Tem gente que diz que, antes das lojas de aplicativos, como Google Play Store, Apple Store, Windows Store… Vieram os repositórios de programas das distribuições Linux. A distribuição Debian foi uma das primeiras a poder atualizar todo o seu sistema operacional via Internet.
Ah, então ela foi a loja de aplicativos antes da loja de aplicativos? E aí, nós, memória viva da computação (ou seja, um bando de velho) fala que não, não é. Antes dos repositórios, houveram lojas físicas com venda de software. Mas não houve nada lá muito automático não?
Sim, houve. E esse era o sistema Takeru.
Tem um ótimo artigo explicando tudo a respeito do Takeru, está na MSX Wiki e é de autoria do Takamichi Suzukawa. Se você lê inglês, clique aqui e vá lá ler agora.
Mas enquanto você vai lá e volta… Ou não foi… Bem, vamos a um brevíssimo resumo. O que estiver destacado é comentário cretino meu.
O sistema Takeru tem esse nome em homenagem ao herói japonês Yamato Takeru (eu morreria e não saberia desse cidadão) era uma estrutura de distribuição de software, pertencente às indústrias Brother (aquelas mesmas, das impressoras e máquinas de costura) no Japão. A venda era feita com máquinas automáticas de venda (do jeito que japonês gosta, bem antisocial), onde o usuário podia selecionar o software para adquirir, pagar e receber uma cópia do mesmo. O sistema Takeru trabalhava com vendas em disquete ou cartucho, imprimia o manual (basicamente algumas folhas de papel), copiava o disquete ou gravava o cartucho (ah, duvido, devia ser cartucho já pronto, só pode), e esse processo poderia levar até 20 minutos.
Mas então, porque eu resolvi falar de Takeru justamente hoje? Porque lá no grupo da Câmara Municipal de Retrópolis, um dos vereadores vitalícios dessa prestigiada cidade, nos surpreendeu com um link da ASCII (sim, a ASCII!) apontando para um artigo bem detalhado sobre esse sistema de distribuição de software. O artigo está dividido em quatro partes e está em japonês, mas isso não nos impediu de ficar olhando as fotos, inclusive essa aí de baixo.
A matéria é recheada de informações a respeito da Takeru, menciona o padrão MSX e traz muitos detalhes interessantes, com fotos da interface e do interior das máquinas.
Pois então, o link da matéria está aqui, e aqui tem um link já pra traduzir para o português. Bastante informação para você, que queria ver como o sistema funcionava. Agradeça ao repórter Keisuke Miyazato pela matéria detalhada.
E por último, nesse Tumblr aqui tem mais fotos, do equipamento, dos flyers e de tudo relacionado.
PS: Não estou levando em conta as lojas físicas onde você podia entrar e sair com uma fita cassete com o seu novo jogo favorito. Tínhamos isso aqui no Brasil, nos anos 1980, mas como vocês sabem, era rotulado como pirataria. Amparada pela legislação, eu sei… Mas lembrem-se do que eu sempre falo: Pirataria é crime. Afundar navios dá cadeia.
PS 2: Sim, eu também lembrei da Konami Software, que era… Uma software house carioca, que ocupava uma sala na Rua Sete de Setembro, 92 (antigo Edifício Masson), no Centro do Rio de Janeiro. Por pressão da “empresa do bacon no logo“, eles trocaram de nome para… Takeru. Até onde sei, a empresa “dos manos” não perturbou eles a respeito do nome.
TAKERU PARIRU!
Que projeto de hardware fantastico. Eu nao li a materia ainda traduzida claro até que ano esse sistema ficou disponivel?
O conceito até funcionaria nos dias atuais, mas voltada ainda a sistemas retro, um modo de monetizar os desenvolvedores atuais.
Sei lá, voce desenvolve o jogo, cadastra na plataforma, o cliente vai no local e sai com seu diskete, fita K7 pré-gravado licenciado, sem precisar esperar semanas para receber pelos correios.
CloudRetro
Até mais.
O nome não seria jidouhanbaiki ? Ou Takeru seria especificamente o nome dados para venda de software?
Pois no Japão tem maquinas de vendas automáticas de tudo, desde processadores até calcinha usada para Japonês tarado ficar cheirando. =D
Já viu como funciona a ‘app store’ na Coréia do NORTE??? [estou falando sério]
Cara, eu pesquisei isto no pai-dos-burros-pós-moderno (vulgo Google) e achei umas coisas bem típicas do que o Carlos Cardoso chama de “Melhor Coreia” (não me pergunte porque disso).
A “app store” é física (isso mesmo, não é meme), tem jogo com músicas típicas e até “Netflix” própria (que tá mais pra aquela do Brasil Paralelo, só que substituindo o olavismo pelo juche).
Se querem mais informação, tem aqui:
https://tongiltours.com/north-korean-app-store