E como foi o encontro do Canal-3 do Rio?

Depois do encontro do Canal-3 São Paulo, o encontro do Rio acabaria sofrendo uma repaginada. Quer dizer, teria que deixar o formato de encontro de amigos para algo maior. Entenda que não há nada de ruim em ser um encontro de amigos, unidos em torno de alguma coisa. As MSXRio ocorrem assim há tempos, e funcionam muito bem, obrigado. A questão é que a régua foi colocada lá em cima, depois do encontro do Canal-3 de São Paulo, que não teria como ser diferente.

Então, o encontro que seria em setembro foi remarcado para o dia 11 de dezembro, e ocorreria na quadra esportiva do clube Casa de Açores, na Avenida Melo Matos, 25, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro.

Os ingressos foram colocados à venda anteriormente, sendo que quem comprasse antes, pagaria menos. Obviamente foi o meu caso, comprando meu ingresso ainda em outubro. Agora havia um Manual do Expositor, dizendo sobre como deveria ser o processo de organização dos estandes… E vimos o preço dos mesmos. Ugh, dolorido. Na conversa com o responsável por essa parte da organização, o Bruno Maimone, falei que declinaríamos de ter um estande, visto que o custo seria alto demais para nós – e tradicionalmente vendemos poucos itens nos encontros do Canal-3. Mas o Bruno nos isentou de pagar pelo estande:

Seguinte… a gente sabe que o Retrópolis é super parceiro e vocês possuem muita coisa legal… Que tal combinarmos de termos uma exposição bem legal de vocês, e a gente aqui subsidia a mesa? 🙂 Ou seja, ficamos com uma exposição super bacana e ao mesmo tempo vocês levam os ítens de vocês para vender lá, com a tranquilidade de não terem prejuízo!
A ideia é termos parcerias super fortes e crescemos todos! Vejam aí o que acham… e me avisem! 😉

Falou em grátis, a boca chega até a salivar. Claro que topamos – e somos eternamente gratos ao Bruno pela força. Então, montamos nossa pequena operação para lá estarmos. Como era tudo muito novo para todo mundo, algumas coisas estavam confusas: Onde seria o estande? Qual seria o tamanho? Onde seria a área de exposições? E a área de vendas? Várias dúvidas tínhamos antes mesmo do evento ocorrer. No final das contas, resolvi combater o estresse de alguns com essa fala aí do lado. Na hora a gente resolve. Quem diria eu, um controlador nato, falando isso… Mas foi assim que fizemos.

E lá fomos nós, no dia 11 de dezembro, acordar de madrugada (sim, me acordaram às 05:30!), pegar o carro, pegar os caronas, rumar para o local. Credenciamento, mesa… Aí entendemos tudo. O estande era maior do que eu imaginava (2 mesas). Estávamos do lado do amigo Franclim, do Odyssey Clube. Não tinha uma tomada funcionando ali perto do nosso estande (com o nosso banner marcando onde estávamos) e a área (bem menor) de exposição faltando espaço para por o MSX que eu trouxe (no caso, o OCM com o último firmware liberado pelo KdL). Foi providencial ter trazido uma mesa pequena que eu tenho, então criei o espaço para por a saboneteira mais cara do mundo, ao lado do Master System com o cartucho FM da Namikon e do PC Engine Duo (tudo por conta do João), e ainda o Atari 800 XL do Juan.

Então, finalmente… Como foi o evento? Antes de tudo, foi QUENTE. A data é bem ruim para eventos desse tipo. Por mais que fosse num espaço amplo e com telhado alto (afinal, é uma quadra de futebol de salã́o), o espaço estava muito, mas muito quente. A circulação de ar não é boa, estava bem cheio (principalmente de manhã) e estamos numa época do ano onde 35 graus Celsius é um fato consumado na Cidade Maravilhosa.

Tirando o calor, o evento foi 80% vendas e 20% exposição. Nosso ouvinte e amigo (quase um pleonasmo) Marcelo Sávio levou parte da sua coleção do estranho, do bizarro e do inesperado para expor no evento. Logo, no álbum de fotos do evento (que depois aumentará ao longo do tempo), há fotos de videogames como o Channel-F, da Fairchild; um videogame no estilo Pong, feito na antiga União Soviética; um Odyssey (o original, que completou 50 anos e falamos dele num Repórter Retro agora em 2022); uma TV argentina com um Pong embutido e até um Coleco Adam, o microcomputador que analisamos brevemente no longínquo episódio 13. E sim, a opinião continua: Ele continua sendo um fracasso.

Havia muita coisa exposta, com destaque pra Melanie, a carioca Rainha do Dreamcast (o título fui eu que dei, tá?) e que teve uma solução genial para vários videogames: Adaptou um circuito interno para alimentação, com uma porta USB-C no videogame. Logo, bastava colocar um cabo USB-C e um carregador velho de celular (todo mundo tem um perdido em casa) para alimentar o seu videogame. E se fosse possível, ela tascava uma saída HDMI no bicho. Você pode ver no vídeo abaixo, o que ela fez em um Atari 2600.

E haviam muitos itens expostos à venda: Videogames de todos os tipos, cores, sabores e etnias, usados e até alguns novos; adesivos, chaveiros, bonecos cabeçudos Funko, placas… E também jogos homebrew para Atari e Odyssey. Levaram o Pac-man pro espaço, tiraram Roderick Hero da aposentadoria e levaram ele também para o Odyssey. Aliás, dois jogos lançados para o Odyssey, entre eles um jogo feito pelo nosso chapa Luciano Clemente, um “clone” do Mr. Chin, para MSX (sem ofensas!).

Também haviam jogos para plataformas novas sendo expostas lá, como o Soph Star, do nosso amigo Rafael Lima, e o jogo novo do Alfredo “Junix”, do finado NGCast, que trouxe logo um arcade para quem quisesse, jogá-lo logo ali (Alfredo, desculpe mas esqueci o nome do seu jogo!). E é muito bom rever gente que a gente não vê faz tempo, ainda mais cum uma pandemia no meio do caminho.

E com isso, uma das coisas que mais fiz nesse evento foi conversar. Vez por outra passava alguém no nosso estande, me via, parava e conversava um tanto. Alguns realmente passaram ali, conversamos e depois eu fiquei me perguntando: “Mas qual é o nome dele mesmo?” Desculpe se não lembro do seu nome, mas dê um desconto, eu conheço umas 200 pessoas novas por ano, sou professor…

E finalmente, sobre as vendas… Olha, vendemos mais do que esperávamos. E por falta de certos tamanhos de camisas, não vendemos mais. Mas 2023 vem aí e vamos renovar o estoque, então teremos mais material para venda. Em resumo, o evento foi muito bom, muito divertido. E até eu me dei bem, vendi uns cartuchos de MSX que eu tinha para vender, vendi um Playstation 2 em 2 vezes para um amigo (ele ainda não pagou a 2a parcela, mas eu sei onde ele trabalha, heheheh)… Enfim, foi bom para todo mundo. Apesar do calor.

Se você chegou até aqui e quer ver as fotos (e os vídeos), clique aqui para abrir o meu álbum do Flickr. Aqui no site coloquei apenas algumas das fotos, mas com o tempo, irei adicionar mais fotos no álbum. Mas abaixo temos um vídeo com uma visão geral (e bem rápida) do evento.

E o evento atendeu às expectativas? Olha, para mim, sim. Gostei muito, foi bem divertido. Muito calor, é verdade. Muita gente, o que é bom. Espero que os próximos sejam ainda melhores. É um novo formato para o encontro do Rio, então espero que as arestas sejam aparadas e os próximos sejam ainda melhores. E com isso fechamos o calendário de eventos retrocomputacionais em 2022. E que venha 2023!

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

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