Então, com base no efeito Dunning-Kruger, comprei um novo ferro de solda. Eu já tenho um ferro de 30 Watts, que tem me acompanhado nessa (curta) vida de queimador de estanho. E na AliExpress (sempre ela), encontro um ferro de solda de 80 Watts, com controle digital de temperatura. Me animei e comprei. O preço estava bom, e me pareceu uma boa pedida.

O ferro é esse aí do lado, e esse é um dos conjuntos disponíveis, como por exemplo, diversas pontas – umas são melhores para – tentar – soldar SMD, outras são melhores para dessoldar componentes… Nesse kit vem também um rolo de solda, um suporte mixuruca e a esponja vegetal para limpeza. Meu kit era o ferro de solda e as pontas, apenas. Não peguei o resto porque realmente não precisava.

E o ferro em si, com controle de temperatura no corpo dele. Botões, um display simples… Achei melhor do que comprar uma estação de solda. Não, eu não soldo tanto assim que justifique ter uma estação de solda. Sou muito pragmático com o uso do meu dinheiro (até parece…). Mas, voltando ao ferro: O acabamento é muito bom, o ferro é muito sólido no tato, não é pesado… E esquenta muito rápido. Enquanto o meu Hikari de 30 Watts demora alguns minutos para esquentar, esse aqui pode lhe dar uma queimadura na mão (ou em outra parte do corpo) em questão de segundos. Muito bom, né? Sim, muito bom para quem sabe o que fazer com ele, o que não é exatamente o meu caso.

Comprei um ferro de 80 watts devido ao conselho de um amigo, muito mais habilidoso do que eu no manejo do ferro de solda. Ele me disse: “É bom ter um ferro de solda que seja quente que nem o inferno, para soldar mais rápido“. A alegação é justa: Maior potência, passa mais calor para a peça, solda mais rápido. Só faltou combinar com os russos, ou seja, a minha parca habilidade manual.

Alguém pode perguntar: Ei, mas não tinha um ferro de solda de menor potência? Pois é… O de menor potência eram ferros de 60 Watts. E depois dessa lambança toda é que me falaram que um ferro de 30 Watts seria o ideal para o que eu estava fazendo. Ou seja, só se eu tiver bem mais habilidade, valeria a pena um ferro de solda de maior potência.

Quanto a tragédias, vocês sabem que para ocorrer, é preciso uma tempestade perfeita. Juntando o ferro e a minha pouca habilidade, também teve o problema do conector de teclado.

Se vocês verem nas fotos que eu coloquei nessa série de posts, verão que coloquei o conector header de 16 vias e 180 graus, em vez do conector semelhante, de 90 graus. Logo, cometi esse erro. Na lista de materiais, estava certo e eu errei. O motivo é simples: O conector ficaria virado para cima, e com isso não conseguiria fechar o gabinete. Eu teria que trocar o conector para um de 90 graus. Abaixo você tem os conectores, o de 90 graus e o de 180 graus.

Perceberam a diferença? Pois é… Então, era preciso dessoldar o conector da direita e soldar um novo. Saí a campo para comprar o conector, e resolvi usar o ferro de solda novo para dessoldar o conector antigo e soldar o novo. Só que o meu maior problema é saber a hora de parar de esquentar a peça para tirar. A ansiedade de ver tudo pronto é sempre um problema para mim, seja na pintura hidrográfica, seja no retrobright, seja na pintura com spray ou na solda: Eu simplesmente não sei o momento de parar. E normalmente eu acabo parando muito antes ou muito depois.

Mas, como vocês podem imaginar, minhas habilidades motoras não são nada boas, e minha experiência com ferro de solda é muito aquém do que deveria ser. E o resultado é esse aí embaixo:

Olha só como ficaram as ilhas. O resultado foi que eu afundei três ilhas (hehehe) no processo de dessoldagem, o que é uma tremenda de uma k-gada. O teclado funcionava todo errado. E aí, como resolver? Bem, lá vinha o encontro de MSXzeiros em Jaú, em novembro de 2022. Primeiro encontro pós pandemia. Devido  um evento (o Congresso do Centenário do Exército de Salvação no Brasil), só pude estar lá nos últimos dias. E o amigo Marcos Antônio se prontificou a corrigir o meu erro.

Claro que deu trabalho. Afinal, amigo é aquele que você coloca na roubada, pois o inimigo você não quer nem de perto. E dessa vez, eu coloquei o amigo na roubada. Com a ajuda de um microscópio, o Marcos consertou o meu erro (deu trabalho), ressoldou o conector e o Omega voltou a funcionar corretamente.

Aqui você vê o Omega parcialmente montado no gabinete de acrílico, com o cartucho de diagnóstico iBolit, criado pelo Russian Bear Service Crew, funcionando. E como sempre, mais fotos estão no nosso álbum de fotos da montagem do Omega, com mais 10 fotos que adicionei de todo o processo até aqui.

E o ferro de solda assassino, como fica? Bem, está de lado no momento. Peguei o bom e velho ferro de potência mais baixa e recoloquei na bancada, voltei a usá-lo. Mas depois vou praticar com esse ferro mais potente, em placas onde posso cometer danos sem receios, até perder o medo… Ou arrumar queimaduras no processo. Uma já está aí do lado.

Bem, com isso se encerra toda a montagem desse dito cujo? Não, ainda quero falar sobre as alterações que fiz no gabinete (em progresso) e dois adendos, a placa de fonte e a placa de FM, ambos projetos do grupo MSXMakers. No mesmo encontro de Jaú, com o mesmo amigo que consertou a minha k-gada, comprei ambas as placas. E aí começou a complicação para adquirir os fusíveis rearmáveis (dica: Só achei na AliExpress) e os chips para a montagem da placa FM. Minha ideia é por o Omega num gabinete pouco mais alto do que o gabinete original feito pelo Kiselev (5 mm acima), mas com a fonte embutida, assim como o FM. Não colocarei a placa com expansão de 4 Mb porque francamente… MSX não precisa disso tudo, a não ser se for tocar VGMs muito grandes. E isso geraria uma sobrecarga maior na fonte.

Espero ter novidades para breve para vocês, e certamente terei. Ainda tem uma maquineta de gravação a laser no caminho, umas brincadeiras que fiz… Aí eu conto procês.