Unboxings de 2014: Pioneer PX-7 (MSX 1 down under)

Caro… E com defeito. Mas teve um final feliz.

Esse Pioneer foi a ferrada do ano, se é que eu posso falar desse jeito. A história começa quando comprei o PX-V60, que veio sem teclado. Bem, parti do príncípio de que a Pioneer fez 2 MSX (o PX-7 aí de cima e o PX-V60), e logo os teclados são intercambiáveis, certo? Sabe de nada, inocente!

Compare os conectores de teclado dos 2 modelos abaixo (cortesia do site favorito do André Tavares, o USB Secret Base)

px-7_front_pow
PX-7 – conector de teclado tipo DIN-13, na frente.
px-v60_rear_keyboard
PX-V60, conector de teclado com 2 carreiras de 13 pinos cada, atrás.

Ou seja, a Pioneer é fudeba! E muito fudeba, a propósito. Pelo que pesquisei, os sinais são os mesmos. No caso do PX-7, como tem a metade dos pinos do PX-V60, o sinal é multiplexado no conector. Ou seja, são 2 sinais por pino. No PX-V60, cada sinal sai no seu pino certo. Em conversas com amigos, descobri que é possível, com a ajuda de um circuitinho feito com esse dito cujo aqui, desfazer a multiplexação de um e jogar o sinal no outro. Segundo me foi dito, funciona perfeitamente bem. Aí é uma questão de fazer o processo.

Mas voltemos ao micro. Esse dito cujo estava com defeito, não estava funcionando corretamente, e eu resolvi me aventurar. O vendedor era um australiano, residente na… Austrália. Sim, da terra dos cangurus e dos coalas, esse Pioneer sobrevoou o Oceano Pacífico para chegar aqui em casa. O vendedor foi muito atencioso e simpático, fez questão de mandar o micro com a caixa original (uau), e tudo que estivesse ao alcance. O problema é que a rota Brasil-Austrália para correspondências não é muito comum, então o frete é caro. Sim, bem caro. Por não sabermos exatamente qual era a melhor opção para envio, escolhemos uma… E era justamente o EMS.

Imagine então o que aconteceu? Sim, fui tributado. Paguei um valor de imposto do qual eu não quero me lembrar (senão choro), e levou muito tempo para ser-me entregue aqui em casa. Claro que incomoda, paguei caro, frete alto e ainda tributado por um micro com defeito? Dose, né? Aí resolvi abrir a caixa…

O micro veio muito bem embalado. Plástico bolha, bem fechado, máquina bem acondicionada. É claro que a Receita Federal fez o seu serviço, então temos de cara um adesivo dos Correios notificando a tributação.

Conforme fui abrindo a caixa, fui topando com a fita da Receita Federal, até chegar na caixa do micro, conforme você pode ver abaixo:

Alguns irão dizer que a Receita Federal é enxerida, e que não deveria ter ido até aí. Mas se nos colocarmos no lugar deles, a gente entende tudo: Eles não me conhecem, não sabem se eu sou um sujeito legal ou não, se a procedência é honesta ou não… Essa inspeção visual deve ter sido feita por conta da forma de envio (EMS), e pelo volume. Quem garante que a minha encomenda não estaria, no lugar do micro, carregada de algo mais ilícito? Nunca se sabe, a encomenda pura e simplesmente não é um atestado de boa conduta. Então não tenho do que reclamar da Receita, principalmente porque, apesar de terem aberto tudo até chegar no micro, preservaram a caixa e o plástico bolha. O micro chegou em ótimo estado, conforme vocês podem ver abaixo:

Infelizmente não funcionava. Note o tempo verbal, pretérito imperfeito. Sim, agora ele funciona! Mas já falo disso a respeito dele. Outra curiosidade é o padrão de tomadas australiano, que vocês já devem ter visto em algum outro lugar:

Sim, é o padrão antigo de tomada de ar condicionado usado no Brasil!

Imediatamente troquei a tomada por uma que fosse do padrão novo de tomadas brasileiro (ou também conhecido como o novo Europlug, já que a Europa está adotando o mesmo padrão de tomadas que nós temos). Guardei a tomada australiana… E a coloquei em uso pouco tempo depois. Explico: Instalamos um ar condicionado no escritório aqui de casa, e havia uma tomada de parede no padrão antigo. Precisávamos de uma tomada para ligar o ar condicionado. Qual foi a usada? Essa mesma aí de cima. E hoje ela está espetada na parede, fazendo o trabalho dela.

Agora, para finalizar, e o micro, voltou a funcionar? Sim. Numa festa da solda, em outubro de 2014, levamos o micro para mexer nele. O processo de desmontagem levou penosos 75 minutos (e você reclamando de desmontar Expert). Nosso amigo André Tavares suspeitou das memórias de vídeo, e foi lá dessoldar, colocar soquetes e soldar de novo.

festadasoldapx7E ali estava o problema: Memórias de vídeo com defeito, e esse sanduíche de placas que você está vendo o André e o Marcelo Schwenchk debruçados é o que inacreditavelmente cabe dentro daquele gabinetinho fino e elegante. O dito cujo funciona, viva!

Agora tenho 2 Pioneer: Um PX-7 completo, que funciona, mas o qual não tenho certeza se funciona com o LD-Player + jogos em LD; e tenho um PX-V60 que eu tenho certeza de que funciona com o LD-Player + jogos em LD. O problema é arrumar um teclado para ele. Se você vir um, me fale, por favor.

Fotos? Aqui tem algumas. Divirta-se!

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.