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Dividir para conquistar

Há muitos anos tem-se como óbvio que multiplicações e divisões são coisas feitas no hardware. São instruções de Assembly em todo microprocessador digno do nome. Mas nem sempre foi assim. Na era dos 8 bits, o normal era o sistema operacional ter que fazer essas operações por algoritmo, como uma criança fazendo dever de casa de Matemática no segundo ano.

O 8086/8088 (dos primeiros IBM PC) foi um dos primeiros a fazer divisão por hardware, e aqui temos (e também nesta thread no Mastodon) a engenharia reversa dessa operação, feita por (oooooh surpresa) Ken Shirriff.

Notas rápidas, das maçãs podres às redes sociais.

  • Thomas Werner obteve permissões dos autores originais de certos livros europeus sobre Amiga, Atari ST e MS-DOS, e os disponibilizou para download gratuitamente em http://ebook.pixas.de/index.php?frontpage. Direto do Mastodon de Carsten Strotmann.
  • Falando em Mastodon, ainda não temos um perfil nessa rede social. Mas temos um perfil meio que largado nessa outra rede social aí do lado (e que não falarei o nome por… Motivos de quinta série). Queremos integrar ao WP para vocês que quiserem nos seguir na rede social do passarinho amarelo, fazê-lo tranquilamente. Em breve veremos isso.
  • Ainda sobre o Mastodon, o Action Retro montou um servidor Mastodon. Se você quiser se filiar, o link é esse aqui: https://bitbang.social.
  • Todo mundo já viu aquele demo do Bad Apple. Já rodaram ele em tudo que é plataforma (sim, tem para MSX também). A novidade é que agora, o Anatoly Shashkin demonstrou esse demo em um tocador de MIDI para MS-DOS. Veja o vídeo para entender o tamanho da loucura.
  • Engenharia reversa em um “The Chess King”, um portátil taiwanês que aparentemente bem raro. Mas alguns milhares foram feitos, já que ele tem um ASIC e algumas mask ROMs. Fotos aqui.
  • Dave Jeffery resolveu fazer um blog para falar do BBC Micro e do seu BASIC revolucionário. Clique aqui para ler a respeito.
  • Nosso chapa Bas Kornalijnslijper (ufa!) atualizou seu site, e agora é mais um debaixo do grande guarda-chuvas mantido por Arnaud de Klerk (file-hunter.com). Se você quer ler a respeito de serviços de manutenção e upgrade em MSXs (especialmente MSX 2 da Philips), visite o site dele, em https://repairbas.file-hunter.com/english.html, e visite também o canal dele no YouTube.

Quase todas as notas foram dicas enviadas pelo nosso chapa Eliazer Kosciuk. As que não foram, são culpa do Giovanni Nunes, que vocês conhecem daqui, desse site e podcast. Obrigado!

Big Uncle of the To See

Nosso chapa David “Usagi Electric” Lovett deu um tempinho na saga épica do minicomputador Centurion para falar de um brinquedinho novo velho clássico que ele conseguiu: um processador de texto — na verdade um computador Z80 dedicado — fabricado pela empresa Wang Laboratories.

Só que Wang, além de ser o sobrenome do cavalheiro de origem chinesa que fundou a empresa, em inglês, é uma gíria conhecida para… bem, pesquise.

O resultado foi uma total incapacidade de manter a compostura neste vídeo. Os comentários também estão cheios de pérolas. (Mas garanto que o vídeo também vale a pena pela tecnologia.)

O bicho não funciona, portanto esperamos que Usagi-sama o ressuscite para que possamos mencioná-lo na seção Rise from Your Grave com a maturidade que nos é peculiar.

8 bits para o Espaço e para a Guerra

Uma das figurinhas mais exóticas que de vez em quando dá as caras nesta nossa cidade é o microprocessador CDP1802 da RCA, codinome COSMAC. Além da arquitetura pouco convencional com múltiplos ponteiros de instrução (!) ele tem uma outra peculiaridade: foi projetado para suportar ambientes extremos, e portanto tem uma longa história de uso tanto em naves espaciais quanto aeronaves militares.

Um membro da comunidade Minimalist Computing no Facebook achou numa sucata umas placas fabricadas pela Bristol Aerospace que vieram, segundo fontes, de um caça militar canadense. Provavelmente um Avro CF-100 ou um McDonnell CF-101 Voodoo — em operação, respectivamente, até 1981 e 1987, portanto no fim da vida podem muito bem ter sido equipados com esse tipo de eletrônica.

Sobre alguns dos chips:

  • RCA 1802 – CPU, o famoso COSMAC
  • RCA 1852 – I/O (tipo a PPI do MSX)
  • RCA 1822 – RAM
  • Harris IM6654 – EPROM (512 bytes)

Neste momento, a supracitada comunidade retro está tentando decifrar o conteúdo das ROMs.

Mosca Branca do dia: MPT/100 microNOVA

Aí tou vendo as postagens no grupo Retrocomputing do fêissi e alguém posta este anúncio. Mais anos 70, impossível.


Eu diria que este anúncio é muito cringe, já que os anos 70 eram cringe.
Mas chamar as coisas de cringe é muito cringe, então não vou chamar de cringe.

Fiquei curioso, não sabia que a Data General tinha transformado o mini deles em microcomputador. Fui ler a respeito. Mais uma de muitas tentativas fracassadas de fabricantes de computadores de grande/médio porte se aventurarem nos primórdios da microinformática. O microprocessador se chamava mn602*, foi clonado por algumas empresas, incluindo a Fairchild, e… teve processinho envolvido. Esse pessoal realmente não sabe brincar.

Fuçando mais um pouco acho um site britânico dedicado à arquitetura NOVA e o camarada tem um MPT/100 original, inteiro! Só que ele não completou o Rise From Your Grave, tá parado há dois anos e meio. As fotos a seguir são só uma pequena amostra, na página do inglês tem um montão a mais e algumas informações históricas interessantes.
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Mosca Branca do dia: TIKI 100

E os canais retro só fazem se multiplicar. Com vocês, o Arctic Retro, diretamente do Círculo Polar pra nos mostrar que da Noruega vieram outras coisas nos anos 80 além disto. Especificamente, este computador baseado em Z80, rodando um clone de CP/M com mensagens em norueguês* e… um clone de Space Invaders.

(*) O idioma norueguês tem duas formas escritas oficiais, uma “culta” e outra “popular”. As mensagens desse SO são na forma “culta”, o Bokmål. A forma “popular” se chama Nynorsk. Você… (toc… toc… toc…) sabia? (toc… toc… toc…)

Sábados de calculadoras: Ken Shirriff viola a intimidade de uma Sharp QT-8D

A QT-8D da Sharp foi a primeira calculadora a usar circuitos integrados de alta densidade (MOS). Não tão alta, no entanto. A tecnologia da época ainda não permitia colocar uma calculadora inteira num chip, então as funções dela estavam distribuídas em cinco: um chip para a aritmética, um para o ponto decimal, um para o teclado e display de 8 (8? Sim, 8) segmentos, um de controle, e um de clock.

Ken Shirriff, aquele em cuja presença Todo Silício Será Desnudado, resolveu esmiuçar o chip de clock. Clique aqui para os detalhes sórdidos.

ARM: Como Era e Como É, por Ken Shirriff

(Traduzindo e reorganizando a sequência postada no Twitter por nosso parça, o Hugh Hefner do silício, comparando o tataravô e o sobrinho recém-nascido do chip desse espertofone em que você está lendo isto)

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Com o recente anúncio do processador M1 da Apple (N. do T.: link adicionado por nós) da família ARM, achei que seria interessante compará-lo com o primeiro processador ARM, criado pela Acorn Computers em 1985 para o BBC Micro. Os projetistas foram Sophie Wilson and Steve Furber.
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