A reencarnação do Acorn Archimedes

Acorn_Archi440_System_S1Outra que 3 meses atrás a gente deixou passar, mas como diz o agora quarentão fudeba Ricardo Pinheiro, antes tarde do que mais tarde.

É muito simples, na verdade. O Acorn Archimedes usava processador ARM, correto? O Raspberry Pi usa processador ARM, correto? Já está vendo aonde isso vai chegar ou vou ter que desenhar?
Zarch

É isso mesmo que você pensou, o Raspberry Pi agora roda software de Archimedes! E que fique bem claro, isto não é, eu repito, NÃO É emulação — os programas rodam nativamente, precisando apenas de uma camada de compatibilidade (que atende pelo nome ADFFS) para acessar imagens de disco de Archimedes, e alguns pequenos patches nos executáveis por conta das diferenças do ARM mais moderno. Se você quisesse botar o Pi num gabinete bonitinho e chamá-lo de “Archimedes II”, faria todo sentido. Sim, tudo roda em RISC OS.

E ora vejam vocês, o Archimedes tinha uma biblioteca de jogos considerável.

(Jader de Amorim via VideoMagia)

Sobre Juan Castro

Juan Castro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis – a única cujo Micro Formador não foi o MSX (e sim o TRS-80). Idealizador, arquiteto e voz do Repórter Retro. Com exceção do nome, que foi ideia do Cesar.

0 pensou em “A reencarnação do Acorn Archimedes

  1. Esse artigo me lembrou de uma conversa que tive com o Carlos Bragatto, dois anos atrás:

    2012/8/6 Carlos Bragatto escreveu:
    > Pra piorar, fica a segunda questão, de ninguem saber programar. O cara programava
    > 6502, soltava jogo pra Commodore, Apple, BBC B, Oric 1, Nintendinho.
    > O cara programava Z80, soltava pra MSX, Spectrum, Amstrad, Master System.
    > Quem programava pra 6809? E pro ARM do Archimedes?
    > Ninguem, fora meia duzia de estudios.

    Engraçado você dizer isso, já que hoje não existem mais Zilog (Z80), MOS (6502), Commodore, Sinclair, Amstrad e SEGA, a Motorola não faz mais processadores, e a ARM (que foi usada como processador principal pela primeira vez no Archimedes) é a menina dos olhos da indústria, usada pela Apple em todos os iPhones e iPads, e em todos os Android decentes, além de ser a única arquitetura não Intel que tem uma versão do Windows 8.

    No fim das contas o Archimedes pôs todos esses daí no bolso.

    1. A MOS não existe mais, so que a Western Design Center continua fazendo 6502. E a Zilog ainda faz Z80. A parte da Motorola que faz processadores se chama Freescale, mas isso é só um detalhe (da mesma forma que a parte da Philips que faz processadores se chama NXP).

      Dito isso, é possível que no início de 1988 eu era o único fora da Acorn que estava fazendo projetos com o ARM. Eu acreditava que era de longe a melhor opção e nestes anos todos não vi razão para mudar de opinião. Foi um sucesso mais que merecido.

      1. “Existir” existem, mas o fato é que essas arquiteturas (Z80, 6502 e 680×0) morreram, ainda são usadas em sistemas embutidos low-end mas é só. Não existe inovação ou investimento nelas como se vê nos ARM (e, obviamente, nos x86), no máximo usam processos mais novos (o que obviamente melhora frequência e consumo) mas é só…

        1. A questão é a evolução do processador; o Z80 virou um microcontrolador para uso industrial e não para computadores pessoais; o 65×02 e o 65C816 acabaram num nicho de videogames (NES, SNES, PC Engine, Lynx etc); os 68K até tiveram uma evolução consistente até que a Motorola decidiu que eles não evoluiriam mais e, trilharam o caminho dos da Zilog e hoje são microcontroladores chiques. No final quem teve uma evolução, impulsionado pelas exigências do mercado, foi a família x86, Power PC e com os ARM correndo por fora.

          1. Sim, é exatamente isso que eu quis dizer. Microcontrolador é commodity, qual você usa é irrelevante, se aparece uma alternativa mais barata/adequada você muda pra ela sem pensar duas vezes (nem mudam o modelo ou o nome do produto, às vezes a única forma de saber qual microcontrolador foi usado é pela data de fabricação).

            Ser um especialista em Z80, 6502 ou 680×0 hoje em dia significa quase nada (exceto pros hobbyistas/entusiastas que gostam de micro velho, feito a gente); já especialistas em ARM são disputados a tapa…

          2. E agora que o universo é movido a máquinas virtuais o processador que fica cá debaixo é irrelevante, basta refazer a máquina virtual e todos ficam felizes (ou quase).

  2. e o video ? precisa de uma camada de emulacao de video sim.

    1. A diferença principal é que o ARM 2 tinha um registrador de status e PC combinados (modo 26 bits) enquanto que do ARM 6 para frente eram separados (modo 32 bits). Mesmo que seja usada uma versão do RISC OS que cuida disso algumas aplicações podem ter problemas sem uma pequena camada de adaptação.

      O vídeo era diferente, como você falou, o teclado e mouse eram PS/2 ao invés de USB e o som também era diferente.