Quinta do pitaco: A GR8NET.

Antes de tudo, uma sugestão me foi feita, e foi acolhida: Doravante, essa seção se chamará Quinta do pitaco. Logo, assim como o Retrocomputaria Especial BGM virou Retrohitz, essa seção mudou de nome. Espero que gostem.

Já falamos antes da GR8NET por aqui, então não vamos explicar o que ela é, clica no link que facilita. Mas vamos fazer uma lista das suas capacidades.

Segue a lista:

  • Conexão via RJ-45, Fast Ethernet (10/100).
  • Protocolos TCP, UDP, RAW e HTTP já implementados.
  • Browser Web simplificado, em modo texto.
  • Suporte ao MSX-BASIC com um monte de comandos.
  • Aplicativo Telnet disponível.
  • Mapper de 1 Mb, podendo ser comfigurado com uma RAM-disk de até 720 Kb.
  • Soquete para cartão micro-SD.
  • Emulação de ROM (Konami)
  • Emulação de SCC.
  • Emulação do FM (OPLL, YM2413, MSX-Music).
  • Emulação do MSX-Audio(OPL-1 com ADPCM, Y8950, MSX-Audio).
  • Streaming de áudio em MP3 a partir da rede e de um cartão micro-SD.
  • Saída de som estéreo, num plug P2.
  • Suporte à implementação TCP/IP UNAPI versão 1.0.
  • Suporte a PCM com buffer, em 8 e 16 bits de resolução.
  • Mathpack para suporte a FAT16 e FAT32, além de multiplicação e divisão em 32 bits.

Ufa, a lista de recursos é imensa. Com tudo isso, ela não pode ser exatamente barata. A minha (da sexta leva produzida) custou no total R$ 600. No caso, eu dividi o frete com um amigo de longa data que queria adquirir um também, então rachamos o frete e eu comecei a futucar na minha.

Qualquer hardware feito hoje para uma plataforma clássica carece de documentação, inclusive o que é um bom assunto para discutirmos numa quinta, no futuro. Mas ainda assim existe um bom material a respeito de alguns dispositivos, como a ObsoNET e principalmente a implementação Ethernet (e RS-232) UNAPI. Mas outros tem uma carência absurda, como a GFX9000/Powergraph.

Mas taí algo que não dá pra reclamar da GR8Net. O Eugeny Brychkov (acertei de primeira, e nem copiei!) fez um bom manual e o disponibilzou em PDF para download (clique aqui). No momento em que redijo essas linhas, confesso que estou seriamente tentado a imprimir o manual todo. Mas aí são mais árvores no chão. Ó dúvida cruel…

O manual ajuda muito, pero non mucho. Ele é uma ótima referência técnica. Mas como tutorial… É muito ruim. Logo, é pra sentar e dedicar tempo ao estudo dela. Bem, pelo menos temos manual, vou ficar reclamando do quê? E o canal dele no YouTube tem alguns vídeos que funcionam como tutorial mesmo. Já ajuda.

Não estou ganhando uma pataca furada do Eugeny Brychkov pra falar do produto dele. Aliás, ele nem deve saber que eu estou escrevendo isso, mas… A placa vale realmente cada centavo pago. Espetacular mesmo.

Está muito na moda agora os dispositivos tudo-em-um em algumas comunidades retro. Na comunidade de Commodore 64, foi falado do Chameleon (hoje, Turbo Chameleon 64). Com certeza existem outros cartuchos ou placas em outras comunidades. Na comunidade de MSX, o pessoal anda falando muito da Carnivore (e da versão 2 dela), e até há pouco tempos tínhamos muito falada a placa de rede do Luis Luca (que tinha rede, entrada pra micro-SD e serial)… Alguns inclusive começaram a ter ideias de jerico, querendo que a Tecnobytes faça um cartucho com Powergraph e Shockwave, numa peça só (tem gente que precisa trocar o orégano que está fumando, pois deve estar estragado).

Mas, voltando aos dispositivos multifuncionais, eu acho que a GR8NET é uma solução bem completa. Claro, prepare-se para debruçar-se sobre o manual e investir tempo. Eu consegui fazer algumas coisas, como carregar uma ROM a partir da Internet (e jogar Aleste), mas não consegui fazer o telnet funcionar a contento. Cheguei a por um servidor telnet (ugh) em um dos meus servidores Linux, só pra ter o prazer de logar lá e fazer meus alunos babarem (eu tentei realizar essa tarefa nesse evento aqui). Tem muitos recursos que ainda precisam ser explorados, mas a emulação de FM e SCC funciona muito bem, obrigado.

Além do manual, que não é muito intuitivo, há uma grande quantidade de comandos CALL não sei lá das contas. Ok, você não pode reclamar de uma coisa: Tudo é acessível via BASIC. TUDO. Desde mexer no mixer para escolher onde sai o SCC e onde sai o FM, até o browser em modo texto. Assistir os vídeos que o Eugeny coloca no YouTube ajuda como tutorial, apesar de não explicar tudo… E eu não consegui fazer o telnet funcionar. Me disseram que ele é bem acessível, mas prefere que as pessoas falem com ele via Facebook.  E é de conhecimento até do reino mineral que… Eu não tenho Facebook.

Mas se você tiver a oportunidade de adquirir uma GR8NET, eu diria a vocês que vale a pena. Eu já usei mais ela do que a ObsoNET, tendo ela há bem menos tempo. E ela ainda faz o que a ObsoNET faz, já que tem suporte à TCP/IP UNAPI. Recomendo como um bom investimento, e conclamo a todos que pegarem esse hardware, para que a gente comece a trocar figurinhas.

E antes que eu me esqueça, segue novamente o link do canal dele no YouTube. E o que vocês acham desses dispositivos tudo-em-um? Opinem aí nos comentários, esse post é para isso.

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

0 pensou em “Quinta do pitaco: A GR8NET.

  1. Essa interface é fantástica mas o valor ainda é proibitivo, ainda mais vindo de outro continente que cobram uma fortuna de frete.

    A expressão “o rabo abanando o cachorro” tem que ser atualizada para “o rabo abanando o elefante” no caso dessa interface.

  2. Como disse, eu acho bem cara. Mas n acho q seja caso de morte. Tem gente que está confundindo a GR8NET com o GR8BIT, q custa 370 euros e é um micro pra montar.

    Acho q se dividir o frete com mais uma ou duas pessoas, não pesa. É um cartucho padrão Konami, logo é leve. Vem da Rússia, mas é um frete leve. Pode demorar, isso é o que pega.

    Fiz muitos testes com a minha hoje, vou tentar publicar algo em breve xom minhas anotações.