Para quem não conhece, o SG-1000 é um videogame criado pela SEGA em 1983 que vendeu no Japão e Austrália, teve uma versão “computador” chamada de SC-3000 (muita imaginação) e é pai de um console que fez muito sucesso no Brasil, o Master System. Aliás do SG-1000 ele herdou não só compatibilidade reversa como também seu nome de batismo, SG-1000 Mark III.
Do ponto de vista do hardware ele é bastante parecido com o Colecovision e, por consequência, também bastante parecido com a primeira geração dos MSX. Aliás fato tão notório que no Japão a própria SEGA converteu títulos do SG-1000 para o MSX como Doki Doki Penguin Land, Gulkave e Zoom 909 (em tempo, o RicBit também realizou conversões para MSX: Girl’s Garden e N-Sub).
Aparentemente a conversão é tão simples que pode ser automatizada e foi assim que um japonês que atende pela alcunha de Tiny Yarou criou o SG2MSX. E o que o SG2MSX faz? Simples, carrega na memória do MSX uma ROM de SG-1000, converte e põe pra rodar!
( MSXBlog do Konamito )
A conversão é trivial mesmo (da mesma forma que portar de Colecovision para MSX também é). Uns anos atrás virou moda converter jogo de SG-1000 ou Coleco para MSX, colocando uma bobagenzinha a mais (tela de abertura, por exemplo). O Ricbit, Slotman, Muffie e outros “fudebas” brasileiros fizeram com vários jogos.
Rolou até uma comédia porque tinha gente que achava que estava abafando fazendo essas conversões, enquanto outras pessoas faziam com o pé nas costas só de zoeira, pra mostrar que não tinha nada demais e contar vantagem disso era uma tremenda bobagem. 😀
Uma conversão mais difícil e interessante é pegar jogos de MSX, principalmente MegaROM, e converter para Coleco. O problema nesse caso é a falta de RAM, alguns jogos saem facilmente mas pra outros só com expansão de RAM. Quem dominou completamente esse processo foi o Eduardo Mello, da Opcode Games, que inclusive lançou vários cartuchos físicos, com caixa e manual, de jogos de MSX convertidos e ligeiramente melhorados (Yie Ar Kung Fu, Sky Jaguar, etc.). Ele mais tarde fez uma expansão para Coleco com mais RAM e um VDP novo, o que permitia por exemplo rodar Knightmare no Coleco com scroll suave!
Cara, que massa! Alô Garrett, rola levar teu Coleco pra fazer essa magia negra e jogar Knightmare nele pra gente ver? 😀
Se me lembro direito a versão final (que é comercializada) do Expansion Module de Coleco (projetado e produzido pelo Eduardo, e que o Garrett tem) não tem o VDP de MSX2+, só a memória extra. Esse Knightmare com scroll fino rodando em Coleco eu vi rodando em um protótipo, anos atrás.
Aliás, lá por volta de 2002 eu fiz um conversor que transformava ROMs de MSX em ROMs de Coleco, mas era só uma prova de conceito: não cheguei a mexer em I/O nem em som, e só funcionava se o jogo usasse menos de 2KB de RAM. Na prática o Road Fighter rodava a abertura no Coleco, o que já me satisfez a curiosidade… Foi das conversas que tivemos na Canal-3 que o Eduardo Mello tirou a ideia de fazer ports para Coleco de jogos de MSX.
Roda tudo MESMO! Curiosidades:
– Em alguns jogos, na tela de abertura aparece um pequeno defeito (um bloco de pixels faltando ou repetido) mas no jogo em si roda tudo.
– O único Elevator Action que roda em qualquer MSX meu (exceto por cartucho ou MegaFlash) é o do SG-1000! Nem por MegaRAM (que funciona biito, viu Sander?) a ROM de MSX entra!
Aliás, tanto Pitfall quanto o Elevator Action (e outros?) tem esses bonecos cabeçudos em comparação com os originais. Coisa de asiático, acho.
Sindbad Mystery (o único port da versão arcade existente é o do SG1000) roda bem dentro do jogo, mas tem um bug onde ele pula a tela de abertura direto pro jogo e quando dá Game Over, se você não apertar rápido o botão do joystick para iniciar uma nova partida, trava 😛
Adoro esse jogo, alguém aí da turma que faz as conversões se habilita ? 😀