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Um computador militar nascido de uma fenda temporal

Pure Energy é uma empresa britânica especializada em alugar equipamentos antigos para cenários de cinema e TV. Por isso, eles estão frequentemente correndo atrás das mesmas coisas que os nossos mui honoráveis munícipes estão. Pois uns dias atrás eles conseguiram isto aqui.

 

Vamos listar o que se sabe dele:
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Mosca Branca do dia: MicroOffice RoadRunner

“Mãe, posso ter uma tela?”

“A gente tem tela em casa.”

Não foi deste jeito que o MicroOffice RoadRunner foi projetado… mas poderia ter sido. Apesar do formato “laptop” do gabinete, este bicho está mais para um concorrente do TRS-80 Model 100, lançado alguns meses antes. Com direito a editor de texto, planilha, Microsoft BASIC e modem para enviar os arquivos gerados, assim como o primo mais famoso. (Mas se eu fosse um jornalista em 1984 certamente preferiria o Model 100.)

Um dos nossos canais preferidos, o Tech Time Traveller, conseguiu um exemplar e nos mostra todos os detalhes. Os slots de cartucho funcionam como “drives de disco” do sistema operacional em ROM, que é um derivado do CP/M.

E nota mental: evitem FedEx.

Atari Falcon 030 Microbox… Parece familiar?


Segundo o Atari Museum holandês, o Atari Falcon040 foi um dos muitos protótipos que a então empresa de Jack Tramiel desenvolveu no final da sua vida útil, baseado no processador Motorola 68040. Este era um processador com pipelines e unidade de ponto flutuante integrada. E este Falcon era feito num gabinete do estilo Microbox, sendo pequeno e podendo optar por ficar em pé ou deitado. Drive de disquetes, entrada de som, etc… Mas que não foi lançado.

Mas ele não parece familiar?

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Mosca Branca do dia: Novell Nexus I

Computador fabricado de 1980 a 1982. Processador Z80, roda CP/M. Feito para uso em escritórios e pequenas empresas, similar a muitos e muitos feitos na mesma época. Belo design, mas nada de impressionante. Não fez muito sucesso. Só que… o nome é familiar.


Sim, é aquela Novell. A criadora do famoso sistema operacional que apresentou ao mundo o conceito de Redes. Aposto que você não sabia que eles já fabricaram computadores. Nem que o logo dela já foi azul.

Tudo isso e muito mais no artigo publicado ontem no blog Abort, Retry, Fail.

Mais detalhes nesta discussão no site Vintage Computer Federation. E mais fotos, incluindo detalhes do interior, aqui.

Mosca Branca do dia: Sphere 1

Ben Zotto está escrevendo um livro sobre um computador do qual você nunca ouviu falar: o Sphere 1, de 1975. Talvez o primeiro “tudo em um” disponível ao público em geral, usava o processador Motorola 6800 e tinha 4KB de RAM.

Mr. Zotto tem um site a respeito da trapizonga no qual você pode usar um emulador online — com direito a jogo da cobrinha!

Mais detalhes no vídeo:

Mosca Branca do dia: Merlin Tonto

No longínquo e saudoso ano de 2013, notamos a existência deste ser exótico que, acreditávamos, existiu apenas na Austrália. Mas estávamos errados, ele também foi vendido no Reino Unido com o nome de Merlin Tonto.

Meu xará Juan Francisco Torres, do site El Mundo del Spectrum, conseguiu abocanhar um no eBay (com a ajuda de um parça inglês já que o vendedor se recusava a enviar pra Espanha) e nos traz o relato. Clique aqui pra ler (em espanhol) ou nas miniaturas abaixo pra ampliar:

    

E ora vejam vocês, no ligeiramente menos longínquo mas nada saudoso ano de 2016, já noticiávamos o conserto de um desses no segundo ano do Repórter Retro.

(Twitter, via Klax MSX)

Mosca Branca do dia: Sony SMC-70GP

Máquina baseada em Z80, rodando CP/M e, notavelmente, o primeiro computador pessoal a usar disquetes de 3″½! O Samuele, que conseguiu esta máquina, está atrás justamente dos disquetes, já que veio a máquina completinha, com manuais (aparentemente alguém até se deu ao trabalho de traduzir partes pro italiano e imprimir numa matricial), mas… sem software.

Esta versão GP do SMC-70 (leia mais aqui) é específica para edição de vídeo — tem hardware adicional para genlock/superimpose. Amiga antes do Amiga?

Esperamos ardentemente que uma cópia dos softwares (para a versão PAL, os da versão NTSC já existem online) ache o caminho pra casa do Sam lá na Itália. Fotos:
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Mosca Branca do dia: Dynalogic Hyperion

O curador do site vintagecomputing.ca resolveu sambar na cara da sociedade, botar pra rodar uma versão customizada (e completinha com os manuais) do Lotus 1-2-3 no seu Dynalogic Hyperion lindão lindão zero bala e postar no Twitter.

Ahn? Dáina o que hiper o que?

Micro baseado em Intel 8086 — e não 8088, ou seja, 16 bits raiz. Saiu em 1983, dois meses antes do Compaq Portable. Só que… não era 100% compatível a nível de hardware com o IBM PC (daí a necessidade de versões customizadas dos softwares mais populares). E a qualidade dos drives de 5″¼ deixava a desejar. Ficou menos de dois anos no mercado.

Em algum lugar  no Multiverso, a Era dos Clones começou no Canadá em vez do Texas.

Mais informações sobre o micrinho (para certas definições de “inho”, já que pesava mais de 8 kg) você pode encontrar aqui:

https://www.old-computers.com/museum/computer.asp?st=1&c=339

https://en.wikipedia.org/wiki/Hyperion_(computer)

E o MicroAce volta à vida (bandida)

Sabe o MicroAce sobre o qual falamos ontem?

Pois então, o Augusto Baffa botou ele pra funcionar! Coisas que precisaram ser mexidas:

  • Limpeza do teclado;
  • Amplificação do sinal de vídeo;
  • Troca de cristal e de capacitor do clock;
  • Troca do Z80;
  • Troca de dois chips lógicos 74xx;
  • Regulador de voltagem.

Aí o bichinho funcionando, com direito a mensagem de erro alterada. (Num ZX80 seria “6/-2”)

Opa, peraí, não vai embora não, tem cena pós-créditos!

A. Baffa, o Caso. (Ou: Picaretation In Seattle)

Nossa história começa quando este humilde escriba tem um pensamento aleatório: “Poxa, faz um tempão que eu não abro o Hackaday. Vou ver se pintou alguma coisa retro por lá”. Começo a olhar o blog e logo acho, postado nos últimos dias, um camarada que recriou o ZX81 numa placa nova, com direito a construir um teclado de membrana do zero. Maneiro.

E ora vejam vocẽs: o camarada é brasileiro! Carioca! Nome: Augusto Baffa. E o micro recriado, como já era de se imaginar, não foi exatamente um ZX81, mas um dos clones pizzaiolos tupiniquins, o TK82C. Que foi o Micro Formador do molequim Augusto, lá pelos idos de 1990. (O micro já era obsoleto e foi cedido pelo pai como ferramenta de aprendizado. Pelo visto, deu certo.)

Papo vai, papo vem, eis que a gente marca de almoçar e o sr. Baffa é agora o feliz proprietário de um clone altamente mosca-branca de Sinclair: o MicroAce. Clone não de ZX81, mas do anterior, o pai de todos: o ZX80.

Os picaretas fabricantes do MicroAce tiveram uma ideia de “jênio”: inverteram duas das vias de dados que levam do microprocessador para o chip de ROM que tem o BASIC descaradamente copiado da Sinclair. Assim, teoricamente, as ROMs seriam diferentes e os advogados de Sir Clive não notariam. Funcionou tão bem quanto vocês devem estar imaginando.

Rapidamente a MicroAce botou o galho dentro, pagou uma soma não revelada de Reagans (ou Thatchers) à Sinclair, e passou a vender uma versão revisada sem a picaretagem e com a ROM licenciada. Mas esse exemplar aí da foto é “Issue 1”, com a picaretagem. O Augusto fez um dump da ROM, e eu fiz um programinha em C para desfazer a inversão de bits. Clicando neste link você pode baixar o fonte e a ROM picareta. (A original da Sinclair, pra comparar… você acha por aí. Não queremos a visita do personagem aí em cima.) Resultado: a ROM do MicroAce só difere da da Sinclair em UM mísero byte: eles resolveram formatar as mensagens de erro com o caractere “:” em vez de “/”.

O fato de que essa mudança de byte significa isso pode ser verificado olhando a listagem da ROM do ZX80 – rotina MAIN-5, label L04A8.

No momento em que escrevo, o Augusto está interrogando o meliante fuçando com o micro e em breve esperamos que o elemento confesse ele volte a funcionar em toda sua glória de falsiane ianque.

MicroAce, por cima MicroAce, por baixo

E antes que eu me esqueça, o TK82C redivivo não é a única coisa interessante que o Augusto botou no Hackaday.

Adendo: este post tem continuação.