Episódio 32 – Entrevista com Divino Leitão: Parte A

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Este é o episódio 32 do Retrocomputaria.

Neste episódio, estreando nossos novos equipamentos, entrevistamos Divino C. R. Leitão, com um cardápio variado: Micro Sistemas, Jogos & Computador, ZX-81, programas, jogos, lendas urbanas, calotes de grandes magazines, etc etc etc.

Ficha técnica:

  • Participantes: Ricardo, João, Cesar, Sander e Giovanni
  • Entrevistado: Divino Leitão
  • Duração aproximada: 53 minutos
  • Músicas de fundo: Músicas variadas de micros com o qual o convidado trabalhou. Nesse episódio, MSX.

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Sobre Cesar Cardoso

Cesar Cardoso é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis, acumulando a tripla função de pauteiro, referencial para evitar que a gente saia do tópico, e especialista em portáteis clássicos.

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  1. Do link: “…Nesta página está disponível para download a quase totalidade dos programas publicados na revista e destinados aos ZX81…”

    Ahhhh. Magoei. Eu queria um jogo de corrida de carro pra TRS-80 que eu digitei na época e me amarrei. Começava numa página par e tinha um desenho de um F1 (meio tosco) no início. Era cheio de READ/DATA de código LM.

  2. Pessoal, sem desmerecer as outras entrevistas, mas essa matou a pau! Ri muito e o mais legal é que, eu acredito, mesmo alguém que não viveu a microinformática nos anos 80, consegue facilmente ter uma ideia de como era a produção de software e literatura para na área. Esperando pela parte B. Parabéns a todos.

  3. O Ventura Publisher rodava no GEM da Digital Research, que não ficou popular no PC mas era o sistema padrão do Atari ST. O Ventura era uma versão reduzida do Interleaf Publisher da Xerox que rodava em estações de trabalho. Eu usei os dois programas e dava para ver as semelhanças.

    No Windows o programa mais popular de diagramação era o PageMaker da Aldus (depois comprada pela Adobe). Originalmente era uma programa do Mac.

  4. Ola Jecel.
    A versão que peguei do Ventura foi comprada nos EUA por um dos donos da Chocolate ele era tão “fresco” (o programa, não o dono) que ninguém por aqui sabia ensinar a usar, tive que aprender sozinho e depois ainda faturei algum dando aulas de como se usava o programa.
    Não pesquisei para ver datas de lançamento nos EUA, mas o PageMaker chegou no Brasil bem depois do Ventura e também de forma não oficial, pois devido a lei de Reserva de Mercado as empresas só podiam usar ‘programas originais” que fossem feitos no Brasil e o único que se enquadrava nos quesitos da lei era o “Carta Certa”, que absolutamente não se enquadrava na categoria DTP e tenho minhas dúvidas se poderia ser enquadrado até como editor de textos.
    A versão que usei era original, mas de acordo com a lei vigente a empresa não poderia usar, o que era um absurdo.
    Sabemos bem o que a Reserva de Mercado trouxe ao Brasil, um “gap” tecnológico que ainda hoje não conseguimos superar.
    Depois passei a trabalhar com o PageMaker, eu até gostava mais do Ventura, mas o PM passou praticamente a ser o padrão para DTP no Brasil, até surgirem outros programas melhores.
    Mas o que me chamou mesmo a atenção (e que na época nem percebi) foi o Ventura vir acompanhado de uma versão do Windows (seria 1.1) que nem havia sido lançado ainda, o DOS ainda era o SO oficial dos PCs.
    Me lembro que usei ele a primeira vez para fazer um trabalho de emergência onde passei o sábado e o domingo ralando na madrugada pra ter uma série de documentos importantes prontos e impressos.
    Na hora que desliguei o micro (um “notebook” do tamanho de um micro de mesa) não consegui mais encontrar meu trabalho e quase cheguei a chorar, pois tinha completado uma tarefa a tempo e de repente tinha perdido tudo… mas assim como Jesus o Windows salvava cópias dos arquivos automaticamente e as cópias automáticas estavam todas lá e puderam ser impressas. 😉 Final feliz.

    1. A Convergente tinha, além do “Carta Certa”, uma ferramenta de diagramação, o “Página Certa”. Conta a lenda que eles tinham um case, no começo da década de 1990, no jornal O Povo. A redação era informatizada com estes dois produtos, “Carta Certa” (Não sei ao certo se na versão 4 ou ainda no tosquinho do 3) nos computadores dos jornalistas e para o diagramador o “Página Certa” e uma fotocompositora onde o diagramador se divertia com o colorido das fotos (quem conhece o jornal sabe muito bem que estou sendo muito irônico).

    2. Divino, o que eu estava comentando é que o Ventura original de 1986 rodava no GEM e não no Windows. Eu usava os dois sistemas na época. Foi só o Ventura 3.0 de 1990 que passou a ter versões para Windows e OS/2 além do GEM.

      http://en.wikipedia.org/wiki/Corel_Ventura

      Eu usava o PageMaker no Mac bem antes de sair a versão para Windows. Ai não só o software era fora da lei mas o computador também. O PageMaker vinha com uma versão especial do Windows no início:

      http://en.wikipedia.org/wiki/Adobe_PageMaker

      Não concordo na questão do “gap” causado pela reserva de mercado. Na feira nacional de informática de 1991 (um ano antes do fim da reserva) já não dava para ver diferença alguma em relação ao exterior. Isto é, para quem estava no mundo dos PCs. Quem gostava de Commodore Amiga, Atari ST e coisas do tipo via uma diferença muito grande.

      1. Esta questão do GAP é complexa, assim que abriu as portas para o mercado externo realmente quase tudo ficou ao nosso alcance (exceto tecnologia de ponta, reservada para uso militar) mas o gap não foi apenas em termos de equipamento ou soft pois isso os nossos consultores de fronteira sempre resolveram. O grande problema foi a questão do desenvolvimento, tanto que você não vê o Brasil criando chips, desenvolvendo tecnologia, mesmo após mais de uma geração ainda não chegamos ao ponto de ter um garoto criando um computador na garagem de casa, ficamos limitados ao software porque não desenvolvemos tecnologia para produzir hardware, tanto que nos últimos anos o mais próximo que tivemos de desenvolver tecnologia nova foi a criação do Kinect por um brasileiro, mas ele não fez isso aqui. Ainda dependemos dos outros países para desenvolver e principalmente criar hardware e este é o gap a que me refiro e não faço ideia de quando (e se) será solucionado. Veja a questão do sistema de TV, o governo brasileiro se gaba de ter criado o PAL-M, que nada mais era do que uma mistura do NTSC com o PAL e que sempre precisou de adaptações para funcionar adequadamente e justo quando as adaptações chegaram ao nível do automático mudou o sistema de transmissão de sinal e novamente o governo quis inventar… isso tudo acontece por falta de investimento em ciência e tecnologia, que é algo que herdamos da reserva de mercado… cujo “objetivo” maior sempre foi anunciado como para evitar isso. Um dia chegamos lá… mas o prejuízo não dá para ser reparado.

  5. Vocês estão de parabéns pelo episódio ! Uma entrevista muito didática e interessante. Posso garantir que ficarei a roer unhas ansioso pela parte B.

    E por curiosidade sobre o falido Mesbla / Mappin!! Morei por anos ao lado de uns dos prédios até hoje fechado, interditado pela justiça. Ninguém compra pelo tamanho do problema.