No final das contas, o espaço ficou muito bem organizado, e quase (eu disse quase) todos os MSXs couberam nos seus respectivos nichos. Isto quer dizer que alguns micros não encaixaram apropriadamente.
Chegamos à terceira parte dessa saga aguardando a entrega do novo móvel. Calculei a chegada dele lá pro final de maio (presentão de aniversário pra mim), mas o que acontece em maio de 2024? As piores enchentes da história do Rio Grande do Sul. E antes que você me pergunte, já adianto: A fábrica do móvel fica em Bento Gonçalves, RS – conhecido pólo moveleiro.
Quando o proprietário me liga e conta do motivo do atraso, perguntei a ele: “Mas está tudo bem com os funcionários da fábrica? Alguém perdeu a vida?” Ele diz que está tudo bem com eles, mas a carreta com o material não podia sair da fábrica – então iria atrasar uns dias. Bem, para quem esperou dez meses até aqui, mais umas 2 semanas… Não é tão difícil assim.
Então, no último post encerrei falando de que eu me cansei e decidi procurar um advogado para processar a empresa, exigir meu dinheiro de volta – já que o móvel eu não teria. Eu já tinha pago muito dinheiro (estava quitado) e queria o móvel, mas pelo visto não teria. Eu protelei tanto justamente porque eu queria o móvel, não o dinheiro.
Há anos atrás (2016 e 2017) fizemos uma série de postagens falando de “quartos retro“, sobre os nossos cantos onde ficamos parados, pensando em maldades e onde desperdiçar investir nosso rico dinheirinho, em micros e videogames clássicos. Eu tenho um fraco por cômodos assim, a verdadeira caverna, onde poderiam me trancar lá feliz e jogar um prato de comida por baixo da porta, de tempos em tempos.
Recentemente, falamos do quarto retro do Marcos Lima. Ainda temos uns quartos retro para exibir… Mas eu decidi falar do meu quarto retro, e da saga que foi para chegar até aqui. Vocês terão algumas (muitas) fotos a respeito do meu quarto retro. Então, como diria o Castelo Rá-Tim-Bum… Senta que lá vem a história!
O início de tudo.
Tudo começou em julho de 2023, quando finalmente tomei coragem e fui a uma loja de móveis planejados para solicitar o projeto de um novo móvel para o meu escritório. A coragem foi necessária porque eu tinha uma ideia de quão caro seria esse processo.
A empresa, a princípio, era velha conhecida nossa: Eles já tinham feito alguns armários na nossa casa, além de uma bela estante na sala de estar, onde reuni quase todos os livros espalhados em um lugar só. Era uma loja aberta há mais de 20 anos… Não daria problemas, daria? Assim eu pensei.
Então, veio o profissional para a visita domiciliar. Olhou a coleção de micros. Ficou impressionado. Fez um monte de perguntas e mais um monte de anotações. Ficou de fazer o projeto… E fez. Valor? Bem alto, na casa dos 6 dígitos (não vou dizer). Parcela no cartão? Sim, até 6 vezes. Vamos que vamos.
Como eu sempre falo, existem coisas na vida que, se você parar pra pensar, você não faz. Tem vezes que você tem que pular de cabeça mesmo. E esse foi um desses momentos.
A desmontagem do escritório.
Como era o último cômodo da casa que não tinha sido pintado por dentro desde que viemos morar aqui, agora era a hora. Esvaziei todo o escritório (uma saga por si só) e coloquei no quarto ao lado, onde há duas camas de solteiro desocupadas (ainda não temos inquilinos permanentes no momento, se é que você me entende). Coloquei as camas, uma em cima da outra, com pedras de calçamento como calços (era o que eu tinha sobrando!), tirei os colchões, e coloquei mais de três dezenas de MSXs no quarto ao lado, fora livros e revistas e mais um monte de coisas.
Encaixotei o que pude, agrupando de forma lógica: O que estava numa gaveta, estava na mesma caixa. E empilhei nesse quarto, enchendo-o de coisas que estavam originalmente no escritório.
Só o que tinha sobrado nele era uma mesa de madeira, feita pelo meu saudoso avô, Alfredo, e essa mesa foi feita para por o meu Expert 1.0 em cima dela. Sim, aquele que eu mencionei nos agradecimentos dos meus dois livros (aliás, já comprou?). Sempre teve um MSX em cima dessa mesa, ela me acompanha desde 1986… No projeto, a mesa ficaria. Claro que a minha esposa quis se livrar da mesa, o que eu não deixei: Além dessa mesa ter uma memória afetiva muito grande, não dava pra tirá-la facilmente do escritório, eu teria que remover a porta para tirá-la! Então deixa ela lá mesmo.
A mesa é essa no lado direito da foto, com um roteador wireless em cima dela.
Contratei um profissional para repintar o escritório. Ele fez um trabalho bom e rápido. Secou… Monto o desktop do jeito que der, para trabalhar. Então, o quarto todo ficou vazio, com apenas 2 colchões de solteiro e uma mesa, com dois desktops: O meu e o da minha esposa. Como monitor, usei uma TV da Acer, de 19 polegadas, que comprei na feira do rolo de São Cristóvão – seis entradas, tem até SCART. E vamos levando.
Olha só a situação precarizada do profissional! Isso a Globo não mostra!
O móvel atrasa… Até me cansar.
A previsão era que a montagem ocorresse em outubro de 2023, mas como vocês podem prever, não foi entregue no prazo. Bem, todo o contato deles era com minha esposa, que estava ficando preocupada com o atraso…
Passamos por outubro, novembro, dezembro, janeiro de 2024… E eu pacientemente indo à loja para conversar sobre o móvel que não era entregue, o que está acontecendo. Falo com o dono, falo com o outro sócio, e sempre ouvindo uma resposta de que “está pra chegar“.
Em março, exatos CINCO MESES depois do prazo vencido, me cansei e decidi mover um processo no Tribunal Especial Cível contra a empresa, que pelo que estava vendo, não estava com as finanças em dia. Como diria o Coisa (do Quarteto Fantástico), “Tá na hora do pau!“.
Então… Fui constituir advogado. Mas eu conto melhor essa história na segunda parte. Vai embora não, tem mais fotos vindo aí – e vai ter vídeo também.
A RetroRio 2020 foi toda online, devido à pandemia da COVID-19. Naquele período, o Ricardo J. Pinheiro estava tocando o projeto que deu origem ao seu primeiro livro, “O MSX-DOS Revelado“, sobre o MSX-DOS e seus descendentes (MSX-DOS 2, Nextor e outros). E nessa pesquisa, ele descobriu vários outros sistemas operacionais para outras máquinas, não só o MSX.
Esta palestra é a reunião desse material, que é muito interessante: Muitos sistemas e ambientes operacionais (gráficos, inclusive) para micros como Atari 8 bits, Commodore 64, Amiga, TRS-Color e MSX. Se você quiser ver a palestra, ela está disponível no Slides.com, nesse link aqui.
Eu juro procês, eu não corro mais atrás dessas coisas, mas elas vivem caindo no meu colo.
Meu chapa da Engenharia Eugenio Marins teve a sorte de ter um pai ultra-hiper-mega-blaster-NERD nível HARD EXTREMO, que fazia experiências e fuçava com tudo que você pode imaginar, química, marcenaria, metalurgia, mecânica e… claro, retrocomputação. (Na época chamada simplesmente “computação”.)
Ele já tinha me passado uns Hotbits e TKs da tumba de Tutancâmon casa do pai, já falecido. Um deles eu usei pra sortear um exemplar do meu livro.
Nestes dias ele achou mais coisa, e nós dois convocamos o Ricardo Pinheiro para se juntar à expedição arqueológica. O resultado está aí embaixo. Ainda tinha mais alguns livros de MSX dos quais o Ricardo mui alegremente se apropriou.
Autoria do penteado Simply Gray: (1) vento; (2) o cabelo não ter crescido o suficiente pra ser pego pelo elástico.
Resumindo:
Um ZX80, lançado em 29 de janeiro de 1980 (eram dias cabalísticos, esses) e o primeiro microcomputador popular vendido em massa abaixo de £100.
Dois terminais seriais de um Schumec (cada um pesa 8 kg, sem monitor e sem gabinete!) igual àquele no qual aprendemos programação no IME e no qual isto aqui (mencionado no Repórter Retro 067) aconteceu.
Sim, um colega meu programou um software de corrida de cavalos no BASIC do CP/M e a gente apostava dinheiro.
Vários livros e manuais.
Uma plaquinha wire-wrap com barramento (provavelmente) S100 no qual Marins Sênior fazia experiências.
Lembrando que algumas semanas atrás um cliente (valeu Dr. Leonardo!) me doou um AS-1000, outro clone de ZX81, este brasileiro. Acho que o Universo está tentando me dizer que devo dar outra chance a essa arquitetura de computadores. Agora tenho que achar meu sintonizador de RF pra testar essa bagaça toda.
Antes tarde do que mais tarde, segue aqui o link para o álbum de fotos do grupo MSXRio para a primeira MSXRio do ano da graça de 2013. Os agradecimentos vão para o Alexandre Brandão (AMXProject), para o Daniel Campos (AMXProject também, vejam vocês), para o Juan Castro (esse outro maluco que escreve por aqui) e o Ricardo Pinheiro (que por acaso sou eu!).
Hoje é Halloween, e resolvemos dar um susto em alguns, mostrando fotos de alguns “quartos de bagunça” de fãs de retrocomputação brasileiros. Já falamos nesse assunto anteriormente, ao mostrarmos o quarto do Blake Patterson e o quarto do Marios Filos. Agora, vamos ver algumas fotos de alguns outros quartos de bagunça, e suas coleções fenomenais.
Estava eu vagando pela Internet, pensando em coisa nenhuma, quando fui ver os vídeos que subimos para o VocêTubo, e numa busca, encontrei esse vídeo aqui, colocado no ar pela própria Campus Party: Cubo Geek – Experimentação – Retrocomputaria – 10/02/2012
Sim, respeitável público, este vídeo é a gravação da seção de notícias do episódio 21, que foi feita no dia 10 de fevereiro, no #cubogeek, na Campus Party! São pouco mais de 57 minutos de abobrinhas, piadas, erros, trollagem com o João (que gravou via Skype), lamento pela falta do Cesar (o “homem da pauta”) e a seção de notícias em si, no meio desse rolo todo. Vejam por sua própria conta e risco, e esperamos, vocês entendam que nem sempre as coisas saem do jeito que queríamos…
Divirtam-se!
PS: O careca de camisa do Atari é o Sander. Eu sou o esquisito de camisa do boot do MSX, e a moçoila que aparece no vídeo vez por outra é a Thata, do podcast Na Calçada, que deu-nos um apoio inestimável. Obrigado!