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A Computação Brasileira, ameaçando começar mas batendo na trave

As coisas que você descobre passeando ao acaso em repositórios de publicações antigas. No número 82 da Revista Saber Eletrônica, de junho de 1979, esbarro com este artigo:


Eu poderia ficar aqui discorrendo sem fim sobre as implicações sociológico-histórico-culturais da ilustração, mas vou me conter e só falar um pouco da máquina e do fabricante.
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Mosca Branca do dia: TK-85 (calma, eu explico)

Não é aquele carne-de-vaca, fácil de achar, que você está pensando. A NEC lançou um computador do mesmo nome no Japão em 1980. É uma placa de aprendizado, ao estilo dos mais famosos KIM-1 e COSMAC ELF. Apareceu à venda no Yahoo Auctions e o lance atual (termina em 3 dias, 24/7) é de 10 mil ienes (aproximadamente 500 genocídios). E tá bonito o bicho.


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Mosca Branca do dia: MPT/100 microNOVA

Aí tou vendo as postagens no grupo Retrocomputing do fêissi e alguém posta este anúncio. Mais anos 70, impossível.


Eu diria que este anúncio é muito cringe, já que os anos 70 eram cringe.
Mas chamar as coisas de cringe é muito cringe, então não vou chamar de cringe.

Fiquei curioso, não sabia que a Data General tinha transformado o mini deles em microcomputador. Fui ler a respeito. Mais uma de muitas tentativas fracassadas de fabricantes de computadores de grande/médio porte se aventurarem nos primórdios da microinformática. O microprocessador se chamava mn602*, foi clonado por algumas empresas, incluindo a Fairchild, e… teve processinho envolvido. Esse pessoal realmente não sabe brincar.

Fuçando mais um pouco acho um site britânico dedicado à arquitetura NOVA e o camarada tem um MPT/100 original, inteiro! Só que ele não completou o Rise From Your Grave, tá parado há dois anos e meio. As fotos a seguir são só uma pequena amostra, na página do inglês tem um montão a mais e algumas informações históricas interessantes.
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Mosca Branca do dia: TIKI 100

E os canais retro só fazem se multiplicar. Com vocês, o Arctic Retro, diretamente do Círculo Polar pra nos mostrar que da Noruega vieram outras coisas nos anos 80 além disto. Especificamente, este computador baseado em Z80, rodando um clone de CP/M com mensagens em norueguês* e… um clone de Space Invaders.

(*) O idioma norueguês tem duas formas escritas oficiais, uma “culta” e outra “popular”. As mensagens desse SO são na forma “culta”, o Bokmål. A forma “popular” se chama Nynorsk. Você… (toc… toc… toc…) sabia? (toc… toc… toc…)

Mosca Branca do dia: A/UX

Muitos sabem que uma das consequências do retorno triunfal de Steve Jobs à Apple (além da série de Macs “bala Soft” 3 anos antes) foi que o MacOS, o sistema operacional dos Macintosh, passou a ser baseado em UNIX. Uma transição radical que, por sinal, fez 20 anos agora há pouco.

O que poucos sabem é que, 13 anos antes, houve outra tentativa, mal-sucedida, de emplacar UNIX nos Macs. O canal Action Retro conta a história abaixo. Com vocês, o A/UX.

Chuva de Sinclair em Casa de Castro

Eu juro procês, eu não corro mais atrás dessas coisas, mas elas vivem caindo no meu colo.

Meu chapa da Engenharia Eugenio Marins teve a sorte de ter um pai ultra-hiper-mega-blaster-NERD nível HARD EXTREMO, que fazia experiências e fuçava com tudo que você pode imaginar, química, marcenaria, metalurgia, mecânica e… claro, retrocomputação. (Na época chamada simplesmente “computação”.)

Ele já tinha me passado uns Hotbits e TKs da tumba de Tutancâmon casa do pai, já falecido. Um deles eu usei pra sortear um exemplar do meu livro.

Nestes dias ele achou mais coisa, e nós dois convocamos o Ricardo Pinheiro para se juntar à expedição arqueológica. O resultado está aí embaixo. Ainda tinha mais alguns livros de MSX dos quais o Ricardo mui alegremente se apropriou.

Autoria do penteado Simply Gray: (1) vento; (2) o cabelo não ter crescido o suficiente pra ser pego pelo elástico.

Resumindo:

  • Um ZX80, lançado em 29 de janeiro de 1980 (eram dias cabalísticos, esses) e o primeiro microcomputador popular vendido em massa abaixo de £100.
  • Um clone obscuríssimo do ZX80 que rendeu processinho.
  • Dois terminais seriais de um Schumec (cada um pesa 8 kg, sem monitor e sem gabinete!) igual àquele no qual aprendemos programação no IME e no qual isto aqui (mencionado no Repórter Retro 067) aconteceu.
    • Sim, um colega meu programou um software de corrida de cavalos no BASIC do CP/M e a gente apostava dinheiro.
  • Vários livros e manuais.
  • Uma plaquinha wire-wrap com barramento (provavelmente) S100 no qual Marins Sênior fazia experiências.

Lembrando que algumas semanas atrás um cliente (valeu Dr. Leonardo!) me doou um AS-1000, outro clone de ZX81, este brasileiro. Acho que o Universo está tentando me dizer que devo dar outra chance a essa arquitetura de computadores. Agora tenho que achar meu sintonizador de RF pra testar essa bagaça toda.

Mosca Branca do dia: LUNA-88K² e D/CAS

Workstation UNIX japonesa de 1992, baseada no 68030 88100 da Motorola. Até aí, interessante, legal, mas nada de mais. O tchan está no armazenamento.

Ele usa um bixistranho chamado D/CAS, que parece um filho bastardo da fita cassete clássica e da DAT. Tem exatamente o mesmo formato do cassete normal, com algumas diferenças visuais bem sutis:

  • Um chanfro na parte de cima, para o leitor poder recusar cassetes normais
  • A aba de proteção contra escrita é diferente (e reversível)
  • Não tem o feltro que empurra a fita contra a cabeça num cassete normal

Cabem 160 MB numa fita, o que para 1992 é bem aceitável. Veja as fotos:
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Mosca Branca do dia: Comx-35

Pronuncia-se “comics”. Máquina holandesa da Noxon AB (nunca ouvi maais goorda), fabricada em Hong Kong, um dos poucos micros domésticos baseados no escalafobético microprocessador 1802, vulgo COSMAC, da RCA. Com direito a vídeo de unboxing direto da terra natal do bicho por Recompute33.

Peraí, eu disse Mosca Branca? Não, são três moscas brancas no mesmo vídeo! Na segunda metade tem duas máquinas da Apricot — PCs com 8086 e MS-DOS mas incompatíveis com o IBM PC, um Portable e um F1.