E como foi o encontro de usuários de MSX em Curitiba?


O encontro de usuários MSX em Curitiba ocorreu entre os dias 21 e 23 de abril de 2023… Mas não foi em Curitiba. Eu explico isso melhor aí embaixo.

Na verdade, o encontro ocorreu no Recanto Graciosa, um espaço muito aprazível, pertencente a um dos organizadores, Luciano Cadari. Foi uma oportunidade de fudebar em contato com a natureza, com ar puro e sem sinal de celular. Mas se você acompanhou o nosso Instagram, percebeu que haviam postagens acontecendo. Sim, porque lá não tinha sinal de celular, mas tinha sinal de Internet, e via satélite. Justamente, a fornecida por essa empresa aqui, e que funciona surpreendentemente bem, o que é um mérito dos profissionais que projetaram tudo e construíram a infraestrutura – e certamente não é mérito do dono da empresa… Mas divago.

Acontece que este sítio (ou chácara, como queiram) fica na cidade de Quatro Barras, e não em Curitiba. Logo, fica o meu agradecimento eterno ao amigo Sandro Sebastião Singer, que me deu carona tanto para o percurso aeroporto -> sítio quanto a volta. Sim, na prática eu não fui a Curitiba, mas a São José dos Pinhais (onde fica o aeroporto de Curitiba) e a Quatro Barras.

Bem… E o que teve lá no encontro? Lembremos do mantra de que fudebar é preciso, então fudebamos. Muita conversa, um tanto de MSXs desmontados (afinal, é de lei um micro pelo menos dar crise no evento – e nesse, não tivemos como fugir à regra), demonstração de software… E daí, destaco duas criações do Fabio Ritter, autor do Endurance, um jogo tipo Enduro, para MSX.

Primeiro, ele apresentou o Gigamania, que é a versão dele do clássico Megamania, do Atari 2600. Note que os gráficos estão melhores, com arte mais detalhada e alguns itens inéditos como… Chefes de fase. Os sons são exatamente os mesmos, mérito do Pablo Villalba que ajudou ele com os efeitos sonoros. A jogabilidade é simplesmente ótima. Ele deve anunciar o lançamento do jogo em breve, e eu pretendo adquirir.

Segundo, ele mostrou o protótipo da versão dele do Prince of Persia, para MSX. Este será para MSX 2 (já que ele está fazendo em SCREEN 8), e está LINDO. O protótipo está bem avançado, faltando ainda colocar as armadilhas, os inimigos e a música. O personagem ainda não toma dano ao cair em fossos (em breve tomará, calma), mas a movimentação está PERFEITA. Eu joguei um pouco e fiquei impressionado com a fluidez e a forma como ele fez todos os movimentos do personagem. Sim, está idêntico ao Prince of Persia, com a diferença de que está muito mais bonito do que a versão de PC que quase todo mundo jogou. Detalhe: As tochas na parede tremulam.

Assumi o compromisso de que só teremos o dossiê Jordan Mechner aqui no Retrópolis após jogarmos o jogo do Ritter. Ele riu e disse: “Puxa, que responsabilidade a minha!” Mas eu o acalmei, disse para fazer com calma, porque isso não é uma cobrança. Mas é claro que eu tive vontade de fazer isso aqui:

O que mais? Bem, houve a presença do Ademir Carchano, que não consegue ficar longe de um Expert e foi mexer na Expert 4 do João C. Árias, editor da Shmupmania; tivemos Victor Trucco, ZX-Spectrum Next e um autógrafo na carcaça; tivemos Amaury Carvalho, autor do compilador BAS2ROM, e que trouxe um jogo para comemorar o evento (Cadari’s Fair,  você pode jogar aqui); tivemos o Osvaldo Santana e alguns livros que fizeram meu queixo ir ao chão e ainda não voltar pro lugar (momento banana se aproxima em relação a um deles, aguarde novidades para breve).

Aliás, ainda autografei o livro de MSX-DOS adquirido pelo Osvaldo; e o Néliton, depois de uma longa conversa comigo, descobriu que eu tinha escrito o livro “O MSX-DOS Revelado“, e me agradeceu pela redação do livro. Puxa, fico contente quando vejo que o livro que escrevi está sendo útil. Como sempre falo, “meu objetivo foi escrever um livro que eu gostaria de ter lido, sobre MSX-DOS. Se foi proveitoso para você, fico muito feliz!”. Mas ao contrário de um querido e falecido escritor, eu faço dedicatórias. Este autor que citei não fazia dedicatórias – ele dizia que era idolatria. Ao contrário de escrever dedicatórias, ele preferia dar abraços.

E por último, o maior encontro de Omegueiros do Brasil, com a presença de 3 Omega MSX 2+ montados. O meu, como vocês podem imaginar, é o bolo de dois andares que está à direita e embaixo. O Omega estiloso em preto e amarelo é o do Rafael Rigues, e o que está acima do meu é o do Fabio Ritter, que falta ainda imprimir em 3D a tampa de cima.

Meu Omega funcionou, mas a parte da fonte não está lá muito confiável. Logo, já troquei em casa o botão da fonte, mas tem algum mau contato na placa da fonte, que eu vou resolver depois. O RTC não está retendo a data e a hora do micro, mas o problema não é o chip (testamos com outro). E eu ainda estou às turras com o gabinete. Como me disseram, o Omega parece um carro velho: Dá problema, aí o dono vai lá, abre, mexe um pouco, faz uma gambiarra e resolve. Bem, faz parte dos meus planos encerrar essa página de uma vez por todas, terminar de montar o meu bichinho e usá-lo, ainda mais que eu atualizei o firmware dele e agora o suporte a FM, BASIC-Kun e Kanji-ROM está feito – uhu!

Foram dias muito proveitosos e divertidos. Meu obrigado aos amigos MSXzeiros paranaenses pela recepção e pela oportunidade de conhecer um local tão lindo, na estrada que foi a primeira a ser pavimentada no Brasil, a Estrada da Graciosa (*). O álbum de fotos já está lá no meu Flickr, então clique aqui para ver o álbum desse ano.  Como não tive espaço para levar minha câmera, me virei com fotos tiradas de celular mesmo. A maioria das fotos não são minhas, mas dos fudebas que lá foram. Estão mais ou menos organizados numa ordem temporal… Segundo a minha cabeça.

Se você quiser ver fotos do MSX Curitiba 2018, que eu também fui, clique aqui. E se você ainda quiser ver as minhas fotos (tem várias coleções de fotos de encontros MSXzeiros), clique aqui e desculpe, você vai perder um tempo vendo-as, tenho certeza!

Todo o poder aos fudebas! Que os encontros retrocomputacionais vivam para sempre!

(*) Dizem as más línguas que foi a primeira a ser pavimentada, mas será a última a ser asfaltada, hehehe!

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

Um comentário em “E como foi o encontro de usuários de MSX em Curitiba?

  1. Obrigado Ricardo pelo bate-papo na sexta e sabado (dias que fui no encontro) e pela ótima resenha,

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