A saga do Omega MSX Computer parte 14: A placa do FM.

Placa com o chip FM (YM2413) e o registro F4, para o Omega.

Continuando com a saga do Omega, aqui eu falo um pouco da placa do FM e outros detalhes. Como já falei para vocês, meu desejo para esse micro é deixá-lo um MSX bem completo, dentro dos parâmetros que eu entenda por completo. Logo, MSX 2+ com FM e Turbo seria o ideal. Eu tenho pelo menos um MSX assim, no caso um Philips NMS-8250 que já veio da Holanda (Bas Kornalijnslijper, thank you!) todo mexido. Eu gosto muito desse Philips, mas no momento não é a intenção falar dele, a conversa é a respeito do Omega mesmo. E o Philips é um trambolho realmente grande para transportar para cima e para baixo. E como eu quero praticidade a essa altura da vida, melhor ter um micro menor com tudo que eu quero. No momento, por um Turbo no Omega não me parece algo lá muito viável – e não serei eu que irei projetar uma placa de Turbo para ele – o negócio é colocar o que dá, no caso a placa de FM. E com isso, mexer no gabinete mais um pouco…


A placa do FM tem a mesma origem da placa da fonte, que eu mencionei na parte anterior: Projeto do grupo MSXMakers, confeccionado por um amigo do grupo do Omega no Telegram, então lá fui eu atrás dos componentes e montar a placa.

Omega: Placa do FM instalada no micro.
Omega: Placa do FM instalada no micro.

Essa placa tem esse formato engraçado justamente porque ela encaixa no lugar do Z80 e do MCP6281. Um está na parte “mais larga”, outro está naquela pontinha à esquerda. Logo, é preciso soldar uma barra de pinos BSPI (do tipo “cabeça dupla” – custei a descobrir o nome desse dito cujo) para que a placa encaixe, como num piggy-back, nos soquetes de baixo. Isso é a parte que mais me deixou apreensivo, para montar e encaixar embaixo. Soquetes torneados são bem chatos para encaixar, então meu receio era montar da maneira correta. Felizmente, com a ajuda de um amigo, montamos a placa no Omega e tudo se encaixou, conforme vocês podem ver na foto aí do lado.

O chip de FM (YM2413) foi adquirido na AliExpress mesmo, num lote de 5 chips (novamente, se alguém quiser comprar, fala aí). E o primeiro que peguei está funcionando bem, o que é bom. Já os outros componentes… A maioria eram chips TTL, 74LS no geral. Soquetes, alguns capacitores, resistores, um diodo, um transistor, um LED… Não tem muito o que errar. Se bem que eu errei com um dos soquetes e tive que ser… Criativo.

No final das contas, a placa foi instalada no meu Omega durante a MSXVDP de 2023, e a gambiarra dos fios estava lá presente. Ela fica mais evidente nessa foto aí de baixo. Como sempre, basta clicar nas fotos para ampliá-las.

Omega: Placa de FM instalada e a gambiarra para alimentá-la.
Omega: Placa de FM instalada e a gambiarra para alimentá-la.

As gambiarras foram substituídas por cabos jumper (mais uma compra no Mercado Livre), e como tive que usar cabos mais compridos (30 cm), entortei a barra de terminais da placa do FM para não encostar no teclado (que vai em cima), e coloquei uma abraçadeira (que alguns chamam de enforca-gato, que nome horrível) para deixar mais esticado e diminuir o caos.

Já em relação à barra de pinos lateral (aquela, que eu disse que ficou muito mal soldada), segui a recomendação e a protegi, para evitar curtos: Peguei um cabo flat Parallel ATA, cortei o conector, removi o cabo. Ficou só o conector latch de 40 pinos (sendo que um pino estava tapado, justamente para garantir que você encaixaria certo). Fiz um furo nesse local que estava tapado – e usei o ferro de solda mesmo. Isolei a parte de trás do conector e encaixei nessa barra de pinos. Foi duplamente bom: alinhei todos os pinos (alguns estavam tortos) e os protegi de algum incidente que acontecesse, gerasse um curto e o micro não ligasse.

Como coloquei uma fonte de 5V e 5A no bicho, ando pensando em por a expansão de 4 Mb de RAM nele, já que agora, amperagem é que não falta. Se bem que o pessoal do MSXMakers comentou no post anterior da saga, dizendo basicamente que essa fonte monstruosa é desnecessária, o problema deve ser que eu estou usando um par de fios muito fino para o interruptor, e por isso tem que ter uma amperagem mais alta. Hum, algo a se ver no futuro próximo, então. Mas agora, com 5A, ele aguenta tudo com um pé nas costas.

Detalhe dos pinos levemente curvos na placa de FM do Omega.
Detalhe dos pinos levemente curvos na placa de FM do Omega.

Faltou ainda regravar a BIOS do Omega, para ter suporte ao FM-Basic, coisa que eu vou ter que fazer em breve. Mas eu testei o micro com o único software que eu me lembro que faz uso do chip FM e não usa o FM-BASIC ou a BIOS de alguma forma: O demo Fear of a FM Planet, do grupo holandês Northwind. Executei… E ouvi o som do FM tocando. Logo, está tudo funcionando!

Quase pronto? Sim, mas agora vamos voltar um pouco para contar a saga do gabinete. Em resumo, posso dizer para vocês que tive um final feliz, apesar do micro estar parecendo um bolo de dois andares, como falam os confeiteiros. Mas isto será na próxima parte – e na outra, e na outra…

Quanto a vender os direitos pra Netflix, eu não sei se eles comprariam. Mas será que o podcast Rádio Novelo Apresenta, sempre atrás de uma boa história, teria interesse em ouvir?

Mais fotos lá no álbum, como vocês sabem. Essas fotos daqui já estão por lá, em resolução maior. E no próximo post, finalmente falaremos da epopéia do gabinete.

Detalhe sobre a barra de pinos lateral, agora protegida.
Detalhe sobre a barra de pinos lateral, agora protegida.

 

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.