Gary Kildall faleceu em 1994 sem terminar seu livro de memórias; no entanto, chegou a terminar um manuscrito deste livro, que foi passado para família e amigos.
Seus filhos, Kristin e Scott, se juntaram ao Computer History Museum para liberar este manuscrito; o PDF está aqui, tem que aceitar os termos etc.
Boa leitura a todos.
Muito bom.
Como são as coisas:
O Gary Kildall tinha um sistema operacional chamado CP/M (eu usei muito, muito muito), que era amplamente utilizado. Tinha alguns conceitos interessantes como o espaço físico do usuário, se não me engano até 15 ou 16 usuários através do comando user [drive] e outros como TERM, DIR, TYPE.
Bons tempos!!! Não havia a internet, apenas livros e revistas técnicas onde eram as nossas fontes de pesquisas.
O começo do fim
Fora isso, o Gary deixou, simplesmente deixou de ser o “Bill Gates” por ser um péssimo negociador. O CP/M seria o sistema operacional padrão do PC. Ele foi procurado pela IBM mas pediu um alto preço para cada PC vendido (acho que 200 dólares). E olha que a IBM não tinha certeza do sucesso do PC, mas o Gary não entendeu, não foi visionário, apenas um excelente programador.
Ele até tentou lançar o CP/M86 mas não deu certo pois a onça já tinha bebido a água.
Foi o fim do CP/M – Control Program Monitor. Infelizmente!
Conforme narrado no livro “Fire in the Valley” a história do “estou voando, não vou falar com eles” é uma história contada pelo próprio Bill Gates; ele realmente participou da reunião e ficou sabendo que a IBM que queria comprar o CP/M enquanto só aceitava licenciá-lo. Não houve acordo e a IBM ficou de pensar no assunto. Tempos depois o tal Bill Gates veio com a conversa do “sabe, vocês estão querendo fazer um computador 16-bit e o CP/M é para 8-bit, seria melhor a gente procurar outro sistema”, foi aí que nasceu o DOS. E no final a IBM assinou contrato com a DR e disponibilizou o CP/M-86 também para o “computador velho” deles ao preço de US$240 contra os US$40 do PC-DOS.