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Muito tempo atrás, num Galaksija muito, muito distante

Uma coisa que pouca gente sabe sobre os países comunistas pré-queda do Muro de Berlim é que nem toda a atividade comercial ou de produção era controlada pelo Estado. Especificamente, empresas pequenas, de fundo de quintal, eram solenemente ignoradas (dependendo, claro do que estivessem vendendo) pelas regulações absurdamente restritas que empreendimentos de médios para cima sofriam. Já falamos algumas vezes aqui sobre a proliferação digna de Tribbles dos clones de Spectrum na URSS, e temos um episódio todinho dedicado à computação por trás da Cortina de Ferro.

Caso em questão: o Galaksija, micro baseado em Z80 e (muito) vendido na Iugoslávia dos anos 80 e 90. A novidade é a seguinte: ano passado, o criador do projeto, Voja Antonić, resolveu relançar o micro como kit (assim como nos anos 80, já que via de regra não era vendido montado), fiel à arquitetura original mas com a possibilidade de usar chips ocidentais em vez dos clonados — únicos disponíveis nas Repúblicas Democráticas Populares da vida por conta dos embargos à exportação de tecnologia pelo Ocidente.

Stephen Cass narra sua aventura montando um Galaksija em 2023, e o artigo todo, além de ser uma leitura muito divertida, é cheio de links suculentos, como por exemplo o vídeo abaixo, de uma palestra sobre computação em geral na Iugoslávia:

The Future Was 8 Bit recria mais um: Jupiter Ace

O kit Minstrel 4D está em pré-venda e é um clone raiz do primo esquisitão dos Sinclair que fala Forth: o Jupiter Ace.  Implementado com componentes discretos, ou seja, Z80 e outros chips de apoio reais. (Assim como o projeto anterior deles, um clone do Commodore Pet.) Em forma de kit pra você, por meros 299 reixarles e 99 pence, montar e ter as mesmas alegrias que o Ricardo teve com o Omega MSX. (A Secretaria de Saúde de Retrópolis adverte: a declaração anterior pode conter sarcasmo.)


Lembrando que antes desse kit eles também fizeram uma versão mini da mesma máquina.

(Twitter, via Klax MSX)

A Computação Brasileira, ameaçando começar mas batendo na trave

As coisas que você descobre passeando ao acaso em repositórios de publicações antigas. No número 82 da Revista Saber Eletrônica, de junho de 1979, esbarro com este artigo:


Eu poderia ficar aqui discorrendo sem fim sobre as implicações sociológico-histórico-culturais da ilustração, mas vou me conter e só falar um pouco da máquina e do fabricante.
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Mosca Branca do dia: TK-85 (calma, eu explico)

Não é aquele carne-de-vaca, fácil de achar, que você está pensando. A NEC lançou um computador do mesmo nome no Japão em 1980. É uma placa de aprendizado, ao estilo dos mais famosos KIM-1 e COSMAC ELF. Apareceu à venda no Yahoo Auctions e o lance atual (termina em 3 dias, 24/7) é de 10 mil ienes (aproximadamente 500 genocídios). E tá bonito o bicho.


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Mais um micro clássico recriado: Commodore PET

Feito no Reino Unido, e  anunciado pelo site The Future Was 8 Bit. Em forma de kit, pros corajosos enfrentarem o ferro de solda. Tudo com chips dazantiga, nada de FPGA. Totalmente compatível com o PET 2001. (Não com os outros três retratados.) Até o layout de teclado “quadrado” foi mantido.

Ah, detalhe: uma das opções de kit serve para substituir uma placa-mãe condenada de um PET 2001 de verdade, aproveitando o teclado, fonte e monitor. Boa oportunidade de fazer um Rise From Your Grave num micro outrora condenado.

Custa 205 elizabetes, e por mais 60 você leva um leitor de cartão SD. Mas sosseguem o facho que ainda está em pré-venda, o fabricante prevê as entregas começarem pelo meio de junho.

(Via Vintage is the New Old)

Vídeo do dia: Mais um computador caseiro com 6502

Com uma personalidade bem commodoresca. (Usa IEC!) O site do projeto fica aqui, e o projeto anterior no qual este se baseou fica aqui.

O autor dos melhoramentos do circuito, Rich Cini, promete (não sabemos pra quando) fazer uma placa de som baseada no clássico PSG AY-3-8910 e um sintetizador de voz baseado no SP-0256AL2, ambos da General Instruments. Vai ficar um belo Frankenstein MSXodore.

Frankenstein

(Jac Goudsmit via G+)

Mais uma réplica de um micro clássico (e bem obscuro)

Vendido em forma de kit pela Ohio Scientific entre 1978 e 1981, o Superboard II (ou UK-101 para os súditos da Rainha), baseado no popular processador 6502, teve sucesso razoável na comunidade hobbysta americana. Vince Briel (que já reproduziu o Apple I e outros) e Jac Goudsmith lançam agora o Superboard III.

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