A saga do Omega MSX Computer parte 7: Malditos soquetes!

 

 

 

Antes de tudo, espero que vocês estejam gostando dessa saga do Omega. Está sendo divertido narrar tudo, relembrar os fatos (até que recentes) e com isso ajudar quem está querendo montar um MSX para chamar de seu.

Mas vamos por a mão na massa. Previously in Retropolis…

Conectores DIN-8.
Olha os conectores DIN-8 poloneses aí!

Antes de tudo, queria ressaltar que montar um grupo para montarmos o Omega juntos foi a melhor ideia que tivemos: Dividimos a confecção dos PCBs; fizemos trocas de prisioneiros, tipo “importei 20 conectores DIN a 90 graus, quem quiser eu tenho pra vender” (e ele comprou de uma loja na… Polônia); um deu dica pro outro, tanto de loja pra comprar quanto de como fazer as soldas… Foi a decisão mais acertada.

Então, nesse ponto, a minha placa estava quase completa. Faltavam alguns conectores, alguns componentes simples (indutor, etc) e alguns CIs. Adquiri com um amigo do grupo o VDP (o item mais caro), os conectores DIN para cassete e RGB e mais algumas coisas. E, numa ida a São Paulo, peguei com ele o RTC e as DRAMs e corri as lojas da Santa Ifigênia para comprar o que faltava: CXA1645P da Sony (pro encoder de vídeo), indutor, uns cristais… As pontes resistivas eu já aviso, são difíceis de encontrar. Esse amigo também gravou as PAL para mim (são 3) e as marcou corretamente, para evitar que eu montasse errado. Era um risco grande!

Engraçado que alguns conectores eu adquiri em lojas de eletrônica (cada vez mais raras) aqui no Rio de Janeiro, mesmo não tendo encontrado nem na Mouser. Mas outros eu peguei na Santa ifigênia. Cheguei em casa, de volta da viagem, e assim que eu pude, soldei tudo o que faltava. Mas fiquei olhando ressabiado pro último soquete que eu tinha que soldar… O do VDP.

O V9958 é uma taturana de 64 pernas com o agravante que elas são mais juntas do que a maioria dos CIs. Eu digo que o V9958 é um passo antes dos SMDs – o que seria para mim uma grande tragédia soldar – ainda não tenho coragem de encarar soldagem e dessoldagem de SMDs. Mas, pensando bem, ainda bem que é assim! E eu não sei quanto a vocês, mas pra mim o que é pior de ser soldado é uma sequência dupla de pinos. A barra de terminais no canto direito da placa, usado para expansão, é uma prova inconteste de como preciso praticar solda: Fiz e ficou uma b*sta, tanto que um amigo, quando viu, não aguentou e foi lá refazer, tornar a solda ali menos pior. Mas conto essa história no próximo post da saga.

zinabre no soquete.
Falando em soquete, olha só o zinabre nesse soquete “novo”!

Mas voltemos ao VDP: Todos os soquetes que usei no Omega, são torneados. Sempre me falaram que os soquetes torneados dão menos mau contato, são melhores, mais rígidos… Mas ninguém me disse que eu teria que entortar as pernas do chip para dentro, para entrarem nos soquetes torneados. E o medo de quebrar uma perna de um chip? Lá vou eu, cheio de tato, usar uma chave de fenda para puxar as pernas para dentro para poder colocar corretamente nos soquetes… E foram cerca de 40 chips. Ô tarefa chata! Mas fiz. Claro que teve chip que não entortei a perna da maneira certa, enfiei no soquete e… A perna do chip dobrou pra cima. Desespero, tira correndo, desamassa… Felizmente não quebrou. Como disse: Para quem não sabe, qualquer erro é um problemão.

E aí eu vou pro último soquete, que era… Estampado. Quando comprei o VDP, esse meu amigo me mandou o chip com um soquete estampado. Nele, não há a necessidade de ficar corrigindo perna torta de chip. Mas em compensação, tem fama de dar mau contato. Bem, paciência, vamos lá… E aí, eu cometi o erro de tirar o chip do soquete. Eu deveria ter soldado o soquete com chip e tudo. Mas não, o tonto aqui tirou o chip. O resultado está na imagem aí embaixo:

Olha ali, no U3. Perdi duas “pernas” do soquete. Desespero. Pânico. Pavor. Comento o fato no grupo do Telegram, e me perguntam:

“- Mas por que você tirou o chip do soquete?”

“- Porque eu sou burro, ora!

Gargalhadas gerais, sugeriram uma gambiarra para resolver… Mas eu consegui de forma quase inacreditável encontrar as duas pernas perdidas, colocar no lugar, colocar o soquete e… Soldar ele na placa. E acho que ficou uma solda muito boa.

Acho que o maior medo de quem está aprendendo a soldar é saber quanto tempo devo ficar com o ferro na posição. Se ficar pouco, não solda direito. Se ficar muito, penso que vai queimar. E aí, como saber quando parar? Mas essa solda até que ficou boa. E soldei os 64 pinos numa velocidade até que razoável.

E nesse ponto, posso dizer que o Omega estava completamente montado. Aí eu teria que ir para os testes… E bateu aquele medo, porque uma certeza eu tinha: Ele não iria funcionar de cara. Então aí eu precisaria da ajuda de algum amigo que entendesse mais de eletrônica do que eu. E a placa ficou guardada por um tempo, até ter a oportunidade… Mas aí eu conto isso no próximo relato da saga. Mas já vai sabendo que esta parte terá final feliz, com o Omega ligando e funcionando.

Para fechar, vamos a mais algumas fotos:

Tá ficando legal, né? Quase lá…

E last but not least, algo que eu queria compartilhar com vocês, que é a planilha dos componentes. Antes, alguns esclarecimentos:

  1. Planilha no Google Drive. Vocês todos poderão olhar, baixar a planilha, fiquem a vontade. Mas não poderão alterá-la. Sorry pals… Querendo adicionar algo, falem comigo que aí a gente vê essa parte.
  2. Na ordem: Tipo de componente, descriçã́o do item, quantidade, custo por item, custo total, origem, a URL e alguma observação.
  3. Os preços estão em reais, mesmo quando o componente está disponível numa loja estrangeira. Os valores não estão lá muito corrigidos pelo dólar… Mas coloquei o valor de ontem.
  4. As URLs correspondem aos itens, mas já aviso que nem todos os itens eu comprei em lojas que estão lá. Por exemplo, não comprei nada na UTSource, mas adquiri os PSGs na AliExpress (o VDP também tem lá disponível para vender). Mas posso garantir que comprei vários dos itens na Tiggercomp, Baú da Eletrônica, Solda Fria (melhor nome de todos), Multcomercial e outras lojas. Mas essas URLs já ajudam muito a vocês procurarem os itens.
  5. Tem coisa que comprei em loja física, tem coisa que encomendei na Mouser, tem coisa que veio da AliExpress. Tem um pouco de tudo.
  6. Tem item sem URL. Alguns eu já tinha em casa, como o receptáculo da bateria e alguns componentes discretos. Mas é minoria. Outros eu comprei em lojas físicas, no Rio e em São Paulo.
  7. Essa planilha que vocês poderão ver é uma cópia da planilha original. Ainda tem muita coisa a ser preenchida, mas é porque aí eu teria que pegar o e-mail dos editores, liberar a edição, só deixar a leitura para outros… Melhor fazer uma cópia.
  8. E se alguém quiser realmente montar o Omega e tiver interesse em participar do grupo, mande um sinal de fumaça que eu posso enviar o link do grupo no Telegram. Entenda que eu não vou torná-lo público aqui, para não encher o grupo de curiosos e pessoas que só queiram ver a montagem do dito cujo. A ideia é manter um grupo pequeno e interessado em montar.

Portanto, vocês pediram e o link está aqui. No futuro pretendo colocar essa planilha vinculada à outra planilha. Logo, qualquer edição que fizermos na original, vocês terão aqui.

E nos vemos na próxima parte da saga, com o Omega finalmente dando sinal de vida! Até lá!

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

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