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Errata: A respeito da Zilog, Z80 e afins…

Como somos humanos, isto quer dizer que somos passíveis de erros. E admitir o erro é algo que é obrigatório para nós. E sobre o post anterior, a respeito da Zilog largar a mão do Z80, trazemos novidades.

Antes de tudo, queria agradecer ao amigo Pablo Villalba por ter, numa manhã de domingo, escrito um longo texto trazendo várias explicações, que eu reproduzo aqui, em alguns casos, ipsis literis. Obrigado, Parn.

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[UPDATE] Quinta do pitaco em edição extraordinária: A Zilog larga a mão do Z80.

Os círculos retrocomputacionais (e os não tão envolvidos com a retrocomputação) amanheceram ontem agitados por conta desse comunicado da Zilog, anunciando que ela irá parar de produzir os Z80.

O Z80 está morto! Vida longa ao Z80!

Calma que eu explico tudo aí embaixo. Ao contrário de alguns, eu pesquisei a respeito.
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Quinta do pitaco: A compra do fórum AtariAge pela Atari.


Nos últimos tempos, a Atari voltou à discussão dos fóruns de retrogaming e retrocomputacionais, por alguns movimentos que a empresa realizou.  Todo mundo lembra dos Atari Flashback, em suas inúmeras versões, e que geraram uma certa sensação de nostalgia em várias pessoas. No Brasil, a Tectoy é a representante para este segmento. Depois, houve um primeiro movimento, que foi o Atari VCS. Sua campanha de financiamento coletivo no IndieGoGo atingiu incríveis US$ 3 milhões de dólares, bancados por mais de 11 mil pessoas. Bateu a meta do Spectrum Next, inclusive. O equipamento, convenhamos, é meio estranho: A nossa memória nos evoca o icônico Atari 2600, que completou meio século de vida recentemente. Mas esse VCS… Ele é o quê, afinal? Videogame novo? Central multimídia pra sala (ah, isso é tão anos 1990…)? Um objeto de decoração? O que é esse VCS, alguém explica?

Depois teve o Atari 50: The Anniversary Celebration – e não passou em branco aqui no Retrópolis, com uma não resenha feita pelo Cesar Cardoso. O resultado foi bem positivo. O último movimento foi o lançamento do Atari 2600+, que já tinha sido anunciado em agosto de 2023, mas mesmo assim despertou o interesse de alguns concidadãos retropolitanos (saída HDMI e suporte a Atari 7800 também, groovy!). Mas a gente quer falar é do movimento anterior e o mais surpreendente de 2023, que ocorreu em setembro: A aquisição do fórum AtariAge pela Atari.

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Evento Canal-3 SP 2022, e algumas reflexões a respeito.

Agora em 21 de agosto de 2022 (justo no mesmo final de semana que ocorreu a Retromessa, encontro norueguês), ocorreu o Canal-3 Expo SP. E para quem conhece um encontro do Canal-3, no modelo como é, ver as fotos e os vídeos desse último evento geraram um grande assombro.

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Quinta do pitaco: E o MSX3 do Nishi? Novidades? Sim, muitas.

Você deve lembrar dos três posts que eu fiz, naquela nossa seção não muito frequente, chamada Quinta do Pitaco. Nem sempre foi quinta, nem sempre foi pitaqueira… Mas acabou ficando.

E a última série de posts nessa seção (esse, esse e esse aqui), Kazuhiko Nishi, esse japonês sessentão que vocês veem aí do lado, falou do seu projeto sobre o… MSX3. Acho que o Nishi dispensa apresentações, mas se você não o conhece, volte no início desse parágrafo, clique no primeiro link e leia a biografia do Nishi que eu coloquei lá.

Mas todo MSXzeiro sabe que o MSX3 é um ser mítico e inexistente, como o Papai Noel, o Coelhinho da Páscoa e o sistema operacional 100% seguro… Até agora.

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Quinta do pitaco parte 2: As provas do crime.

Continuamos nossa série da quinta do pitaco, falando do que o Nishi colocou no twitter e no site dele a respeito dos seus projetos. Não iremos emitir julgamentos a respeito, ao menos não nessa parte. A ideia aqui é informar vocês de tudo o que está acontecendo, para depois opinar.

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Quinta do pitaco parte 1: Nishi ataca outra vez.

Antes que você se pergunte o que está acontecendo, é que o texto ficou tão grande que eu decidi dividir ele em três partes, a sair em dias seguidos, como uma novela diária. Entào, o assunto não acaba aqui, mas continua. E o assunto é… Esse japonês sessentão aí do lado. Kazuhiko Nishi, o “pai do MSX”, paixão e ódio de um monte de gente, e dono de um poço de ideias mirabolantes que fazem inveja a muita gente que comenta aqui no nosso site.

Enquanto todo mundo está assustado com a Microsoft comprando a Activision por US$ 68,7 bilhões, a comunidade MSXzeira está em polvorosa com as manifestações recentes desse homem.

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Quinta do pitaco – A gourmetização dos nossos sonhos de consumo, e como lidar com isso.

Um dia desses, minha esposa (que tem Facebook) vê uma postagem, feita pelo Leo Pinto na nossa comunidade, e me pede para falar algo. A postagem é essa:

Os preços em retrocomputação andam proibitivos. Nós que gostamos e divulgamos coisas interessantes sobre o tema deveríamos nos ajudar, não nos canibalizar. Daqui a pouco, todos os itens interessantes vão estar nas mãos de gente rica e nunca mais teremos notícias ou acesso a eles. A cobiça é triste.

Ela me pede para escrever algo, que ela enviaria. Como vocês sabem, eu não tenho Facebook e não pretendo ter. Mas eu decidi fazer uma postagem aqui no site, para comentar a respeito, e permitir que outros também possam ler e interagir. Se preparem que ficou grande.

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Há o Início e há o Fim. Vamos falar do Início.

Muitas e muitas vezes no podcast e no blog falamos do nosso ponto de corte. É o momento no tempo em que terminou a Computação Clássica e começou a Computação Moderna. É consenso que isso aconteceu no meio dos anos 90, quando as últimas plataformas que davam “biodiversidade” ao cenário da Computação saíram de cena. Por vezes citamos 29 de abril de 1994, dia da falência da Commodore. Mas acho que uma data melhor — mencionamos isso inclusive no último Repórter Retro — é 24 de agosto de 1995, data de lançamento do Windows 95. Por três motivos:

  1. Marca o início da era seguinte com a predominância do padrão PC (velho)
  2. É um número redondo (a importância dessa redondeza explicarei já já)
  3. Agosto é uma época apropriada para marcar o fim de uma coisa boa. 😢

Mas, como disse no título, este post não é sobre fins e sim sobre inícios. Quando a era da computação clássica começou?

Lançamento da Santíssima Trindade? Nãããão, bem antes. Altair 8800? Nananinanão. Antes. O primeiro microprocessador, de 1969? Ótimo chute, mas… não.

Exatamente 55 anos atrás, no dia 14 de outubro de 1965, foi lançada  no mercado dos EUA uma máquina vendida como calculadora de mesa, que podia armazenar e executar sequências de instruções e cálculos. Matéria do dia seguinte no jornal novaiorquino Daily News Record:

OLIVETTI LANÇA NOVAS DIMENSÕES EM COMPUTADORES

NOVA IORQUE — Um computador compacto e de preço econômico, que deverá inaugurar a era do processamento de dados para pequenos e médios negócios, foi lançado nesta quinta-feira.

O novo computador, chamado Programma 100 [sic], foi apresentado pela Olivetti Underwood Corp., marcando a entrada da empresa no mercado de processamento eletrônico de dados. Ele é descrito como preenchendo a lacuna entre grandes computadores convencionais e calculadoras de mesa.

“Lançado ao público”, diga-se, qualquer pessoa que pagasse o preço pedido podia comprar e levar pra casa, ou seja, “pessoal”. “Armazenar e executar sequências de instruções” significa que, por definição, o Olivetti Programma 101 era sim um computador. Portanto, um computador pessoal. O primeiro de todos.

Aqueles que nos acompanham há algum tempo lembrarão que ele já foi mencionado no Repórter Retro quando fez 50 anos.

Percebam que a Era Clássica da Computação durou quase exatos e redondos 30 anos. 1980, um ano cabalístico (VIC-20, Ian Curtis, greves no ABC, TRS-Color, Misha, Bonham, Reagan, Lennon etc…), foi exatamente o ponto médio.

E se você que nos lê nasceu depois de 14 de outubro de 1965, nem que seja só por alguns dias, saiba que — ao contrário deste humilde escriba — você já nasceu na Modernidade. Ninguém pode dizer que você é uma pessoa velha. Agora me dá licença que eu vou jogar damas na praça e ficar reclamando de como as coisas eram diferentes nos bons e velhos tempos. Harrumpf. Cadê minha bengala?