Toda saga tem um fim. E essa é a parte 1.

Mas não, não é a respeito do Omega. Esta outra saga é mais longa, mais acidentada e envolve um proxy japonês que eu quero ver pelas costas. Vamos lá…

Como alguns sabem, o Shopping Mall Japan era o queridinho da comunidade MSXzeira para a aquisição de itens na Terra do Sol Nascente. Era necessário você fazer um depósito inicial com eles, e o valor depositado era usado para calcular o limite máximo de lance que você poderia dar no Yahoo! Auctions, em razão direta: Mais dinheiro depositado, maior era o lance. Eu tinha US$ 100 lá, o que me permitia dar lances de até 60.000 ienes, e com isso pegar o Paxon PCT-50, que vocês já devem ter lido a história por aqui.

Só que o SMJ fechou as portas. Devolveu todo o dinheiro e encerrou as atividades. Saudades eternas. Então, órfãos de um atravessador (opa) no Japão, começamos a procurar alternativas. E, baseado num dos últimos posts da série sobre compras no exterior, resolvi experimentar outro proxy, e tentei o Buyee.

Gostei deles inicialmente porque tinha um site bem completo, com possibilidade de comprar itens além do Yahoo! Auctions (incluia lojas online como Rakuten, Rakuma, Mercari, ZOZOTOWN e a Amazon japonesa). Eles também tem um aplicativo para celular, o que facilitaria muito para comprar itens – e quantas vezes não revirei as listas de itens numa noite insone, na cama, antes de dormir… Então, resolvi tentar com eles.

Tudo começou em maio de 2020. Sim, naquela época a pandemia da COVID-19 estava no início, e o número de mortes diárias no Brasil ainda eram baixas. Mas apenas divago. No MSX Resource Center, apareceu um post falando do MSX Perfect Catalogue, uma publicação feita por Hiroyuki Maeda, falando dos micros japoneses mais populares. Algo como a biblioteca OLD!GAMER, aquela série de livros da Editora Europa, sobre videogames clássicos e o MSX (escrito pelo Rafael Rigues, a propósito).

Como eu já tenho um catálogo árabe sobre MSX, me animei a tentar pegar esse catálogo. E era possível adquirir, na Amazon japonesa (só encontramos lá) e remeter ao Buyee. Daí, mais alguns amigos se manifestaram interessados… Vamos comprar 4, depois a gente acerta essa divisão e todo mundo me paga.

Apareceu também alguns itens, a saber: Um cartucho loose do Family Billiards (jogo de sinuca para MSX 2), um cartucho completo, na caixa, do Raid on Bungeling Bay (Broderbund), um outro cartucho completo, na caixa do Lode Runner (também da Broderbund). Opa, vou juntar tudo e mandar vir.

Ainda vi que um grupo japonês criou um jogo no estilo RPG para MSX, o Singular Stone. Até aí, nada. Mas eles vendiam as cópias em disquete, pelo Buyee, e o jogo era em inglês! E não é que era um jogo bonito? Pensei: Vou fazer o seguinte: Vou comprar 10 cópias do jogo, vou revender pra galera aqui no Brasil e o lucro obtido paga pelo menos a minha cópia. Vou fazer isso então. E fiz. Comprei 10 cópias do jogo.

Por último, dois itens foram adicionados à compra, e foram um teclado musical Yamaha YK-01 e um poster da Sony sobre o MSX 2. O teclado foi um pedido do Rogério Belarmino, da Tecnobytes. Como muitos sabem, eles estão produzindo e vendendo a Audiowave, um cartucho compatível com o MSX-Audio, inclusive com o conector para o teclado musical. E ele queria um teclado para demonstrar o cartucho. Ele tentou adquirir no eBay, mas sem sucesso. E como ele queria um teclado mais para demonstração, o YK-01 (que é o menor de todos), caberia perfeitamente. Bota no bolo da compra.

E o poster? Bem, como todo mundo daquela época, eu queria poder encher a parede de casa com quadros e posteres relacionados a jogos. Ficava babando com as revistas estrangeiras em alguns pontos específicos aqui no Rio… E ficava pensando em comprar a revista só para tirar as páginas, emoldurá-las e pendurá-las na parede. Não, eu não fiz isso, mas tem gente que eu conheço que fez (oi, Márcio!).

Aí, apareceu um poster original da Sony sobre o MSX 2… E eu resolvi comprar. Já pensei em emoldurá-lo e pendurá-lo na parede – aliás, tenho também um poster do Xevious, de MSX, acho que farei a mesma coisa… No futuro.

Então, taí o pacote fechado. Os catálogos foram os primeiros itens adquiridos (maio de 2020), e o teclado, o último (dezembro de 2020). Por conta da pandemia e das restrições de envio, os itens ficaram parados lá no depósito do Buyee. Vale lembrar que qualquer proxy te dá um limite restrito para armazenamento. Alguns limitam a 30 dias, e outros a 60 dias. Passou disso, ou você solicita o envio ou eles descartam. Simples assim. Só que devido à pandemia, o limite dos 60 dias foi ultrapassado. E meus itens foram ficando lá no depósito deles… Até que eu resolvi ver sobre o envio deles pra cá.

Mas aí eu vou contar na segunda parte dessa história. Acredite, esta saga adquiriu contornos surreais, que vocês saberão em breve. Até lá!

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

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