[UPDATE] OPINIÃO: Sobre preços altos.

Muita gente reclama (e com razão) sobre preços praticados por vendedores que estão pedindo quantias exorbitantes por itens que não valem tanto assim. Não darei link para esses pulhas, mas irei comentar o que acho a respeito disso. Se prepare que ficou grande.

A onda vintage

Estamos vivendo uma onda vintage, retrô mesmo. Saudosismo, anos 1980, essas coisas. Como exemplos, poderia listar inúmeros, mas eu me lembrei de que a Estrela relançou o boneco Falcon, hit da criançada no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, a preços que começam em R$ 180 (eu vi a R$ 150 na CCXP). Outro fenômeno muito bacana é o aumento da quantidade de lojas de videogames clássicos (e eu destaco um vídeo muito legal do nosso chapa Mário Lima Cavalcanti visitando a Chrono Games), e por aí vai. Muitos querem surfar essa onda.

Convenhamos, o sonho de muitos não é o fim da violência urbana, conquista da paz mundial… O sonho é ganhar muito dinheiro fazendo pouco. Muitos sonham em tirar algo do fundo do armário, vender e ficar milionário com isso.

E aí você vai no Mercado Livre, e encontra, por exemplo, micros como um MSX Turbo-R (FS-A1ST) por R$ 8000 (sem links), ou um Sanyo Wavy 23 (MSX 2) por R$ 3500, ou ainda um National FS-4500 por R$ 4500. Assustador, ainda mais porque eu paguei cerca de 10 vezes menos por esses itens:

  • Meu Turbo-R é o MSX que está comigo há mais tempo, e em 1997 eu paguei exatos US$ 750 nele. Como naquela época, o real era artificialmente mantido em paridade com o dólar, paguei R$ 750. Se atualizarmos o valor pela Calculadora do Cidadão, obteremos R$ 2598,73, se a correção for pelo IPCA.
  • Meu Wavy 23 eu comprei em 2012, e o vendedor me cobrou exatos R$ 375, com frete incluso. Corrigindo para hoje em dia, R$ 536,24.
  • Meu National FS-4500 (branco) foi adquirido em junho de 2014 (acho), e veio do Japão por um valor de cerca de R$ 450. Com a correção, o valor sobe para R$ 561,26.

Há quem diga que pedir esses preços abusivos é um crime, e esse vendedor desonesto deve ser punido pelos seus “crimes”. Outros dizem q n é crime nenhum, e defendem q o “livre comércio” seja feito. Bem, eu poderia puxar esses dois extremos para filosofias como protecionismo e neoliberalismo, mas n vou me dar ao trabalho aqui – e é bem capaz de eu falar alguma besteira. Mas uma coisa é fato, que há necessidade de regras para limitar o comércio. Agora, quais serão as regras? Quantas regras serão? Quem coloca as regras? Nós não somos aqueles que devem fazer isso.

Análise dos lados

Pra quem é bom?

Primeiro, acho que qualquer um tem o direito de vender o que quiser pelo preço que quiser. Alguns dizem que “todo dia um otário e um malandro saem de casa. Se eles se encontram… Sai negócio!“. Sendo produtos retrô, usados, que não tem reposição (se um micro clássico é destruído, não se faz outro para repor), logo quanto menos no mercado, mais caro ficam. Veja só o mercado de carros clássicos, como os Fuscas subiram de preço. Então, isso pode ser uma oportunidade de lucro. E lucro fácil, é algo q todo mundo sonha – inclusive você, sujeito metido a zen e desapegado de paixões materiais.

Mas ao mesmo tempo, isso é péssimo em vários aspectos. Vamos a eles:

Pra quem é ruim?

Primeiro, é péssimo pro mercado em si. A grande maioria dos vendedores nos sites de venda não sabe o que está vendendo. Aí, vê um cidadão pedindo um preço exorbitante em um micro, e ele acaba sendo seguido por esse que não sabe. Muitos tentam ainda comentar no anúncio do vendedor, mas ele permanece irredutível: O computador ocupou um armário por 20 anos, pode ficar mais 10 ou 20. Vai que eu consigo vender? Vai que cola, né? Só que com isso, o patamar do preço dos micros sobe de forma vigorosa. E como disse, tem muita gente que quer se aproveitar desse momento, “tirar a sua casquinha”. Quantos já não ouviram daquele vendedor que anunciou e vendeu um micro clássico por um preço, enviou, o comprador recebeu e no dia seguinte o comprador anunciou o mesmo micro por um preço algumas ordens de grandeza maior? Já vi o cúmulo, do segundo vendedor anunciar usando as fotos do primeiro! É dose!

O segundo problema envolve quem compra. Pois então, e quem quer comprar um micro desses, porque quer relembrar a infância e a adolescência, porque tem interesse em retrocomputação, essas coisas? Aí ele topa com os preços absurdos praticados por aí (inclusive em comunidade do Facebook) e fica assombrado. Da duas, uma: Ou desiste do seu sonho, ou compra. Convenhamos que, nos tempos atuais, alguém que compra um micro clássico a um preço tão alto, não deve estar se importando muito com dinheiro…

No caso de desistir, ele vai pros emuladores, ou desiste e vai pensar no próximo processador Intel sem SPECTRE ou Meltdown. A comunidade perdeu um potencial membro.

No caso de comprar, ele acaba procurando as comunidades retro, vai, se informa… E descobre que levou um golpe, que foi sacaneado. Aí fica irado, p* da vida, pistola, e sai atirando pra tudo que é lado, queima o lado da comunidade, abandona tudo e dependendo do nível de ira, quebra o micro. Acredite se quiser, acontece. E aí eu lembro da célebre frase do Velho Guerreiro: “Quem não se comunica, se trumbica!”.

Agora, se o comprador que se sente lesado for menos irritadiço, ele pode tentar “recuperar o prejuízo“, vendendo o item por um preço levemente superior ao que ele pagou. Ou seja, propagando e aumentando o erro.

Exemplificando: uma pessoa outro dia ofereceu para um amigo meu uma cópia completa, boxed do jogo Space Manbow, da Konami. Disse que era só pra recuperar o gasto, que precisava de dinheiro, e pediu R$ 1700. HUM MIL E SETECENTOS REAIS POR UM JOGO. Só para vocês terem uma ideia, o meu Space Manbow veio com a etiqueta rasgada, sem caixa ou manual. Mas eu paguei R$ 170. 10 vezes menos. Paguei pulando de alegria.

Logo, para a pessoa que lucrou vendendo a um preço absurdo, está feliz porque enganou um trouxa, ganhou uma grana, etc e tal. Pro comprador, é um diploma de idiotice. E pra comunidade? Isso é uma droga, porque a vítima pode dizer que a comunidade é formada de aproveitadores, safados, ladrões, sem-vergonhas… E sabemos que isso não é verdade. Existem, mas não são maioria. E a comunidade de micros clássicos perde um potencial participante, alguém que poderia somar à comunidade, por causa de um sujeito que sonha em dar um “golpe do baú” em alguém. E vale lembrar que os “golpes do baú” não são ilegais ou criminosos, mas são imorais. Os preços sobem, os vendedores não arredam pé, potenciais compradores não compram porque não são idiotas de pagarem esses valores absurdos… E o mercado empaca. Fica parado.

E o mercado empaca também para nós, colecionadores e compradores. Afinal, tudo o que agora podemos adquirir, e sonhávamos enquanto crianças e adolescentes, agora é mais próximo: Temos nosso sustento e condições para comprar, mesmo que não tenhamos muito dinheiro agora. Mas é certo que temos agora mais do que tínhamos enquanto éramos dependentes financeiros dos nossos pais. E aí, a gente vai comprar, e os preços estão irreais. O vendedor vê os preços e sobe ainda mais o patamar (que está virando na verdade um sarrafo). Os colecionadores terão fatalmente problemas, porque aquilo que podíamos comprar a um preço justo, não será mais viável. Claro, isso vira uma aposta, uma bolha: Ou o vendedor sustenta o preço alto, ou desiste e abaixa-o. Um dia a bolha estoura. Mas como esses vendedores não vivem de micros clássicos, acho difícil que murche tão cedo.

Como resolver?

Não existe uma “polícia do preço”. Não somos balizadores de ninguém, não conseguimos nem fazer nossos cabelos de brancos voltarem a ser pretos de forma permanente (tintura é temporário). E como evitar que isso aconteça?

Bem, o sogro do meu irmão é colecionador de carros antigos. E ele me disse que o mercado de carros acabou, com o tempo, se autoregulando, atingindo um certo equilíbrio. Mas ele me disse também que esse equilíbrio não surgiu do nada, ou do caos absoluto (e nunca surgirá, mesmo porque aí eu teria que contradizer a 2a Lei da Termodinâmica), mas que eles mesmos, colecionadores, ajudaram a orientar os novatos sobre preços altos.

O segredo é esclarecer. Não podemos impor regras? Exato, não podemos. Mas se deixarmos solto, vira algo pior do que a selva. Então, educação é a chave.

Recentemente, alguém me perguntou sobre o valor justo a ser pedido para um MSX Turbo-R GT, aqui no Brasil. Eu fiz o seguinte:

Tem gente que acha que pode bancar a espera desse item ser vendido a um preço altíssimo. Mas tem outros que acham que se pedir mais barato, vende mais rápido – e eu vi isso acontecer. Aí depende do que o vendedor acha.

Eu acho que educação ajuda. Mas nunca nos livraremos dos canalhas (canalhas, canalhas) q cobram caro demais, sempre teremos incautos que caem em “contos do vigário“… Mas alguns a gente salva, pelo bem da comunidade retro. Eu não pretendo comprar mais micros tão cedo, mas posso ajudar aqueles que tem interesse, e fiz isso recentemente (abraço, Victor Setúbal!).

Postfácio: Sobre impostos

Todo mundo fala que tem que contar 60% de imposto em cima do item vendido sempre. Pois então, vou te contar… Eu nunca fui tributado em um valor que chegasse PERTO dos 60%. Nunca. Nunquinha. Never. Neca. E na minha experiência de compra do exterior, a tributação incidiu em cerca de 25% dos pacotes. De cada quatro, um foi tributado. Logo, sugeri pegar esses 60% e dividir por quatro. 15% de imposto. Tem gente que diz que todos os seus pacotes são tributados, mas nunca parou para avaliar se isso realmente é verdade. Tem gente também que manda um baú repleto de itens repetidos, claramente com a intenção de vender, e não quer que a Receita Federal reclame. Mas isso é assunto para outro post.

O último item que eu comprei, e que será visto na próxima MSXRio (aguardemmm) veio por EMS – contra a minha vontade. Ele ultrapassou o limite de cubagem, e ao invés de vir por SEA, teve que vir por EMS. O frete multiplicou por quatro. A Receita Federal é agressiva com tributação em pacotes EMS, então caí na malha fina. Como demorei para consultar o valor no Portal do Importador, o item foi novamente recolhido para reavaliar, e o tributo foi recalculado. Inicialmente eu pagaria 10% do preço FOB do item. Subiu pra 35%.

Cheguei a pensar em tentar recorrer. Eu poderia dizer que ganhei o item e paguei apenas o frete. Mas isso seria mentira, ou seja, errado. E a gente aprende desde criança que mentira tem perna curta. E aí eles poderiam fazer algo pior, como devolver o item ao Japão, tributar em 100%, essas coisas. O departamento VDM (*) levantou a placa acesa com neons piscantes.

A compra foi parcelada ao longo de 3 meses, no mesmo cartão: Item, frete e tributo.O que eu fiz? Paguei o tributo via via cartão de crédito, porque aí eu jogava o pagamento pro mês seguinte, e me rendia pontos pra alugar carro pra ir para o próximo encontro MSXzeiro, em 2018. Ok, o item custou quase o preço do meu notebook novo, mas… Não era um chefe de fase, era o chefe final do jogo.

Exemplificação final

Vi algo do tipo na primeira semana do ano. Minha cunhada com o marido e minha sobrinha favorita do meio residem em São Luís (MA), e estive lá, acompanhado de minha senhora e a outra cunhada, de 31/12 a 6/1. Em 1/1 e 2/1 estivemos em Barreirinhas, cidade que é a porta de entrada dos tão famosos Lençóis Maranhenses.

  • Eu comprei um chapéu australiano (assim vocês entendem) com proteção de orelhas para pesca, por R$ 13. Se não tivesse a proteção, sairia por R$ 10. E tinha um belo bordado na frente, que aqui onde resido, custaria R$ 10 só pra bordar. O chapéu equivalente mais em conta que eu comprei foi no FISL, em 2010, a R$ 20. E sem a proteção de orelhas. Vi imãs de geladeira a R$ 1,50. Muito barato, minha outra cunhada comprou um monte de imãs para presentear parentes e amigas.
  • Em compensação, tinham barqueiros oferecendo um passeio de barco por Vassouras (as dunas), Mandacaru (o farol da Marinha) e a a praia do Caburé, ida e volta, o dia todo por R$ 250, R$ 300 o casal. Como o esposo da minha cunhada (meu concunhado?) é da Marinha, ele conhece todos os barqueiros (já foi lá inúmeras vezes, a trabalho) e negociou com um deles. Ficou em R$ 250 para nós cinco (a Sophia, de 7 anos, não pagou). R$ 50 por pessoa. E ele me disse: “Esse sujeito é inteligente. Ele não ganha individualmente, mas ganha na quantidade. Ele ganha menos por pessoa, mas em compensação, os barcos dele sempre saem cheios“.

A chave é usar a cabeça. E quem não usa, ou não sabe? A gente pode ajudar, ora. Para isso é que serve uma comunidade.

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

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  1. Vixe, esse é um assunto complexo mesmo.

    Um dos problemas que vejo também é que o site mais usado para vender os nossos micros clássicos é aquele que começa com MER… e esse site acaba atrapalhando mais do que ajudando. Explico.

    O primeiro problema é que qualquer um pode vender qualquer coisa, por qualquer preço. Desde que page comissão ao site MER… está tudo bem. O segundo problema é que sempre que der mer… o site MER… fica do lado mais “esperto”. Por exemplo: se a venda foi efetivada, mas o comprador recebeu um micro quebrado, uma carcaça vazia ou nem recebeu o produto, dane-se. Ainda mais se o vendedor usou o sistema do site de envio e o outro de pagamentos. Por outro lado, se o vendedor fez tudo direitinho e o comprador recebeu o produto e depois extornou o valor do cartão de crédito, normalmente o prejuízo fica para o vendedor.

    O ideal é que surgisse um site centralizado, mantido pelas comunidades de micros clássicos (porque velho é o seu PC) que teria um controle mais organizado dos preços desses micros. Uma iniciativa dos colecionadores, pelos colecionadores e para os colecionadores, tanto os das antigas quanto os que querem entrar agora.

    Só para finalizar: e ainda tem gente que quer “viver” de vender micros / consoles clássicos, e isso também é um outro fator para esses preços exorbitantes. Aí chega um ponto que a oferta está mais alta que a demanda e essa pessoa dança.

    Abraços

    1. Oi Robson, pertinente o seu comentário. Existe um documento online (na verdade, um livro em papel mesmo) com uma relação de preços. Achei no Google Livros certa vez, mas não encontrei agora. Seria interessante algum documento que ajudasse a balizar o preço, pras pessoas saberem o q é caro e o q é barato.

      Sobre a centralização no site citado, é difícil conseguir fazer isso em outro. Muita gente vende em comunidades do Facebook tb, já tentaram outros sites, mas o site acima citado é o maior, gostemos dele ou não. Há tempos atrás eu quis fazer um Retroclassificados brasileiro, nos moldes do espanhol. A ideia é que fosse gratuito, com pontuação para vendedores e compradores (meritocracia dentro do site), pra facilitar compra e venda de itens relacionados. O lucro viria de propagandas. Só que eu iria gastar, de cara, uns R$ 1500 com uma advogada amiga pra redigir o contrato.

      Outro problema: É sabido q existem tretas entre comprador e vendedor (como você relatou), e o site é responsabilizado. Afinal, tem gente que cadastra número de rastreamento em sites para acompanhar, e o atraso do pacote é cobrado ao site que acompanha o andar do pacote! O problema é da operadora de logística, do vendedor, sei lá… Mas o site recebe emails (na sua maioria mal-educados) por conta disso.

      Resultado: Desisti da ideia. Muito trabalho pra pouco lucro.

  2. Olá Ricardo:

    Obrigado pelo texto e concordo com quase tudo.

    Gostaria de deixar menu comentário, entretanto, que moro em Atibaia/SP e nos últimos 2 ou 3 anos tudo que comprei acima de um determinado valor (não ser precisar de US$30, US$50 ou US$80) veio tributado. Em 60%. Nada menos.

    Por fim, deixo um link para discussão associada:
    https://www.msx.org/forum/msx-talk/off-topic/msx-on-ebay

    1. Oi Danilo,
      Também moro em Atibaia e até itens de 5 USD que comprei foram tributados nos 60%.
      Sem choro nem vela, tudo que compro é tributado. Já faço a conta separando os Temers da receita.

      1. Ediler e Danilo, isso é estranho mesmo…

        Eu n tenho comprado quase nada no exterior ultimamente, mas tem gente q eu conheço, está comprando e me falou que a tributação passou longe dele ultimamente, nada foi fisgado pela RF. Muito estranho.

      2. O bom é que achamos outra pessoa de Atibaia ligada em retro… 😉

        Vc sabe se existe alguma comunidade ativa na cidade?

  3. Excelente artigo.
    Há algum tempo venho monitorando os preços de máquinas antigas no Brasil e em outros países pois estou aos poucos criando minha coleção.
    Lamentavelmente os espertos de plantão tem sabotado a comunidade extorquindo cifras astronômicas dos desavisados. Até brinquei algumas vezes nos comentários de um X68000 que estava sendo vendido pelo preço de um carro usado. Falei pro vendedor que se ele conseguisse aumentar uns 3000 reais eu compraria.
    Mas o fato é que, como foi citado, o Mercado de carros tem alguns balizadores como a tabela Fipe e outras similares. Acho que a idéia de uma tabela que leve em conta alguma lógica simples como o valor médio dos micros nos sites internacionais acrescidos de tributos e frete normalmente pagos poderia ser um bom começo e serviria de base mais sólida para argumentação com os espertos de plantão.
    Um site de anúncios nacional daria trabalho e custo, de fato, mas uma lista simples num domínio específico para tratar da mesma poderia ser criada sem muito esforço. Manter essa lista atualizada seria o maior trabalho. Mas, para evitar a OPNE (obsolescência por negligência) poderia essa lista ser atualizada automaticamente por meio de algum robô que extrairia informações dos anúncios de sites internacionais conhecidos do Japão, Europa e EUA por exemplo (daria um trabalhinho mas ficaria show pois poderia manter as informações que usou para efetuar os cálculos – o que acabaria com mimimi de muita gente).
    Caso achem a ideia interessante eu mesmo me proponho a ajudar a fazer isso realidade até investindo uma graninha em hosting e codificando nas horas vagas esses robôs.

  4. Excelente matéria, Ricardo.
    Estou passando por isso agora. Estou tentando montar um Amiga 600 e tenho optado por importar as peças, pois a pilantragem impera nos vendedores profissionais de micros clássicos daqui.
    Tem absurdos no ML como um Amiga 600 a R$1800. Daí vc fala com o vendedor que achou o preço muito salgado, tenta negociar um desconto e o cara fica furioso.
    Prefiro importar e esperar meses do que alimentar esses aproveitadores!

    1. Marcelo, isso n é exclusividade do MSX ou do Brasil.

      Olha os preços q estão pedindo no eBay aqui. São simplesmente irreais.

      Mas vc está certo, correndo atrás de preços decentes. Pena q n pode ser aqui, aí vc tem q esperar a entrega, pagar em dólar… Essas coisas. Mas se só tem tu, vai tu mesmo!

      Obrigado pelo comentário. Abraço!

  5. Ricardo,

    Eu tenho sempre uma visão pró-mercado. Só de ver que foi proposto “regulamentação”, já tive até arrepio na espinha!

    Percebi um certo tom de ojeriza à baliza pelo mercado, pela lei de oferta e procura.

    Acho que essa é a única opção: procurar, procurar e procurar. Quando resolvi “reviver” minha adolescência com MSX, procurei comunidades, entrei para listas de discussão e comecei a acompanhar. Vi esse TR anunciado por um preço exorbitante e desisti dele, por motivos óbvios. Acabei comprando um MSX2+. Creio que não foi o mais barato e tenho certeza absoluta que não foi o mais caro.

    O TR tá lá parado. Quem tenta vender por preços irreais, vai ficar com a mercadoria encalhada, seja micro retro, seja carro, seja lá o que for. O mercado se auto-regula. Sempre, em qualquer lugar, com, sem ou apesar de tentativas externas de regulação. A pesquisa exaustiva e procurar comunidades para ajudar a formular uma opinião REAL sobre o preço são as melhores ferramentas para conseguir comprar um micro retro por um preço justo.

    As dicas para olhar no Japão foram ótimas!

    Jayme

  6. Esse problema não ocorre exclusivamente com equipamentos de informática antigos, que já não são fabricados. Façam uma pesquisa sobre equipamentos de áudio valvulados. Sim, eles ainda são fabricados e vocês vão cair de costas com os preços praticados, mesmo na forma de kits para montar.

  7. Ótimo texto, até hoje o mais sucinto sobre essa questão de preços!

    Eu tenho uma regra que me imponho: meus gastos com a coleção retro não podem ultrapassar 20% do meu orçamento mensal.

    Quanto um item que quero muito, pesquiso em vários lugares: amigos (aqui e lá de fora), grupos de venda no Facebook, eBay, lojas virtuais japonesas/americanas/europeus e por ultimo, Mercado Livre (pesquisando bastante). Se o valor nestes lugares forem absurdos, desisto da compra.

    Para trazer itens de fora, nunca compro em quantidade, sempre unitário e com número de rastreio para fugir dos impostos de importação.

    Seguindo essas regras, não caio em armadilhas de espertinhos aproveitadores.