Esta postagem não pretende explicar tudo o que ocorreu na RetroRio 2023, mesmo porque vocês ouvirão o Repórter Retro 093 (spoiler!) onde falaremos um tanto sobre o evento. Mas gostaria de ressaltar alguns fatos a respeito, que eu acho que são relevantes serem mencionados. Ah, antes de tudo, se você quiser se antecipar e ver o álbum de fotos (e vídeos), pode clicar na imagem aí de cima que eu já coloquei o link ali. Em particular, coloquei um vídeo de 3 minutos que eu mesmo fiz, fazendo uma caminhada pelo evento, bem devagar, para que todo mundo possa ver como estava ocorrendo tudo.

Este relato estou fazendo de cabeça, então ele não exclui o relato que você ouvirá no RR 093. Mas recomendo que leia, tem coisas que lá foram faladas e aqui não, e vice-versa.

Bem, esse relato acabará sendo uma prévia do relatório pós- evento, que eu estou escrevendo (ainda), então como algumas (muitas) coisas não são segredo para ninguém, vamos soltar algumas aqui.

Primeiro, vamos aos agradecimentos:

1. Este foi o primeiro evento onde abrimos espaço institucional para o retrogaming. Logo, tivemos quatro estandes do povo vendendo itens relacionados a “videogame velho”. Foi algo novo para nós, e pelo visto deu certo: Nas conversas que tive com os expositores (como o Diego Rodrigues Gomes, esse sujeito simpático que está aí do lado), as vendas foram boas. Para a gente, foi uma experiência nova, que pretendemos incrementar no próximo ano. Meu obrigado ao Diego, à Melanie Gama, ao Franclim Masiero (que está tentando viver da sua arte) e ao Antonio Neto, que acreditaram na nossa “probosta” e vieram vender seus itens no encontro.
2. Mas falando só deles, não dá. Então, eu também agradeço ao José Roberto F. Palermo e ao Saint-Clair Chaves, que também trouxeram seus itens para vender, e também expuseram alguns itens interessantes para expor, como um PC Engine (José Roberto) e um Sanyo AX-170 (Saint-Clair).
3. E é claro, meus agradecimentos a todos os outros expositores, que participaram ajudando no aluguel das mesas. E aí, como não mencionar Augusto Baffa, Edson “sucochip” Pereira, Fábio Peixoto, Flavio Bessa, Gustavo Rybarczyk, João Cláudio Fidélis, Juan Carlos Castro, Manoel Neto e Marcelo Goulart Correia… Valeu muito a ajuda de vocês.
4. Por último, agradeço a todos que colaboraram com a cantina. Todo o lucro arrecadado na cantina será revertido para a campanha do Esforço Nacional de Missões (ENAMI), onde o Exército de Salvação (que tem cedido espaço no Lar do Méier para termos MSXRio e a RetroRio desde 2015) no Brasil ajudará o trabalho do Exército de Salvação no Mali, um país pobre na costa oeste da África. Se vocês quiserem saber mais, eu coloquei um link aí em cima falando do ENAMI de 2022, mas basicamente… Nada mudou. E eu posso dizer que foi arrecadado mais de R$ 485 na cantina, nos dois dias. A ponto de que no início da tarde de sábado, a cantina foi fechada: Não tinha nada mais para vender, comeram e beberam tudo!

Coisas que deram errado, outras que deram certo, e como tudo aconteceu.

1. O credenciamento foi mais complicado e confuso do que a MSXRio, que foi o evento anterior. Pensamos em facilitar, e piorou. Estamos pensando em outra maneira de fazê-lo de forma mais eficiente.
2. Aliás, já vimos que foi um erro fechar o credenciamento uma semana antes do evento. Provavelmente, no próximo, fecharemos o credenciamento de expositores, e vamos deixar o credenciamento de participantes aberto até o fim do evento.
3. Como os expositores pagaram pelo Sympla, o dinheiro (menos a comissão deles) está lá retida, e no momento em que escrevo esse texto, não sei se eles já transferiram o dinheiro (o prazo se esgota em 12 minutos).
4. Agora, a ajuda de um amigo carismático e bem-humorado ajudou muito na recepção de quem chegava – apesar dele ser paulistano. Isso deu muito certo. Já houve a sugestão de promovê-lo a embaixador de Retrópolis na capital paulistana, mas a sugestão é não falar isso para ele, para que ele não fique muito cheio de si. Entendeu, velhinho?
5. O Facebook nos trollou. Nosso subsecretário de Comunicação, o David, estava desesperado com os problemas que a campanha de impulsionamento estava tendo, então é possível que muitos não tenham ficado sabendo do evento por conta desse problema. Chato é que gastamos um dinheiro no impulsionamento, mas não deu certo – justamente porque algo mudou na rede social do Zucka e o alcance foi cortado.
6. No financeiro, no frigir dos ovos, o evento não se pagou, e tivemos um prejuízo de cerca de R$ 200. Calma, não é caso para desespero. O grupo MSXRio tem dinheiro em caixa para situações como essa, e o que temos está lá justamente para patrocinar eventos como esse. Se você compra uma camisa do grupo, manda uma doação pro Retrópolis ou ajuda no aluguel de mesas em um evento, você já está ajudando. Claro que alguns ajustes terão que ser feitos, mas se o evento se pagar sempre, estamos felizes. E como já tivemos eventos onde o lucro foi bem maior do que o gasto, então está tudo certo.
7. O estresse foi grande, como todo evento. Muita gente se credenciou mas não veio ao evento – um monte de crachás impressos e sem uso – serão reaproveitados para os próximos eventos. E eu quase não parei na frente dos meus micros para curti-los: Era bebedouro entupido (foi desentupido), era rede wi-fi que caiu e não voltava (mau contato na tomada), era credenciamento brigando com a impressora (afinal, elas são o que são), era cantina com demandas… Não parei quieto. Dispensável dizer que no domingo eu estava um trapo velho e sujo, de tão cansado.
8. Mas dessa vez usei a cabeça, e levei micros que poderiam ser práticos e assim entreter as pessoas. Então levei um MSX 2 da Yamaha (YIS-604) com módulo SFG-05 (que contém um chip compatível com o OPM), levei muitos arquivos VGM prontos e botei pra tocar. O Yamaha foi uma jukebox de músicas de jogos por dois dias. E o pessoal gostou. Aliás, montei um script em shell (Linux, claro) que faz todo o serviço sujo: Basta passar pra ele o nome do diretório e a URL do site VGMRips, que ele: baixa, descompacta no diretório certo, descompacta os VGZ , passando tudo para VGM, renomeia para no máximo 8 caracteres, cria o DESCRIPT.ION (macete pros nomes longos, tem um utilitário pra MSX, chamado ddir, q lista os nomes e as descrições), cria um arquivo batch chamado PLAY.BAT onde você executa e ele toca tudo com o VGMPlay, do Grauw. Aliás, gostei tanto que estou escrevendo esse texto ouvindo VGMs do chip YM2413 (o OPLL, ou MSX-Music), sendo executadas por um MSX. Poderia ser no PC? Sim, mas eu decidi ser mais r00tz.
9. Outra estratégia que deu certo foi levar o OCM, a saboneteira mais cara do mundo, e o pai de todos os MSXs em FPGA. Instalei o firmware mais novo tem um tempo (agora é MSX++ no boot, a pedido do Nishi) e aproveitei da velocidade dele para logar no Titan’s Orbit BBS, do Flávio Bessa. Aliás, lembram da FidoNET, q falamos lá no episódio 103, sobre BBS? Então, ela continua na ativa. E o Flávio é o coordenador da FidoNET no Brasil. Se vocês olharem as fotos, notarão um diálogo a lá Bate-Papo do UOL (ou IRC, como queiram) entre o meu OCM e o Baffa-2+, do já citado Augusto Baffa. Até a cantada é retro.
10. Aliás, impressionante o trabalho do Augusto Baffa, que, além do seu computador em backplane (é um MSX 2+ agora, gente!), agora trouxe dois equipamentos em gabinetes assemelhados como terminais. Só para vocês saberem, ele imprimiu tudo na impressora 3D dele, e ele tem quatro desses. São seis partes, e se somar todo o tempo, deve ter levado umas 6 semanas para cada um. Sim, seis semanas. Mas o resultado ficou lindo!
11. Sentimos falta de Apple II, já que o Marcelo Sávio (nosso chapa e maior fã das criação de Steve Wozniak por essas bandas) não pode ir. Mas tivemos Amstrad CPC 6128 (Não é a telha verde, o 4164, é o modeloque tem drive de 3″ embutido); MSX 1, 2, 2+ e Turbo-R; Amiga e Atari ST (com direito a cenas hilárias); alguns PCs velhos (redundância) rodando Doom e Warcraft II… Em rede; dois Matra Alice, um ZX-80 da Sinclair, uma placa de desenvolvimento da Intel, o SDK-85; dois CP-400 (CoCos apareceram, viva!); dois PC-Engine; um Sharp MZ-800 (o que deixou certo participante dessa equipe bem tentado)… Eu devo estar esquecendo de algo. Well, whatever.
12. Ah, também levei alguns livros pro pessoal folhear e ler… Mas não, gente nenhum está à venda. Um deles (o Art of Atari) está disponível na Amazon (comprei lá). O catálogo árabe veio dos Emirados Árabes Unidos, o catálogo japonês veio do (adivinhe?!) Japão, assim como a caixa do MSX-DOS Tools. Mesmo assim, alguns queriam comprá-los. Como disse um amigo nosso, “Ah, mas já está aí, né? Mais rápido do que esperar a Amazon entregar“. Vou por um preço de R$ 10 mil em cada exemplar no próximo evento que eu os levar, é o jeito!

E o futuro?

Como alguns sabem, o Lar do Méier se tornará em um centro de conferências, então as obras já começaram: Quem esteve no evento na sexta, dia 9, deve ter visto o administrador do local (Major Ricardo Iung) junto com um empreiteiro falando sobre como seria feito a obra, o que era necessário, etc e tal. O alambrado do campo de futebol foi tirado, e já estavam trabalhando com tanto afinco que a tubulação de gás foi perfurada por uma britadeira… Mas foi rapidamente resolvido.

Logo, creio eu que não poderemos usar o espaço até 2025, pelo menos. Claro, é um chute meu. Pode ser antes, pode ser depois. Mas como obra é como Comissão Parlamentar de Inquérito, você sabe como começa, mas não sabe como termina… Vamos ver.

Então, estamos oficialmente em busca de outro espaço para termos a 2a MSXRio de 2023, no fim do ano, e os eventos em 2024. Temos alguns locais possíveis, mas aí temos que conciliar tudo. E é uma pena, porque todo mundo gosta do espaço do Lar do Méier, todo mundo sabe chegar lá, etc. Mas era algo previsto, então esperamos poder voltar em breve. Então… Tens alguma ideia aí?

Se você chegou até aqui, obrigado por ter lido, por ter ido, por ter visto as fotos, por ter ouvido o Repórter Retro 093 (se você leu isto aqui depois de 28 de junho)… A gente faz porque gosta. E o melhor pagamento que temos é ouvir várias vezes: Excelente evento, muito bom. Parabéns. É por isso que continuamos fazendo encontros e eventos como a MSXRio e a RetroRio.

PS: O Sympla pagou. Ufa.