Que fique bem claro: não é aquilo que os brasileiros conhecem como Odyssey. É o antecessor dele, de 1972, que nem microprocessador tinha e estava mais para telejogo que para console como o conhecemos. Se bem que já usava cartuchos. [UPDATE] Falando nisso, o nosso leitor Carlos Bragatto nos mandou uma foto de placas de cartucho de Odyssey. Só melhora. [UPDATE*2] Mestre Jecel explica o funcionamento do circuito.
Em algum lugar aí dentro (clique para ampliar) tem que ter um circuito integrado. Tem que ter. Mas… não tem! É tudo com transistores! Se não acredita em mim, vá neste site e veja os diagramas com seus próprios olhos que a terra há de comer.
E quanto aos cartuchos, você pergunta? Ora… são meros contatos que configuram o movimento da bola e a detecção de colisão. O negócio todo é assustadoramente minimalista. Nestes tempos em que até um abridor de porta de garagem tem mais poder de processamento que todos os computadores do mundo de 50 anos atrás, é difícil imaginar como conseguiram gerar imagens interativas em uma tela só com essa quantidade ridiculamente pequena de eletrônica. Mas conseguiram. A foto abaixo é cortesia de Carlos Bragatto.
De um lado, temos o jogo 7 (Vôlei) e de outro o jogo 8 (Basquete).
O cara era macho pra c@ralho! Ele também fez o Simon(Genius da Estrela por aqui)!!
Esclarecento para os nossos outros 16 leitores, estamos falando de Ralph Baer: http://en.wikipedia.org/wiki/Ralph_H._Baer
O site http://www.pong-story.com/odyssey.htm é uma das melhores referências sobre o Odyssey.
Tem uma página interna que mostra a função de todos os módulos: http://www.pong-story.com/odymodul.htm
Tem coisas como módulos de flip flop, módulos de sincronismo horizontal e vertical, de RF, etc.
Olhei o esquema e é suficientemente simples que dá para explicar neste reduzido espaço. O circuito básico é um inversor com atraso feito com um transistor. Você dá um pulso na entrada e um tempo depois a saída muda (ou ela muda na hora e depis de um tempo volta ao que era – eu teria que olhar o circuito com mais cuidado para ver qual é o caso).
Cada plaquinha tem quatro destes: um cuja entrada é o sincronismo horizontal e a saída vai para outro destes e um terceiro cuja entrada é o sincronismo vertical e a saída é o quarto atrasador. Quando o primeiro e terceiro circuitos foram acionados mas o segundo ou o quarto ainda não a saída é ativa. Isso corresponde a um retângulo branco na tela. Controlando os quatro atrasos temos: posição horizontal, largura, posição vertical e altura.
Repetindo este circuito seis vezes temos: jogador 1, jogador 2, bola, sincronismo horizontal e sincronismo vertical. Existem ainda dois registradores para guardar dois bits: a direção da bola e efeito (“english” é o termo usado no tenis). Os cartuchos ligam os vários elementos de maneiras um pouco diferentes para cada jogo. É algo como a programação do ENIAC com paineis de fios.
As duas placas da foto do Carlos parecem iguais. Imagino que um lado e outro da explicação são lados (não faces) da mesma placa. Você coloca de um jeito e tem o jogo 7 e ser vira a placa de ponta cabeça tem o jogo 8, certo?
Correção: os circuitos de sincronismo horizontal e vertical precisam de apenas dois atrasadores. O circuito chamado “spot generator” com quatro atrasadores é usado quatro vezes: jogador 1, jogador 2, bola e parede (que faltou na minha lista anterior – eu falei que eram seis!).
eu tenho um !
completo, mas sem a caixa, com a espingarda, 5 cartuchos, os controles……
Ganhei de presente de um amigo, que sabe que gosto de coisas antigas !
Fico muito feliz por você e garanto que não nutro qualquer ponta de inveja, pois estou acima desses sentimentos mesquinhos.
Já um um desses bichos com os “cartuchos” originais trancafiados em resina (pra durar mais, sabe? 😉 ).
E com os overlays originais que se colava no tubo da TV! Em duas versões: 14 e 20″