, e deixemos as vacas voarem.
Pra não dizer que não falamos de Unix…
Bem, vocês sabem que a Cidade dos Clássicos tem o Unix e suas variações como um dos seus sistemas operacionais favoritos, e que eles sustentam o funcionamento de toda a nossa infraestrutura. Falamos dos 50 anos desse sistema operacional no episódio 142.
No Abort Retry Fail, temos um artigo (que é de 2023), falando da história do XENIX, o Unix feito pela Microsoft. E se você não sabe, em novembro de 1980 a Microsoft assinou com a Western Electric para desenvolver um sistema Unix baseado no trabalho pioneiro, vindo dos laboratórios da Bell. Aliás, a ideia era que o XENIX tivesse versões para PDP-11, Intel 8086, Zilog Z8000 e Motorola 68000. O artigo é longo e detalhado, e recheado de curiosidades. Por exemplo, sabia que fizeram interfaces gráficas pro XENIX? Não, não foi a Microsoft que fez. Vale a leitura.
MSXRio 2024, de volta à Nave!
Pessoal, tivemos a MSXRio 2024 1a edição, depois veio a RetroRio 2024… Agora vem a 2a MSXRio 2024! A 46a edição da MSXRio vem aí, em 26 de outubro, sábado, a partir das 9:30 horas, na Nave do Conhecimento Engenho de Dentro, na rua Arquias Cordeiro, 1516, Engenho de Dentro. O encontro ocorrerá até as 16:30 horas.
A entrada continua como sempre gratuita, 0800, “di grátis”, paga nada pra entrar. Logo, não esqueça de fazer a sua inscrição, nesse link aqui do Sympla, e veja aí embaixo mais informações a respeito do evento.
Domingo dos Vídeos: VCF Midwest 2024.
Vamos direto ao que interessa: Vídeos sobre a VCF Midwest 2024, que ocorreu agora, nos dias 7 e 8 de setembro de 2024, no Schaumburg Convention Center, em Chicago. Esta é a 19a edição do evento.
Este encontro tem algumas particularidades, como:
- A entrada é gratuita. Ou seja, os patrocinadores bancam os custos – e esse ano foram o Chicago Classic Computing (que organizam o evento), o Museum of Batch and Time-Sharing Computer History, o Nybbles and Bytes e o AVS Home Arcade.
- O encontro ocorre em um centro de convenções, o Schaumburg Convention Center, em Chicago.
- Este não é um evento organizado pela Vintage Computer Federation, mas são autorizados a usar o nome VCF.
No mais, vários expositores conhecidos, como Action Retro (um dos meus canais preferidos na atualidade), Adrian Black, Ben Heck, a equipe de desenvolvimento da Fujinet, Mac84, Ron’s Computer Videos, The 8-Bit Guy e outros.
Mais um MSX feito do zero…
… Mas pelo menos não é um MSX3. No australiano blog Kernelcrash, o autor contou num post de junho de 2021 (faz tempo, pandemia, sabe como são as coisas) como ele, dando continuidade a essa sanha montadeira de micros e videogames. Deve ser um desejo reprimido pelo cheiro do estanho, só pode…
Bem, ele começou com o Dick Smith Funvision, depois montou um Colecovision numa breadboard… E aí ele resolveu montar um MSX. Contemple abaixo a visão da máquina que ele montou, na breadboard.
Domingo dos vídeos: O mito do MHz do Apple IIGS.
Userlandia é um blog, podcast e canal do YouTube mantido por Dan Vincent, que foca nas as facetas da computação e da tecnologia. Tecnologia retrô, política de tecnologia moderna, história da computação e o lado mais leve da computação são apenas alguns dos assuntos abordados.
Eu já vi alguns vídeos do canal, principalmente o material a respeito das VCFs, e considero de ótima qualidade. Em particular, acho muito bom o vídeo dele sobre a VCF MW 2022, que por acaso é o primeiro vídeo do canal.
E ele tem um longo vídeo falando sobre o mito do Megahertz do Apple IIGS. Eu confesso que guardo certa simpatia pelo IIGS, algo que deixei claro no episódio 131. O artigo é muito interessante e detalhado, fala inclusive de coisas que mencionamos no episódio (Apple IIx), mas como hoje é domingo… Deixo vocês com um vídeo de quase uma hora dele falando a respeito do Apple IIGS e do seu processador, o 65816.
PS: Antes que alguém se empolgue… Não, não vou romper meus votos MSXzeiros. Ao menos não agora.
Domingo dos vídeos: A história de Gradius.
Gradius é um dos nossos shmups favoritos, algo que deixamos bem claro nos episódios 147 e 148, que vocês ouviram aqui, com a participação do Rafael Lima, o maior especialista em shmups que nós conhecemos. E, nesse domingo dos vídeos, deixamos vocês com um documentário que fala sobre a história desse jogo tão emblemático… E que pelo visto, encerrou sua saga pelas mãos da Treasure, no lindo Gradius V.
E antes que eu me esqueça… Destroy the core!