Arquivo mensais:fevereiro 2013

Walter Cronkite prevê o futuro em 1967

Com um sucesso considerável, diga-se de passagem. Aí estão vislumbrados os sites de notícias, previsão do tempo, cotações da Bolsa e… VoIP com vídeo!

A frase final: “Talvez no século 21 nenhum lar esteja completo sem um console computadorizado de telecomunicações.” É, né? Não é à toa que o cara era considerado o Homem Mais Confiável da América.

Cortesia de Eric Bray no Grupo TI-99 do Yahoo.

Episódio 30 – Os Anos Incríveis: Parte B

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Este é o episódio 30 do Retrocomputaria.

Neste episódio, não falamos deste Anos Incríveis, mas dos anos 90, em que, depois da explosão dos anos 80, a indústria de microcomputadores se consolidou.

Completamos a história da bancarrota da Atari Corp., de outras empresas que também fecharam na época (p.ex. Acorn), os dramas pelo que passaram IBM e Apple Computer, o que aconteceu com as linhas de computadores japoneses (sim, falamos de DOS/V) e de quem aproveitou o espaço vazio: padrões da indústria pós-IBM-PC (a partir do AT), MS-DOS (e depois Windows) e os montadores e OEMs do Sudeste asiático.

Também no episódio, a primeira leitura de comentários de 2013.

Ficha técnica:

  • Participantes: Ricardo, João, Cesar, Sander e Giovanni
  • Duração aproximada: 44 minutos
  • Músicas de fundo: Músicas de micros variados

URLs do podcast:

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Spacewar! (1962) — O Melhor Desperdício de Tempo da História do Universo (Parte 1 de 4)

(Este post é uma tradução de um dos capítulos-bônus online do livro Vintage Games, publicado com permissão do autor. Original em inglês aqui.)

Se você tem algum interesse, por menor que seja, na história dos videogames — o que, suponho, se aplica a todos os leitores deste site — certamente já se perguntou como era o primeiro videogame. Afinal, qual foi o primeiro videogame a dar o ar da sua graça numa tela?

Há muito tempo essa pergunta incomoda aqueles de nós que se propõem a escrever, com fidelidade no mínimo razoável, a história desse meio. Muitos jogadores (e até alguns escritores) pensam que essa honra pertence a Pong, que apresentou o conceito de videogames às massas nos anos 70.

Mas Pong não foi sequer o primeiro videogame comercial em fliperamas: antes dele veio Computer Space, desenvolvido por Nolan Bushnell e Ted Dabney para a Nutting Associates em 1971 [1] e que foi um desastre comercial. Como veremos, Computer Space foi ele próprio baseado num videogame muito anterior chamado Spacewar!, que foi apresentado em forma jogável em fevereiro de 1962. Mesmo Spacewar! teve antecessores: dois jogos mencionados com frequência são OXO, de 1952, e Tennis for Two, de 1958.

Spacewar-01Código original de Spacewar! rodando em um emulador de PDP-1 em um navegador Web. Esta é a posição inicial dos jogadores.

A resposta resumida para a pergunta “quem veio primeiro” é “não sabemos… ainda.” O problema é que só conhecemos os jogos que tiveram sucesso suficiente para serem lembrados por quem os criou ou jogou, e pelo menos algumas dessas pessoas devem estar dispostas a contar suas histórias (com alguma evidência corroborativa). Quem sabe quantos jogos pioneiros foram simplesmente esquecidos?

Os exemplos citados já refutam a afirmação de que Spacewar! foi o primeiro, e é bem possível que, à medida que mais e mais pessoas se interessam pelo assunto, desenterraremos jogos ainda mais antigos e obscuros. Para resumir, não há época melhor do que esta para ser um historiador dos videogames.

Spacewar!, mesmo não tendo sido o primeiro, foi com certeza um dos primeiros que fizeram diferença. Foi Spacewar! que estabeleceu muitas das convenções que nos seguem até os dias de hoje. Sua influência nos desenvolvedores que vieram depois — inclusive os não tão bem sucedidos — foi palpável.

Apesar do fracasso de Computer Space, a Atari teve um sucesso estrondoso posteriormente com Asteroids (1979), que oferecia conceitos de jogo similares em um formato mais amigável ao usuário. Também é fácil ver as influências de Spacewar! em outros videogames populares da época, como Lunar Lander (1979) e Gravitar (1982), ambos da Atari. E, com um pouquinho de boa vontade, até mesmo simulações de pinball em videogames.

Spacewar! introduziu a ação em tempo real, um arsenal de armas, movimentos especiais, condições de jogo variáveis, física, e um mundo virtual. Ele demonstrou que computadores eram muito mais que calculadoras caras: eram (pelo menos para muitos de nós) o futuro do entretenimento.

Já que os primórdios da história dos computadores e o desenvolvimento de Spacewar! foram descritos no capítulo do Pong, vamos fazer um rápido resumo antes de entrar nos detalhes do jogo em si. A história da criação de Spacewar! foi contada muitas vezes, e com certeza temos que mencionar o livro Hackers: Heroes of the Computer Revolution de Stephen Levy para uma visão aprofundada não só do desenvolvimento do jogo mas da subcultura única que tornou tudo isso possível.

Para deixar as coisas claras: os criadores de Spacewar! eram os nerds que filmes como A Vingança dos Nerds (1984) retrataram com tanto humor — perenemente fascinados por ficção científica, robôs, engenhocas eletrônicas e, claro, computadores.

Spacewar-02Uma batalha em andamento.

[1] De acordo com alguns, Computer Space não foi o primeiro videogame operado a moedas/fichas; a honra caberia a Galaxy Game, de Bill Pitt e Hugh Tuck, mais um inspirado em Spacewar! e lançado alguns meses antes de Computer Space. No entanto, Galaxy Game não foi produzido em massa, principalmente pelo fato de que ele rodava num PDP-11/20 da Digital — uma unidade custava 20.000 dólares!

Parte 2 ⇒

Retrolivro: “Vintage Games” por Bill Loguidice e Matt Barton

Versão curta: Recomendo. Compre. (Na Amazon ou na Livraria Cultura.)

Versão longa: Já sabedor de que Bill Loguidice, o Marcus Garrett americano, está co-escrevendo com Boisy Pitre um livro sobre TRS-80 Color que deve sair no 2º semestre, resolvi pesquisar o que mais o distinto andou escrevendo por aí. De cara, achei este livro, de 2009, sobre a história dos videogames. Comprei, chegou, e aqui estão minhas primeiras impressões.

20130216_084625Os capítulos são organizados de maneira peculiar: cada um é, a princípio, sobre um jogo emblemático, mas na verdade cobre toda a categoria que aquele jogo simboliza. O cápitulo de Pac-Man fala sobre o gênero labirinto, o de Doom sobre tiro em primeira pessoa etc.

O livro é rico em imagens, a qualidade do papel e da impressão é ótima e o mais importante: a leitura é divertida, flui, e há vários fatos curiosos que provavelmente serão desconhecidos até do entusiasta inveterado de games. Outro ponto positivo: o foco é dividido equanimemente entre consoles, computadores domésticos e fliperamas. O mesmo se aplica à linha do tempo: tem desde Space Invaders até Grand Theft Auto. Mas os retroeiros podem ficar tranquilos, há bem mais anos 70, 80 e início dos 90 aqui do que era moderna.

Compre aqui ou aqui. Segue mais IBAGENS:

AH! E antes que eu me esqueça: você pode ler nove capítulos-bônus do livro online. Giovanni, adivinhe que jogo é o quarto deles?