Quinta do pitaco – A gourmetização dos nossos sonhos de consumo, e como lidar com isso.

Um dia desses, minha esposa (que tem Facebook) vê uma postagem, feita pelo Leo Pinto na nossa comunidade, e me pede para falar algo. A postagem é essa:

Os preços em retrocomputação andam proibitivos. Nós que gostamos e divulgamos coisas interessantes sobre o tema deveríamos nos ajudar, não nos canibalizar. Daqui a pouco, todos os itens interessantes vão estar nas mãos de gente rica e nunca mais teremos notícias ou acesso a eles. A cobiça é triste.

Ela me pede para escrever algo, que ela enviaria. Como vocês sabem, eu não tenho Facebook e não pretendo ter. Mas eu decidi fazer uma postagem aqui no site, para comentar a respeito, e permitir que outros também possam ler e interagir. Se preparem que ficou grande.

Gourmetização, o que é?

Primeiro, o que é gourmetização? Eu fui pesquisar para não falar (muita) besteira, e encontrei essa definição (um tanto quanto raivosa) do site Vai Se Food:

Gourmetizar é se apropriar de uma embalagem estética para vender um produto ruim. Isso pode ser feito de diversas maneiras.

É uma definição forte mas clara: Transformam um item que é comum em algo premium, chique, refinado… Mesmo quando o produto continua sendo comum. Isso é feito com o discurso da embalagem sofisticada, os ingredientes selecionados… Mas no mesmo texto, o autor fala uma frase um tanto quanto óbvia, mas muito sensata e necessária:

Na vida você tem quem ficar esperto e diferenciar as coisas. Nem tudo que é barato é ruim. Nem tudo que é caro é bom. Nem tudo que é barato é bom. Nem tudo que é caro é ruim.

Recomendo a leitura. Ele fala de comida, mas isto se encaixa muito bem na retrocomputação, fazendo a devida adequação.

E a retrocomputação nisso tudo?

Na mesma postagem do Leo Pinto, vieram vários comentários, de gente que não entendeu muito bem o que ele quis dizer. Não trarei os comentários aqui para não expor seus autores. Mas basicamente o que vários dizem, em diferentes entonações, desde a crítica educada até a resposta mais irasciva (caraca, desencavei essa palavra) é:

Então, porque você não faz o que diz e vende tudo que tu tens mais barato?

Lembrei de Jesus Cristo falando ao jovem rico (Marcos 10:18 a 22). Eu não estou aqui para fazer pregação, mas o jovem rico se justifica com Jesus, dizendo que é um sujeito bacana e legal, faz tudo que lhe foi mandado fazer. Aí Jesus olha bem pra ele e diz que ele deveria vender tudo que tem, abrir mão de tudo e segui-lo. E é claro que o jovem rico não fez isso.

A proposta que alguns fizeram para o Leo é parecida com a que Jesus fez a esse jovem judeu de classe alta. Ambas são muito difíceis de serem cumpridas, é verdade. Requer um desapego que a grande maioria de nós não teria. Afinal, nós batalhamos para adquirir esses itens. Nós enfrentamos pesquisas em sites estrangeiros, lutamos contra o valor da moeda estrangeira que só nos atrapalha, pagamos fretes caríssimos, dúvidas mil… E o mais tenebroso de tudo, a inominável Receita Federal, que quer nos impedir de termos acesso aos nossos brinquedinhos mais queridos, nos tributando com uma taxação injusta e cruel, do qual ninguém foge!

É, eu fui dramático aí em cima. Mas se examine, caro colecionador, e veja se você já não pensou algo do tipo no passado, se colocando como o Rei Arthur do Ghost n’ Goblins, que vai lutar contra tudo e contra todos (inclusive de cuecas) até conseguir salvar sua amada? E eu lembrei também da parábola da pérola de grande preço (Mateus 13:45 a 46). É, nossas coleções são essas pérolas de grande valor para nós.

O desejo mais forte do ser humano.

Eu sempre falo que o que mais move o ser humano não é o desejo de paz, ou do congraçamento entre os povos, o fim da violência, o enterro da desigualdade… O sonho que todos nós cultivamos no nosso interior é a perversa ilusão do dinheiro fácil. Aliás, o Juan falou disso numa postagem anterior a essa aqui.

Este sonho de ter muito lucro com pouco esforço é o que motiva tanta gente a cair em contos do vigário, se jogar em pirâmides financeiras, embarcar em projetos altamente questionáveis com o intuito de ganhar muuuuito dinheiro sem esforço. Isso que eu não estou levando em conta as pessoas que seguem o caminho da ilegalidade e do crime, justamente com esse objetivo. Em retrocomputação, é o sujeito que abre um armário, pega um equipamento que está lá jogado, bota pra vender e tem um ganho alto sem ter feito esforço algum. Vai que cola, né? E aí temos os Bátimas do Mercado Livre que não me deixam mentir.

Certa vez eu estava calculando um investimento que iria fazer. Gastei pouco mais de uma hora fazendo contas, pensando, comparando… Até que eu decidi realizar aquele em específico. E aquele que eu decidi me daria o dobro do que eu investi! Uau! Em oito anos. Sim, o dinheiro ficaria lá guardado, indisponível por oito anos para que no final eu recebesse o dobro do que eu coloquei. E o dinheiro está lá, nem sei quanto tempo falta ainda… Mas já falta menos do que faltava ontem!

Minha mãe sempre disse que o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário, e dona Madalena está certa, para variar.

A moda influencia muito.

Retrogaming está na moda. Esse movimento de nostalgia é muito forte principalmente na geração que vem depois da maioria dos leitores desse texto. É muito comum os jovens adultos, agora com esposa e filhos, quererem ter um SNES, um Mega-Drive ou outro videogame para reviver aqueles tempos bacanas, nos quais jogavam até ter bolhas nos dedos, ou as mães mandarem parar para não “queimar a televisão“. Eu sou da geração anterior, então ouvi isso com o Atari 2600, mas no MSX, como vocês sabem… Não teve muito jeito. E olha eu aqui!

Existem diversos canais no YouTube de caçada nas feiras do rolo pelo Brasil. Eu mesmo acompanho uns três ou quatro aqui do Rio de Janeiro (abraço ao KS Games, aos Muambros, ao Ronny Loko e aos meus chapas do Deu na InfoGames), e me divirto muito com o que eles mostram.  Mas o que poucos valorizam é que essa gente fina, elegante e sincera (sim, Lulu Santos!) chega na feira às vezes ainda na madrugada de domingo. Compram itens que não sabem o real estado; fazem apostas arriscadas – podem se dar bem ou jogar dinheiro fora; levam os itens para casa; limpam, testam, consertam (ou levam para consertar), anunciam e vendem. E ainda tem gente reclamando que eles cobram caro! Basta olhar os comentários de qualquer vídeo desses canais que eu citei. Quanto maior o canal, mais fácil encontrar gente mimizenta reclamando.

E a retrocomputação vem a reboque. O movimento de retrogaming é bem maior do que a retrocomputação, e atrai mais notícias em sites, gente interessada e público em geral. Achar um MSX ou um TK-90X na feira é algo bem raro. Já vi gente tirando a sorte grande e trazendo um Expert transformado para MSX 2+ (e funcionando) por R$ 25. Já foi o tempo em que aparecia itens retrocomputacionais a preço em conta, em 2003 me ofereceram um Hotbit a R$ 30 na Feira de Antiguidades da Praça XV… E eu não comprei (não tinha dinheiro). Mas é uma chance em muitas.

Capitalismo malandro x socialismo idiota?

E como em toda moda, tem gente que quer se dar bem em cima (o que eu falei ali em cima sobre a ilusão do dinheiro fácil). Já dizia o sábio, todo dia um idiota e um espertalhão saem de casa. Se eles se encontrarem numa esquina… Dá match!

E aí, vem aquele pensamento que muitos tem:

Eu quero é me dar bem, o que importa sou eu e pronto.

É um pensamento egoísta e baseado numa visão capitalista selvagem. E o pior, se você critica essa visão, você verá comentários te chamando de:

  1. Ah, deixa de ser um socialista de iPhone! Ou seja, querem dizer que você prega menor desigualdade mas não dá tudo que é seu para os pobres. Tudo bem que o socialismo tem nada a ver com isso, mas…
  2. Por que você não vende tudo a preço de banana podre na xepa, então? Gente que diz que você deve fazer o que o jovem rico devia ter feito quando Jesus falou com ele.
  3. Sem contar as propostas indecorosas, como R$ 10 com frete grátis, vai aê?

E coisas do tipo.

Não vou entrar no mérito dos sistemas econômicos, visto que há simpatizantes aqui de ambos. Não é o objetivo. Mas eu queria evocar um sentimento…

O sentimento de comunidade.

Vocês já notaram que eu falo muito com exemplos. Então, lá vem mais um. Não vou dar maiores detalhes sobre os envolvidos ou preços, mas quero (novamente) explicar com um exemplo.

Em 2020, um amigão me vendeu um MSX 2 da Panasonic. O micro estava sem fonte, mas funcionava. Ele me vendeu muito barato. Um outro amigo logo se manifestou, e disse que queria comprar. Repassei o micro a ele imediatamente pelo mesmo valor que me foi passado. Nem esquentou nas minhas mãos.

Esse outro amigo abriu o micro, examinou e fez uma adaptação de uma fonte pico-ITX, de PC, dentro desse MSX 2. Colocou uma fonte externa (12 V)… Olha, ficou muito bom. Mas a crise bateu, e ele não teve como me pagar o micro. Recentemente (em 2021), ele me devolveu o micro, chateado por não ter podido me pagar.

Nisso, um terceiro, recém chegado na comunidade, me perguntou se eu tinha um MSX 2 para vender. Lembrei desse Panasonic. E aí, com o auxílio inestimável de outro amigo, acertamos a máquina, arrumamos o conector, demos um jeito… E vendi o micro para esse terceiro.

E aí vem a questão: Qual seria um preço justo? Bem, fui olhar no mercado, vi o preço que estavam praticando… E pedi um pouco abaixo do valor médio que encontrei. Não que eu não queria ter lucro. Mas queria que fosse algo que fosse um valor honesto. E mesmo assim tive um bom lucro. Vendi, esse terceiro pagou, despachei o micro… E depois repassei uma parte para os dois que ajudaram nessa empreitada: Aquele que instalou a fonte pico-ITX dentro do micro e quem me ajudou a finalizar tudo para enviar.

Aí tem gente que pode pensar que eu sou um bobo, deveria ter colocado tudo no bolso e torrado tudo em MSX… Mas não se trata disso.

Eu sempre falo que muito mais do que o lucro, devemos prezar pelos valores que nos unem como comunidade: A solidariedade, o apoio mútuo, o respeito, o congraçamento que vem com a paixão pelo micro, a fraternidade… E isso independe de ser MSX.

Eu também tenho enveredado pelo lado do ferromodelismo. Herdei uma maquete de “trenzinho” (Ferrorama não, pô) do meu avô e decidi incrementá-la. E graças a uma MSXRio descobri o pessoal da AFERJ, e com isso consegui resolver alguns problemas, voltei a mexer com trens em escala HO. Em conversas com os “jovens participantes da comunidade“, encontrei as mesmas coisas que vejo numa comunidade retro: Uns ajudam os outros (os mais capacitados até fazem certos serviços cobrando, mas o fazem por um preço BEM camarada). Tem gente querendo ajudar, mas também tem gente querendo se dar bem em cima dos outros: Basta falecer um ferromodelista que alguns urubus já vão em cima da viúva, querendo comprar itens a preço de banana podre na xepa e revender a preço de caviar, MSX TK CP ÚNICO NO ML e coisas do tipo.

E numa conversa que tive com o sogro do meu irmão, colecionador de carros antigos, vi que lá tem a mesma coisa: Gente boa e gente ruim. Gente que quer ajudar e gente que apenas quer “se dar bem”. Gente que apoia os novatos e gente que quer arrancar o couro de quem chegou agora.

Há algum tempo, um fudeba aqui do Rio teve uma experiência ruim com compras com outra pessoa da comunidade. Está tudo resolvido, mas falei pra ele: Cara, se você tiver alguma dúvida sobre comprar itens, pode perguntar. Não tenha vergonha. Ele diz hoje que eu sou o guru de MSX dele! Mas na verdade acho que eu estou apenas fazendo o papel que em qualquer comunidade, seria bom se todos fizessem.

Carpe diem!

Talvez nossos retrocomputadores não durem depois da gente passar. Talvez, de preciosidades caras e raras, sejam vistas num futuro distante como lixo eletrônico e sejam desintegrados. Talvez. Mas até lá, eles são uma fonte imensa de alegria, prazer e amizades. A maior parte dos meus melhores amigos compartilham a paixão por micros clássicos. Quatro deles, quem diria, até gravam um podcast comigo…

Então, não vamos deixar se esvair essa fraternidade. Você quer vender algo? Ótimo! Venda mesmo. Mas pratique um preço justo. Não se guie por Bátimas do Mercado Livre (se bem que ele foi superado, olha só quanto estão pedindo nesse TK-85), não ache que você será o próximo milionário por vender um micro que estava no fundo do armário. Não, você não será. Pelo contrário, será mais um sujeito a ser mal visto na comunidade.

Tem gente interessada, mas que não sabe por onde começar? Ajude-os. Dê dicas, tire dúvidas, ou então indique como fazer a busca – todo mundo sabe usar o Google, mas há aqueles que não sabem como buscar (tá, tem gente que acha que é mais fácil perguntar do que procurar, aí copia e cola a mesma pergunta em diferentes lugares). Apoie estes, para que eles um dia apoiem outros.

Minha mãe sempre disse que relacionamento é rua de mão dupla. Então lembre-se que você já foi novato e alguém te ajudou. Ajude a quem está chegando agora. Se você sabe algo, não guarde para si. Compartilhe. O educador Henry Luis Gates Jr. disse certa vez:

Collecting data is only the first step toward wisdom. But sharing data is the first step toward community.”

Coletar dados é apenas o primeiro passo em direção à sabedoria. Mas compartilhar os dados é o primeiro passo em direção à comunidade.” (tradução minha)

E aí você vai dizer que todo mundo faz isso, não será diferente. E eu vou lembrar uma frase da sua mãe: Você não é todo mundo. Experimente fazer diferente. Venda para grupos da comunidade. Se informe a respeito, priorize vender para pessoas da comunidade, e a um preço justo. Se você fizer isso, já será algo bem melhor para todos.

Este é o meu (longo) chamado à comunidade. Leo Pinto, concordo contigo. E a quem não concordar, achar que o lucro deve estar acima de tudo, sinto ter que repetir algo que já disse em um grupo, tempos atrás… A educação em casa falhou.

E tenho dito.

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

8 pensou em “Quinta do pitaco – A gourmetização dos nossos sonhos de consumo, e como lidar com isso.

  1. Ótimo artigo, parabéns pelo posicionamento e tirou todas as palavras dos meus dedos que venho a anos tentando escrever algo mas você foi bem mais a fundo. Eu pessoalmente não tenho mais paciência e nem mais voz ativa nos grupos que participei e pretendo não voltar mais, acompanharei tudo de longe e o dia que me for, independente se ainda estiver com minha mulher ou não, toda minha coleção vai pra um incinerador (sim, farei um testamento pra isso). Tudo nessa vida tem um começo meio e fim, mas o meu fim não irá significar a bonança de outros. Um dia tudo vai sumir, tudo vai desintegrar, até a vida humana vai deixar de existir.

    1. Obrigado pelo comentário!

      Mas me permita discordar da sua opinião, em mandar destruir todo o meu patrimônio após eu deixar esta vida. Eu sei que é um direito seu, mas no meu caso, pretendo deixar uma lista para que as pessoas que assumam o meu espólio, que vendam, aproveitem o lucro e façam outras pessoas felizes. Espero que outros se alegrem com esses equipamentos tanto quanto eu me alegrei com eles.

      Rubem Alves dizia que “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais…”. Talvez compartilhar a coleção seja outro exercício de imortalidade, não sei. Mas eu não pretendo mandar quebrar tudo e mandar para a reciclagem. Não mesmo.

  2. Estou aqui em pessoa, Leo Pinto (q é um pseudônimo), pra agradecer o post q resume muito bem o q eu quis dizer. Sei q é uma batalha inglória, mas luto por quem compartilha conhecimento com a comunidade. Espero continuar conseguindo adquirir coisas pra mostrar no meu canal do youtube, q não é muito ativo, mas é interessante. Visite se tiver um tempinho. https://www.youtube.com/user/pivanow1/

    1. Obrigado, Leo, pela sua manifestação! Fico contente que você gostou do que eu escrevi. Como disse, minha esposa leu e pediu para que eu falasse algo em seu favor, para que ela postasse. Mas eu não queria colocar ela nesse rolo (tem grande chance de dar m*), então parti pra escrever aqui.

      Mas te dizer que na verdade o que eu escrevi foi baseado em um outro ocorrido, tempos atrás. Certa vez uma pessoa, num grupo de Telegram de MSX, advogou a favor do direito de venderem o que quiser no preço que quiserem. E aí, de uma forma alquebrada, citou economia, Adam Smith, Lei da Oferta e da Procura, etc. Era um texto muito grande e muito chato, conversa empolada e cheia de termos técnicos que a pessoa não compreendia provavelmente. Não li. E respondi ao texto dele apenas com um TL;DR (Too Long; Don’t Read). O autor da missiva então disse que esta é a prova de que a educação no país falhou, porque eu não quis ler o texto dele.

      Só que eu sou professor do ensino médio técnico, da rede pública de ensino há mais de 20 anos. Já lecionei em outros lugares, já dei aula em faculdades também… E eu defendo que todos tenham o direito de estudarem, progredireem e crescerem como pessoas. Eu realmente amo o que faço. Adoro ser professor, não me vejo fazendo outra coisa. E essa fala dele despertou minha ira.

      Logo, parte do texto acima foi baseado na minha resposta que eu dei àquele cidadão (o Sérgio Vladisauskis deve lembrar do fato), falando sobre a comunidade enquanto local de comunhão, aprendizado e apoio mútuo. Ninguém solta a mão de ninguém, todo mundo se ajuda. Alguns me chamariam de socialista, mas eu falei sobre a intenção de ser alguém que vive em comunidade, sem preocupação em pisar na cabeça de ninguém ou ser pisado (deixemos os sistemas políticos de lado, não valem a pena). E encerrei com a frase que eu fechei o texto: Se alguém acha que o lucro deve estar acima de tudo, sinto muito, mas a educação em casa falhou.

      O cidadão sumiu do grupo e lá não se manifesta há alguns anos. SInceramente, não faz falta.

      Verei seu canal sim, e vamos ver se a gente indica também, estamos pensando em colocar uma seção no Repórter Retro para indicações de conteúdos interessantes para nossos ouvintes assistirem. Seu canal será indicado com certeza.

      Abraço e obrigado!

  3. Barbadinha o TK3000 lá por R$3800.
    Não tem mais volta: Colecionismo matou o hobby em plataforma original. *Sempre estiveram misturados com entusiastas, separando o que era jóia, sonegando informações, catalogando por raridade.

    1. Modas vem e vão. Por conta da trilogia de filmes de O Senhor dos Anéis, virou moda lerem os livros, sites de “estudiosos” sobre o tema, etc. Hoje em dia a onda passou. Um dia vai passar com o retrogaming, assim como com a retrocomputação, que vem a reboque.

      Aqueles que ficam, são aqueles que acabam dando o norte para a comunidade. Como é que a comunidade de ferromodelismo, de carros antigos caminham? Ajudando uns aos outros, apoiando e dando conselhos, e rechaçando os picaretas. E eles continuam. Já veio a moda do carro antigo e já foi. E a comunidade segue.

      Colecionismo e hobby se confundem, Marujo. Gente querendo tirar proveito sempre haverá, você sabe disso, afinal você está na comunidade de MSX desde o início. Mas a comunidade continua caminhando, apesar de gente que quer se aproveitar da situação. O que deve ser feito é o que eu falei no final do texto: Ajude-os. Dê dicas, tire dúvidas, ou então indique como fazer a busca – todo mundo sabe usar o Google, mas há aqueles que não sabem como buscar (tá, tem gente que acha que é mais fácil perguntar do que procurar, aí copia e cola a mesma pergunta em diferentes lugares). Apoie estes, para que eles um dia apoiem outros.

      E assim a comunidade caminha em frente. Andando meio trôpega às vezes, indo em zigue zague vez por outra… Mas caminhando em frente.

      1. Colecionadores, entusiastas não são condições biunívocas. Voltaemeia a gente enxerga algum contraste na prática.
        Mas espero que estejas certo, que os espertalhões sejam desmascarados.

        Quanto a “comunidade MSX” entendo como evento “de despertar”… e o Amiga também: houve contingente criativo que não encontrava caminhos nas publicações nem no mundo PC.

  4. A discussão vai muito além de qualquer preferencia pessoal.
    Vamos nos lembrar que muitas empresas ainda usam software legado que rodam em hardware antigo, me lembrei de uma fabrica que meu primo trabalhou, eles usavam uma roteadora que fazia desenhos em baixo relevo entre outras funções, ela rodava com um 486, não se fabricam mais essas peças e elas vão continuar estragando normalmente como qualquer coisa nesse universo, mesmo que a procura se mantenha estável a oferta sempre vai cair e os preços vão acabar subindo, isso acontece com qualquer coisa, um amigo meu vendeu um motor de f1000 86 pro garimpo, um motor a menos no mundo.
    O que dá pra fazer é ir aproveitando o que dá enquanto ainda existe, por exemplo a a7n266-vm é uma placa maravilhosa, tive 3 computadores com essa placa, comprei por 100 reais uma com 512mega de ram, processador athlon xp 1700+, ela já com com aceleradora geforce 2 e tem total suporte pra windows 98, foi o sistema mais rápido que já usei com 98, só não tem isa.
    Eu nem perco meu tempo pesquisando sobre 486, pentium 133, esses já viraram “gourmet”.

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