A saga do Omega parte 19: Omega Blue e a fonte de alimentação.

A fonte de alimentação do Omega blue sendo pintada.
A fonte de alimentação do Omega blue sendo pintada.

Nessa penúltima parte dessa longa saga, falaremos da fonte do Omega Blue. Acredite, ela rende muita história.

Com esse Omega, eu quis colocar uma fonte externa. Já que o micro não tem espaço interno (ficou lindo sendo tão pequeno), então a fonte será externa. A fonte eleita é uma feita para uso de roteadores da Cisco, modelo ADP-30RB (e calma que ela não custou isso tudo). A Cisco usa essa fonte nos seus roteadores, logo é garantido que é uma fonte boa (mal sabia eu). Ela entrega +5V, +12V e -12V, que é o que o MSX pede. E é claro que é uma fonte estabilizada, segura… Vocês acham que a Cisco usaria uma fonte vagabunda nos seus roteadores? Duvido. E com isso, não é uma fonte barata. Quer dizer, já foi… Hoje não é mais. E eu tenho duas: A primeira recebeu um chicote com conector KKzinho e botão de liga e desliga. Essa fonte acabou sendo aquela que eu uso para testar os Omega, quando estão abertos. Só que agora estou fechando os gabinetes.

Então, eu decidi fazer o seguinte: Colocar na traseira do micro um conector grande, pelo qual todas as tensões entrariam. Esse conector ligaria no conector KK da placa. E eu usaria essa fonte sendo externa. O conector usado foi um conector MIKE de 8 vias, como esse aí do lado. É um conector a prova de tudo, inclusive com a possibilidade de rosquear e prender direto no micro. Claro que tive a ajuda de um amigo (obrigado, Marcos Antônio) para montar o cabo do lado da fonte (era muito rígido e a minha habilidade não é lá essas coisas). Do lado do micro, eu montei. Acabei usando uma arruela de borracha para prender o MIKE no gabinete. E como ninguém vai ficar olhando o micro por trás, poucos repararão que tem uma borracha preta em torno do conector. Na verdade, ficou até charmoso.

Como chave liga-desliga, decidi, em nome da zuera, usar logo uma chave daquelas bem grandes e espalhafatosas: Queria logo uma chave grande para ligar e desligar o micro. E aí, comprei uma chave alavanca de duas posições, como a que vocês podem ver acima. Parece que é à prova de tudo, e olha… Deve ser mesmo! O problema foi montar na tampa da caixa da fonte… Aliás, falemos da tampa da caixa da fonte.

Tampa da fonte do Omega blue.
Tampa da fonte do Omega blue. Olha como ficou espessa.

Quanto à caixa da fonte, eu decidi pedir a ajuda de um amigo do trabalho que tem uma impressora 3D (obrigado, Ricardo Frederico) para fazermos a caixa. A gente tirou as medidas, ele pegou um modelo padrão de caixa e imprimiu. Filamento azul. Tem problema não, o micro é azul… Só que a tampa original ficou bem grossa, o que seria um problema para prender o botão. Lá vou eu com um ferro de solda portando uma ponta rombuda escavar o plástico… Mas a tampa ainda estava realmente grossa. Não era necessário aquilo tudo. Depois foi impressa uma nova tampa, só que bem mais fina. Melhorou, mas ainda tinha o problema de como fechá-la. Mas antes disso… E a fonte que não cabia na caixa?

Fonte do Omega na caixa.
Fonte do Omega na caixa. Quer dizer… Meio fora, meio dentro.

Sim, a fonte era exatamente do tamanho da caixa. Com isso, ela não entrava: Era muito justo. Cheguei a quebrar um dos cantos da placa da fonte, mas nem assim entrava. Dois tontos brincando de impressora 3D, e que não previram isso. A solução que eu tive foi cortar a caixa no meio (lembra aquele truque do mágico, de serrar a assistente no meio? Então), enfiar a fonte dentro e depois emendar a caixa. Procedi a emenda primeiro com o ferro de solda, e depois apliquei massa de epóxi. Não ficou nada bonito, mas serviu.

Outro problema foi que, para prender a tampa, eu precisava colocar o que é chamado de inserto metálico. São peças metálicas onde os parafusos são aparafusados. Eu deveria inseri-los na caixa plástica. A maneira mais adequada era com ferro de solda: Esquenta o ferro e insere-o nas partes mais altas da caixa, para ali prender os parafusos. Só que o tonto aqui não fez o apontamento correto dos insertos, então três dos quatro não estavam na direção do buraco da tampa. Logo, colocar os parafusos seria impossível, e não dava mais para tirar os insertos.

A solução que eu vi foi a seguinte: Alargar os buracos na tampa de plástico até os parafusos alcançarem os insertos. Feito isto, encho os buracos com massa de epóxi, com o parafuso dentro. Depois removo o parafuso e deixo secar. Não ficou exatamente bonito, mas pelo menos agora os buracos estavam alinhados.

Fonte acomodada dentro da sua caixa.
Fonte acomodada dentro da sua caixa. Olha só que coisa feia ali do lado esquerdo.

Mesmo assim, ficou fundo, e os parafusos pequenos que eu tinha, não alcançavam os insertos. Eu teria que comprar parafusos maiores para colocar. Mas eu já gastei tanto nesses projetos, que decidi improvisar. Coloquei arruelas e 2 espaçadores, de acrílico transparente (cortado no passado por algum laser, nos inúmeros cortes de acrílico que eu fiz) e de nylon, bem fino (comprado em algum canto), para dar a altura. Logo, a caixa da fonte do meu micro tem 4 “chifres”, com uma altura de uns 5 a 7 mm. Mas como eu não pretendo abrir essa fonte nunca, não me preocupei muito. Convenhamos, que diferença faz a presença de um profissional que entenda de projeto e produto…

O epóxi foi também útil para prender, de cada lado da caixa da fonte, o cabo de saída e a tomada para ligar o cabo de força. Usei epóxi para colar as peças e fazer um certo acabamento, para evitar que, num puxão mais forte, a peça saísse. E para tentar melhorar o que estava ruim, tome modelagem de massa (não era o meu forte quando criança) e lixa nas peças.

Feito isto tudo, vamos à pintura e identificação. Resolvi pintar a caixa de azul (tinha uma lata de tinta spray azul em casa), então fui tacar fita crepe em tudo que não podia ser pintado. E lá fui eu pro meu “ateliê de pintura”, uma obra no condomínio onde moro que está parada há pelo menos 15 anos. Nessa situação, eu vou lá nos fundos desse canteiro de obras para pintar. Afinal das contas, se manchar a parede não vai fazer diferença mesmo…

Lixa no epóxi, fita crepe em tudo (e ainda assim pegou tinta no cabo e no conector MIKE), duas a três demãos de tinta, depois duas a três demãos de verniz incolor fosco, para proteger. A tinta já tem primer, então não é necessário aplicá-lo na peça. Esperei secar… E até que ficou bom, quem diria.

Fonte montada, pintada e com os parafusos errados.
Fonte montada, pintada e com os parafusos errados.

Por último, vamos brincar com a gravadora laser. Montei o que eu queria gravar na fonte, coloquei no arquivo, mandei pra gravadora… E gravei. Engraçado que o que foi queimado mesmo foi a tinta, este plástico não queima com um laser de 3W. Mas escrevi meu nome embaixo, na massa de epóxi que contorna a caixa (onde eu tive que cortá-la para por a fonte dentro), e gravei na tampa algumas informações. Tem mais uma foto aí embaixo.

Ficou bem grande. E olha que a tampa foi reimpressa, logo era pra ter ficado ainda mais alta. Note os 4 “chifres” que eu não estou nem aí (e vai ter alguém em algum encontro comentando a respeito).

Bem, estamos quase fechando essa saga. A próxima parte eu pretendo que seja a última, falando dos problemas que eu tive, e mais do que estiver sobrando. Mais uma vez, o álbum de fotos no Google Photos está mais adiantado do que eu. Nos vemos na próxima. Até lá!

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.