Discussão: Que maravilha de monitor horrível!

Entre os meios retrocomputacionais, monitores CRT x LCD e emuladores sempre são assuntos controversos: Quanto aos emuladores, alguns acham que deveriam ser extintos da face da Terra. Outros acham que substituem perfeitamente o hardware original, e com isso ele torna-se dispensável. Entre os dois extremos, existem várias vertentes, como os que admitem os emuladores para facilitar o desenvolvimento de software (e hardware também, por que não?), os que aceitam eles para jogos apenas, e para conhecer hardware novo.

Quanto aos monitores também temos polêmicas e dúvidas, gente que reclama e gente que não está nem aí. Da mesma forma, cada um tem sua opinião.

Nós, do Retrocomputaria, temos uma posição que vocês sabem há tempos, e que eu não vou repetir por aqui. Mas uma curiosidade relacionada surgiu recentemente, pelas mãos de nada mais, nada menos do que Jason Scott, e que vocês podem ver no blog dele clicando aqui.

Se você clicou em Mais…, deve não estar lembrando de Jason Scott. Mas já falamos dele por aqui. Quando? Várias vezes. Vamos refrescar a memória de vocês, então:

Que tal? Então, ele está coletando material para um novo documentário, sobre Arcades (Arcade Documentary), e se deparou com uma curiosidade. Olhe só essa foto do monitor vetorial do Asteroids (o arcade):

Essa é a tela que vemos, num emulador, por exemplo. Vale lembrar que o monitor é vetorial, como o monitor dos Vectrex. Logo, se você quiser saber como funciona, clique aqui e seja feliz.

Agora, olha só como é uma foto da máquina de arcade do Asteroids:

Reparou como há diferenças da tela? O brilho é diferente, as estrelas, por exemplo, parecem estrelas cintilando no escuro da tela, e não um simples ponto branco no fundo preto. as primitivas vetoriais (linhas, pontos e polígonos), que são criados por apontar um facho de luz diretamente nos seus olhos (somente sendo filtrados por uma placa de vidro), trazem uma sensação diferente do que vemos. O brilho gerado pelo fósforo do tubo de imagem faz uma baita diferença, e a sensação é completamente diferente – sem sombra de dúvida, melhor.

Infelizmente, em emuladores e telas LCD/plasma isso não é possível. Apesar de soluções como o Television Simulator, essa sensação não é a mesma. Como disse um amigo há pouco tempo:

Ele – O último fabricante de TVs CRT disse que irá interromper a produção, buaaaaá!

Eu – Fazer o quê, é o progresso…

Ele – EU ODEIO LCDs! ODEIO! ODEIO!

Eu – Bem, você pode usar um daqueles geradores de scanlines… Pelo menos disfarça.

Ele – Sim, e eu posso me casar com um travesti ao invés de uma mulher. Afinal das contas, é tudo parecido!

Dispensável dizer que dei umas boas gargalhadas, mas fiquei pensativo sobre isso: Estaremos fadados a não mais ter a sensação gerada pelos CRTs? Como será? Mas, e a praticidade dos LCDs, não conta? É um preço a ser pago?

Bem, com a palavra, vocês! Opinem aí embaixo, digam o que pensam, falem, manifestem-se!

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

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  1. Eu gosto de scanlines nos jogos de arcade emulados. Os outros (d)efeitos eu dispenso.

    Quanto aos jogos vetoriais, o lance é usar a resolução nativa do monitor (quanto maior, melhor) e deixar o emulador se virar. O MAME sabe simular aquele efeito dos pontos mais brilhantes quando o feixe faz um ângulo. Fica excelente, embora não exatamente igual num LCD. Já num CRT VGA, fica perfeito.