Apresentando o PicoZ80: um substituto moderno do Z80 para retrocomputadores.

Este aí em cima é o título de um artigo publicado no X (sim, eu também não sabia que era possível publicar artigos longos naquele poço fétido de preconceitos e escória) onde o autor descreve este projeto assaz interessante para todos nós que amamos essas máquinas clássicas.

O PicoZ80 é, segundo o autor, “um substituto direto para o soquete Z80 que emula o processador clássico com precisão de ciclo, além de adicionar inteligência IoT“.

É de conhecimento até do Reino Mineral (saudades, Mino Carta) que a Zilog parou a produção de alguns tipos de processadores Z80, mais especificamente aqueles que usamos nos nossos micros clássicos. E que haveriam iniciativas de substituição dele surgindo no horizonte. Uma delas é a produção em pequena escala de processadores novos usando o core T80 em Verilog. Outra delas é o PicoZ80.

Então… Tudo começou em 2023, quando o autor começou com o projeto do tranZPUter Pico, feito numa placa pino-compatível com um Z80 no encapsulamento DIP de 40 pinos. Teria nela dois CPLDs Altera EPM3064 para  lidar com entrada e saída (E/S), e um ESP32-S3 para processamento e conectividade.

A ideia era substituir um Z80 no soquete por um Z80 emulado eletricamente usando componentes modernos, e trazendo mais alguns adendos, como maior velocidade, maior memória, armazenamento em cartão micro SD, Wi-Fi/Bluetooth e dispositivos virtualizados por software. Ele usaria a emulação Z80 C da Redcode rodando a 240 MHz, forneceria uma interface web IoT para configuração remota e uploads de firmware, e teria como alvo inicial a linha de computadores da Sharp que usavam Z80 (os Sharp X1 e/ou os Sharp MZ, isto não está claro). E deu certo, o povo ficou interessado.

Só que ele teve alguns problemas (taxa baixa de transferência de E/S do ESP32, E/S limitado pelo CPLD, etc), e daí, o projeto evoluiu pro Raspberry Pi RP2350B, surgido nesse intervalo. Além da precisão desejada, o projeto ainda ganhou uma interface web para configurações e atualizações, além de acesso a cartões SD, memória extra, Wi-Fi e Bluetooth. A unidade completa entrega 6 Mb de RAM – mas pode usar como cache, e a emulação é feita via Redcode Z80, ligado ao PIO para sincronização exata.

No artigo ainda tem fotos do protótipo, e um vídeo mostrando o funcionamento. Além disso, ele fala sobre a Pico6502, seu novo projeto, e traz mais conteúdo nesse artigo.

Alguns dirão: Ah, mas isso aí é uma versão da PiStorm, dos Amiga, só que pra Z80. Então, não é sensacional? Eu acho, e adoraria ver um desses num dos meus MSX. O autor quer por o Pico6502 no BBC Master dele, e eu, em um dos meus MSX. E você, o que acha desses projetos?

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

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