Bem-vindos ao episódio 98 do Retrocomputaria.
Sobre o episódio
Falamos de Apple. Falamos de Macintosh. Falamos de Apple Macintosh. Mas só se tiver 68K; se tiver PowerPC ou Intel, é em outro podcast.
Nesta parte do episódio
Continuamos no desktop publishing para poder passar pra frente: as máquinas sucessoras do Mac clássico, os clones (e sim, tem promessa!), o que a gente não conseguiu colocar em outros pontos da pauta e o legado.
Links do podcast
- De quando falamos da primeira graphic novel inteiramente feita em computador
- Enquanto nosso episódio de Mac 512 não sai, LowEndMac e um artigo de um parça deste podcast
Música de fundo
Tem o chime clássico de Mac e mais umas músicas aí.
Outras formas de ouvir
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Adendo: Jecel mostrou mesmo! E o Trucco também teve que inverter/atrasar clock nas ZXsp.
O Mac II e o SE foram lançados no mesmo dia. O SE permitia a instalação de uma placa interna ligada nos pinos do 68000, tornando oficial uma opção que era usada nos modelos anteriores (e também no Amiga).
No início dos anos 1990 o consenso era que um monte de computadores 68000 diferentes não tinham chance contra um monte de computadores x86 compatíveis. Então clones viraram moda. A primeira foi a Sun que liberou clones Sparc. A maioria das empresas que tentaram isso não se deram muito bem tendo tecnologia sempre atrasada em relação à Sun.
A Microsoft e a MIPS tentaram criar um padrão chamado ACE que seria uma espécie de MSX de 32 bits: https://en.wikipedia.org/wiki/Advanced_Computing_Environment
No caso do PowerPC tivemos duas tentativas: PowerPC Reference Platform (PReP) e Common Hardware Reference Platform (CHRP) que rodariam Mac OS, Windows NT, OS/2, AIX e um sucessor do OS/2.
https://pt.wikipedia.org/wiki/PReP
https://en.wikipedia.org/wiki/Common_Hardware_Reference_Platform
A idéia de liberar clones do Mac estava embutida nestas iniciativas. A Apple tinha esperança de poder focar nos computadores de luxo enquanto os clones baixariam os preços das máquinas populares. Ao invés disso aparecerem clones com dois processadores e outras coisas ainda mais avançadas que a Apple. Eles estavam brigando contra a Apple e não contra os PCs.
O Steve Jobs não podia simplesmente cancelar contratos válidos quando voltou para a Apple, mas percebeu que estes contratos não falavam nada sobre tecnologias futuras. Assim ele não precisava fazer nada e os clonadores ficariam limitados ao Mac OS 7 e aos PowerPC de primeira e segunda geração (601, 620, 603 e 604). Ao deixar claro que isso iria acontecer a maioria dos clonadores desistiram e foram achar outra coisa para fazer.
O Jobs adorava ser o cliente número um da IBM e ficou furioso ao ser rebaixado para número quatro com o lançamento dos 3 videogames com PowerPC. A Intel prometeu que ele sempre seria número um com eles (o que cumpriram até hoje) já que apesar dos Macs serem minoria no mercado de PCs, a Apple vendia mais que qualquer outro fabricante individual. As desculpas técnicas que foram dadas (o Core 2 permitia chips com consumo muito menor que o G5) só serviam para disfarçar que a decisão era uma questão de ego. O lançamento pela IBM menos de dois meses depois de um novo PowerPC de baixo consumo deixou isso bem claro.
Eu lembro-me bem do impacto que senti ao ver um Macintosh rodando o MacPaint na FENASOFT de 1988… Parecia uma nave espacial, um outro nível comparado com os computadores disponíveis por aqui naquela época. Cheguei a ver um clone do Mac da Unitron em uma loja na av. Faria Lima e São Paulo, mas não estava ligado.
Na época nós, os micreiros como éramos chamados, líamos sobre o Mac mas era muito difícil encontrar um assim ao vivo, até a literatura a respeito era bem limitada. Acho que se a Unitron tivesse lançado seu clone seria um sucesso total, mesmo com preços estratosfericos, tamanha era a curiosidade sobre esse equipamento.
Eu pelo meu lado estava muito feliz explorando meu MSX e sabia que mesmo que fosse vendido no Brasil o Mac seria completamente inacessível para mim.
Foi exatamente por isso que a Apple resolveu usar armamento nuclear (i.e. Reagan e o Congresso dos EUA) para aniquilar a ameaça.
Pois o Mac512 e sequência foi algo que nunca entendi direito, por focar em desenvolvimento da tecnologia de ponta, sem um passo intermediário… bom, hoje cai domínio público.
O ACE me permite uma reflexão. Parece uma fakenews armada pra agitar a NASDAC que atraiu executivos alpinistas, mas não desenvolvedores. Curioso adotarem MIPS e arbitrarem endianess.