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… E Jack Tramiel foi fazer guerra de preços com Steve Jobs.

jack_tramielNeste último domingo, dia 8 de abril de 2012, faleceu Jacek Trzmiel, ou como conhecemo-lo melhor, Jack Tramiel, aos 83 anos. Jack foi o fundador da Commodore International, que deu ao mundo equipamentos como o Commodore 64 e viabilizou a produção de micros como o Amiga, e depois foi presidente da Atari. Jack foi uma figura emblemática no início da computação pessoal, entre o final dos anos 1970 até o início dos anos 1990.

Jack era, entre outras coisas, judeu polonês de nascimento, e sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz, na Segunda Guerra Mundial. Figura polêmica, com a sua filosofia “Business is war!“, criou uma guerra de preços em 1983-1984 que quase quebrou toda a indústria de microcomputadores de então, e provocou o crash dos videogames de 1984.

Jack fundou a Commodore, que posteriormente o demitiu como CEO, e ele, cheio de ódio, migrou para a arqui-inimiga Atari, onde… Ah, ouçam o Retrocomputaria #12, partes A, B e C, onde contamos toda a história de Jack Tramiel, da Commodore, da Atari e tantas outras histórias a respeito. Vale a pena se deliciar com as histórias de bastidores levantadas.

Vai-se então talvez o último bárbaro da microinformática, um dos businessman mais irascíveis que já existiram, e que disputava o mercado com uma gana inigualável. E é claro, todos nós amávamos odiá-lo. Num mercado de “tapinhas nas costas” e trocas amáveis de elogios entre concorrentes, um pouco de barraco e gasolina na fogueira faz falta. Sentiremos sua falta, Jack. Os Amigas, Commodore 64 e Atari STs e XL choram hoje a sua perda.

Material sobre o ATARI VCS 2600

Sim, por mais que nós no Retrocomputaria evitemos muitas vezes falar de videogames, há um console em particular no qual é sempre bom falar dele: o ATARI VCS 2600. Aqui estão dois materiais muito interessantes sobre ele, o primeiro é o “The Atari 2600 Video Computer System: The Ultimate Talk” que foi apresentado na 28ª edição da Chaos Communication Congress. E o outro é a palestra “Programação para Atari 2600” do Carlos Duarte do Nascimento, o Chester, e apresentado na Dev in Sampa 2011.

Raridades à venda

Não é a coisa mais incomum do mundo encontrar protótipos e computadores raros no eBay, mas por algum motivo estes últimos dias estão animadíssimos.

Rodaram no site de leilão uma carcaça de Acorn “Phoebe” (aquele que deveria ser o RiscPC2, mas foi cancelado antes de ser oficialmente lançado, quando a Acorn saiu do mercado), um Atari Falcon 030 com a rara Soundlifter, um Apple WALT (uma espécie de telefone super-inteligente, em colaboração com a BellSouth, com touchscreen, stylus, e uma GUI Hypercard; foi anunciado junto com o Newton, em 1993, mas nunca foi lançado) e um MSX fabricado pela Dragon na Espanha (outro que chegou a ser anunciado mas nunca foi lançado)

Atari Coldfire Project (“FireBee”)

Justamente quando você acredita que está atualizado com o universo retrocomputacional uma inocente pesquisa no Google e acaba com esta ilusão. Foi assim que descobri o FireBee, fruto direto do Atari Coldfire Project (ACP), um projeto iniciado em 2002 e que ainda está em desenvolvimento. Conta com a participação de 37 pessoas na produção de um clone de Atari 16-bit baseado no processador Coldfire da MotorolaFreescale e disponível ao público pelo menor preço possível (portanto utilizando a maior quantidade possível de implementações e subprojetos abertos e/ou livres).

De acordo com a página do projeto e do pessoal do Medusa Computers Systems a especificação do bicho é a seguinte:

  • Processador Coldfire MCF5474@266MHz e 400MIPS — ou seja… 39940000% mais rápido que o MC68000@8MHz original (está bom?);
  • 512Mb de memória RAM;
  • 128Mb só para a parte de vídeo;
  • 512Kb de SRAM disponíveis para o DSP;
  • Compatível com TOS, MiNT, RTOS Pearl e Linux 68k;
  • Interfaces legadas do Atari 16-bit: IDE (TT/Falcon), disquete (ST/TT), SCSI (TT), ACSI (ST), ROM port, porta de impressora, porta serial (ST/TT), MIDI, som mono (ST), teclado e mouse.
  • Novas interfaces : saída de vídeo DVI, fast-ethernet, USB 2.0 (5 portas), porta para cartões CF e SD, som estéreo (no padrão AC’97), PS/2 e game-port, PCI
  • Possibilidade de operar com alimentado por bateria (cerca de 1 hora de autonomia)

E tudo em uma plaquinha com tamanho de 90mm x 260mm x 20mm (vejam a foto, o tamanho de uma placa de vídeo). Já encontra-se em pré-venda, algumas especificações podem ainda ser alteradas e o preço é de €599,00 (+frete).

Engenharia reversa no MOS6502

Na parte B do episódio 20 do podcast foi feita referência à versão deste vídeo no Youtube. E, para quem quiser baixá-lo para assistir quantas vezes quiser, em alta definição acesse:

http://media.ccc.de/browse/congress/2010/27c3-4159-en-reverse_engineering_mos_6502.html

Este vídeo é bastante interessante, bem didático e serve muito bem como complemento ao episódio.

KickTOS

Quem acompanha o Retrocomputaria Podcast há algum tempo vai se lembrar dos episódios 11 (sobre CP/M) e também o 12 (sobre Commodore versus Atari). Pois é, isto aqui está relativamente ligado a eles! Não é recente, na verdade já é até bem antigo, de 2008, mas um hacker alemão chamado Andre Pfeiffer resolveu levar paz às duas comunidades ou, o provável, colocar mais lenha na fogueiragasolina no incêndio.

O que ele fez?

Se aproveitando de uma característica do Amiga 1000, a carga do KICKSTART (BIOS, ou firmware se quisermos ser mais “modernosos”) a partir do disquete, ele resolveu adaptar o TOS, o sistema operacional do ATARI ST, para rodar nele!

Para quem preferir, uma versão com melhor qualidade:
http://www.a1k.org/download/area51/OLD/KICKTOS.MPG (32.7Mb)

Até aí nada de mais pois existem vários emuladores de ATARI ST para AMIGA como, por exemplo, o CHAMALEON. Mas no vídeo não está havendo emulação, e sim a execução do TOS de modo nativo no hardware do A1000. Acontece que a área da memória onde o KICKSTART é carregado tem 256Kb e já que o TOS ocupa 192Kb acabam sobrando uns 64Kb para se colocar todas as rotinas específicas para a arquitetura do AMIGA.

E como disse o autor, só queria tê-lo feito há 20 anos!

E onde entra o CP/M na história?

O sistema operacional dos ATARI ST, o TOS, é um sujeito chamado GEMDOS e que é uma versão empacotada de CP/M para 68000 com a interface gráfica GEM, ambos da DIGITAL RESEARCH. E, conforme dito no episódio 11, o CP/M foi originalmente concebido para rodar em vários modelos de computadores com processadores i8080 (ou Z80), que apenas uma parte dele, o BIOS,  era responsável pelo acesso ao hardware e que precisava ser escrita para cada equipamento. Nesta arquitetura as aplicações escritas pelo CP/M conseguiriam ser executadas sem necessidade de ser compilada para cada máquina em específico.

E justamente o TOS herdou tudo (de bom e de ruim) destes caras, principalmente a arquitetura que já previa uma certa “abstração de hardware” (consultem nos verbetes da Wikipedia sobre a BIOS do CP/M e a VDI do GEM).

Episódio 12 – Fight Night Commodore vs Atari Round 3

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Estacione seu carro, chegue no ginásio, sente na sua cadeira e fique atento porque este episódio do Retrocomputaria é uma Fight Night – e não é uma luta qualquer, é uma luta entre Commodore e Atari, a grande rivalidade dos micros clássicos! Neste terceiro round, falamos do impacto do lançamento do Amiga, dos finais melancólicos de Atari e Commodore, um pouco mais do estilo Jack Tramiel aplicado às propagandas das suas empresas e das rivalidades entre os grupos de usuários de Commodore e de Atari.
No final do terceiro round lemos emails e comentários.

Ficha técnica:
Jurados^HParticipantes: Ricardo, João, Cesar, Sander e o Anônimo
Duracao aproximada: 45 minutos
Musicas de fundo: musicas de Commodore 64

URLs do podcast:

Siga-nos no Twitter: @retrocomputaria. Envie-nos um email também, caso você prefira. Ou então comente aí embaixo. Nós iremos ler, acreditem!

Episódio 12 – Fight Night Commodore vs Atari Round 2

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Estacione seu carro, chegue no ginásio, sente na sua cadeira e fique atento porque este episódio do Retrocomputaria é uma Fight Night – e não é uma luta qualquer, é uma luta entre Commodore e Atari, a grande rivalidade dos micros clássicos! Neste segundo round, falamos do embarque do Tramiel e do desembarque de Jay Miner da Atari, da Hi-Toro, da Amiga Inc. e seus tortuosos caminhos envolvendo Atari e Commodore, do lançamento do Commodore Amiga e da reação da Atari (já sob Tramiel) com o Atari ST, dos primeiros movimentos e da guerra aberta entre Atari e Commodore.
No intervalo entre o segundo e o terceiro round, tem mais uma seção de notícias.

Ficha técnica:
Jurados^HParticipantes: Ricardo, João, Cesar, Sander e o Anônimo
Duracao aproximada: 46 minutos
Musicas de fundo: musicas de Commodore 64

URLs do podcast:

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