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E o MicroAce volta à vida (bandida)

Sabe o MicroAce sobre o qual falamos ontem?

Pois então, o Augusto Baffa botou ele pra funcionar! Coisas que precisaram ser mexidas:

  • Limpeza do teclado;
  • Amplificação do sinal de vídeo;
  • Troca de cristal e de capacitor do clock;
  • Troca do Z80;
  • Troca de dois chips lógicos 74xx;
  • Regulador de voltagem.

Aí o bichinho funcionando, com direito a mensagem de erro alterada. (Num ZX80 seria “6/-2”)

Opa, peraí, não vai embora não, tem cena pós-créditos!

A. Baffa, o Caso. (Ou: Picaretation In Seattle)

Nossa história começa quando este humilde escriba tem um pensamento aleatório: “Poxa, faz um tempão que eu não abro o Hackaday. Vou ver se pintou alguma coisa retro por lá”. Começo a olhar o blog e logo acho, postado nos últimos dias, um camarada que recriou o ZX81 numa placa nova, com direito a construir um teclado de membrana do zero. Maneiro.

E ora vejam vocẽs: o camarada é brasileiro! Carioca! Nome: Augusto Baffa. E o micro recriado, como já era de se imaginar, não foi exatamente um ZX81, mas um dos clones pizzaiolos tupiniquins, o TK82C. Que foi o Micro Formador do molequim Augusto, lá pelos idos de 1990. (O micro já era obsoleto e foi cedido pelo pai como ferramenta de aprendizado. Pelo visto, deu certo.)

Papo vai, papo vem, eis que a gente marca de almoçar e o sr. Baffa é agora o feliz proprietário de um clone altamente mosca-branca de Sinclair: o MicroAce. Clone não de ZX81, mas do anterior, o pai de todos: o ZX80.

Os picaretas fabricantes do MicroAce tiveram uma ideia de “jênio”: inverteram duas das vias de dados que levam do microprocessador para o chip de ROM que tem o BASIC descaradamente copiado da Sinclair. Assim, teoricamente, as ROMs seriam diferentes e os advogados de Sir Clive não notariam. Funcionou tão bem quanto vocês devem estar imaginando.

Rapidamente a MicroAce botou o galho dentro, pagou uma soma não revelada de Reagans (ou Thatchers) à Sinclair, e passou a vender uma versão revisada sem a picaretagem e com a ROM licenciada. Mas esse exemplar aí da foto é “Issue 1”, com a picaretagem. O Augusto fez um dump da ROM, e eu fiz um programinha em C para desfazer a inversão de bits. Clicando neste link você pode baixar o fonte e a ROM picareta. (A original da Sinclair, pra comparar… você acha por aí. Não queremos a visita do personagem aí em cima.) Resultado: a ROM do MicroAce só difere da da Sinclair em UM mísero byte: eles resolveram formatar as mensagens de erro com o caractere “:” em vez de “/”.

O fato de que essa mudança de byte significa isso pode ser verificado olhando a listagem da ROM do ZX80 – rotina MAIN-5, label L04A8.

No momento em que escrevo, o Augusto está interrogando o meliante fuçando com o micro e em breve esperamos que o elemento confesse ele volte a funcionar em toda sua glória de falsiane ianque.

MicroAce, por cima MicroAce, por baixo

E antes que eu me esqueça, o TK82C redivivo não é a única coisa interessante que o Augusto botou no Hackaday.

Adendo: este post tem continuação.

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Chuva de Sinclair em Casa de Castro

Eu juro procês, eu não corro mais atrás dessas coisas, mas elas vivem caindo no meu colo.

Meu chapa da Engenharia Eugenio Marins teve a sorte de ter um pai ultra-hiper-mega-blaster-NERD nível HARD EXTREMO, que fazia experiências e fuçava com tudo que você pode imaginar, química, marcenaria, metalurgia, mecânica e… claro, retrocomputação. (Na época chamada simplesmente “computação”.)

Ele já tinha me passado uns Hotbits e TKs da tumba de Tutancâmon casa do pai, já falecido. Um deles eu usei pra sortear um exemplar do meu livro.

Nestes dias ele achou mais coisa, e nós dois convocamos o Ricardo Pinheiro para se juntar à expedição arqueológica. O resultado está aí embaixo. Ainda tinha mais alguns livros de MSX dos quais o Ricardo mui alegremente se apropriou.

Autoria do penteado Simply Gray: (1) vento; (2) o cabelo não ter crescido o suficiente pra ser pego pelo elástico.

Resumindo:

  • Um ZX80, lançado em 29 de janeiro de 1980 (eram dias cabalísticos, esses) e o primeiro microcomputador popular vendido em massa abaixo de £100.
  • Um clone obscuríssimo do ZX80 que rendeu processinho.
  • Dois terminais seriais de um Schumec (cada um pesa 8 kg, sem monitor e sem gabinete!) igual àquele no qual aprendemos programação no IME e no qual isto aqui (mencionado no Repórter Retro 067) aconteceu.
    • Sim, um colega meu programou um software de corrida de cavalos no BASIC do CP/M e a gente apostava dinheiro.
  • Vários livros e manuais.
  • Uma plaquinha wire-wrap com barramento (provavelmente) S100 no qual Marins Sênior fazia experiências.

Lembrando que algumas semanas atrás um cliente (valeu Dr. Leonardo!) me doou um AS-1000, outro clone de ZX81, este brasileiro. Acho que o Universo está tentando me dizer que devo dar outra chance a essa arquitetura de computadores. Agora tenho que achar meu sintonizador de RF pra testar essa bagaça toda.

Jogos, jogos e mais jogos.

Inicia-se o ano, e as postagens nossas também. Antes de tudo, nossos votos de que os próximos 365 dias sejam melhores do que os últimos 365 dias passados.

Vamos iniciar os trabalhos com alguns jogos que estão sendo feitos.

  • Horizon Shift ’81 é um shoot n’ up psicodélico feito pela Pimp Studios para Nintendo Switch e… Atari 2600! Clica no link para ir ver o vídeo, lá no RetroManiac.
  • GLUF, um novo jogo para ZX-Spectrum, inacabado desde 1997, parece que vai ser finalizado. Obra e graça do pessoal da RetroSouls, que nos trouxe, entre outras coisas, Old Tower.
  • E por último, Chris Huelsbeck solta um CD com a trilha sonora de um hipotético Turrican 4. Não, o jogo não existe. Mas a trilha sonora já existe. Alguém aí a fim de preparar algo?

Fonte: RetroManiac.

Livros da Fusion Retro Books disponíveis para download!


No Planeta Sinclair, temos a notícia (cortesia do mestre Jedi Ricardo Suzuki) que boa parte do material escrito pelo Chris Wilkins se encontra disponível para download, de graça. São os livros:

  • The Little Book of ZX Spectrum in pixels volume 1.
  • The Little Book of ZX Spectrum Games.

Ficou curioso? Clica lá na imagem ou nesse link aqui e baixe os PDFs. Tem outros livros também, que estão disponíveis gratuitamente ou pelo valor inflacionado de 1 libra esterlina. Aproveitem!

Jogos de Xadrez pra lá de pequenos

O pessoal no blog da Adafruit resolveu relembrar do ZX-Chess uma versão completa de um jogo de xadrez escrita por David Horne para rodar em um singelo ZX-81 com 1 KiB de memória RAM e que ocupava 672 bytes. O desenvolvimento foi discutido e publicado em uma série de artigos da revista Your Computer entre 1982 e 1983.

E durante 32 anos ela foi a menor implementação de um jogo de xadrez para computador quando foi batida pelo BootChess escrito por por Christian Vincent para DOS e com apenas 487 bytes — um ano depois ele escreveu o Chesslin de apenas 256 bytes… :-O


A imagem que ilustra a publicação é um dos papéis de parede que acompanhavam o Windows 3.0 e não relação alguma com o conteúdo acima.

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