O que esperar da retrocomputação em 2013? Com a palavra, os editores.

Antes de tudo, Um Feliz RetroAno de 2013 a todos vocês. Muitos micros clássicos, dinheiro no qbolso para comprá-los, tempo para brincar com eles, paciência para consertá-los… E ouvidos para ouvir o Retrocomputaria, e olhos para ler o R+. São esses os nossos votos.

O que esperar do ano de 2013, em termos retrocomputacionais? Bem, conversamos outro dia (em 2012) sobre o que falar no 1o dia do ano, e aqui vai a opinião dos 3 malucos que mantém o R+. Com a palavra, os editores (alerta, post grande!):

Cesar Cardoso : Ricardo e Giovanni vão falar uma série de coisas importantes, então não saiam daí 🙂 Vou tentar não ser muito maçante.

2012 foi o ano definitivo do renascimento da força da experimentação e do fazer na computação. Arduino, AVR, CPLD, FPGA, impressoras 3D, tudo isso junto e misturado gerou um caldo de cultura que permitiu, por exemplo, tornar bem mais acessível o trabalho de prototipagem e produção em baixa escala de novos periféricos para micros clássicos, permitindo que estes micros façam coisas inimagináveis na sua época.

Em 2013, vejo este movimento gerando mais e melhores frutos para nossos queridos clássicos. Prevejo o início de uma explosão de periféricos novos para micros clássicos a preços bem acessíveis, acredito em uma onda de recriação de micros clássicos em FPGA/CPLD e espero muito que hajam recriações de sistemas operacionais de micros clássicos para o Raspberry Pi, o micro mais importante da computação pelo menos dos últimos 20 anos.

Para terminar, é certo que haverá um encontro natural entre a comunidade da retrocomputação e a comunidade dos makers – afinal, são as duas comunidades que mantém a computação divertida num mundo em que cada vez mais computadores são eletrodomésticos.

Giovanni Nunes : Vou tentar não estragar as surpresas que couberam ao Ricardo comentar, ou seja, vocês precisarão ler mais um bocado para ter “uma ideia geral do todo” e também não serei repetitivo dizendo as mesmas coisas que o Cesar (complicado ficar no meio né?). Este ano que passou ajudou a comprovar mais uma vez que plataformas comercialmente mortas há algum tempo, não estão assim tão enterradas e esquecidas como parecem! E justamente o contrário, enquanto plataformas comercialmente viáveis apresentam o “mais do mesmo”, vemos nos pontos mais diversos do mundo temos gente (sozinha ou em grupo) lançando novo hardware e software para estes computadores que gostamos tanto (aliás saiu versão nova do firmware da CFFA 3000 e preciso atualizar a minha)… E neste ano tivemos a incursão da retrocomputação em outras mídias e formatos, invadindo museus e até mesmo nossas estantes (e mais de uma vez)! E o que esperar de 2013? Ao menos eu acredito que mais que uma continuação daquilo que passou e com algumas coisas a mais, uma espécie de “2012+” ou “2012e”… ….e agora passando a palavra para o Ricardo que está mais que impaciente!

Ricardo Pinheiro : O ano de 2012 foi um ano especial para nós, do Retrocomputaria. Foi o ano onde começamos o Retrocomputaria Plus, e chegamos ao final dele ultrapassando a marca de 400 posts publicados, em 346 dias. Mais de 1 post por dia. E o retorno foi muito bom, mais de 15000 visitas desde que começamos a contabilizar, em março (ou abril, não lembro).

Na Campus Party 2012 eu me dei conta de que nós somos conhecidos e respeitados pelo nosso trabalho, com vários convites para gravar em podcasts mais conhecidos e mais profissionais do que o nosso. Também fomos parar no Cubo Geek, o que é uma honraria, já que somente 10 podcasts foram selecionados, entre tantos outros. Até o nosso media-kit nos foi pedido, e olha que a gente nem sabia o que era isso!

Para a Campus Party 2013 apelamos e pedimos a credencial de imprensa apresentando-nos como “Retrocomputaria Podcast“. Será um prazer inenarrável encontrar com vocês na Campus, bater um papo, falar besteira e comentar sobre nossa paixão. Ah, talvez dessa vez tenhamos um media-kit disponível para apresentar!

Para 2013, pretendemos manter o R+ no mesmo formato, mas é certo de que teremos mais um editor, pelo menos (imaginam quem?). Já o visual… Deve mudar. Está nos nossos planos dar uma cara mais retrocomputacional ao blog.

No Retrocomputaria, iremos festejar os 30 anos daquele que é “o mais mágico dos microcomputadores” com um episódio especial, há muito pedido, e pretendemos gravar nesse ano os episódios sobre os micros do Leste Europeu e sobre a demoscene. Estamos de férias, mas estamos produzindo. Afinal, temos que ter material para nossos ouvintes, que são o nosso maior patrimônio.

Há também mudanças para breve (no caso, muito breve), e que vocês saberão. Ainda é segredo, mas tem mudanças nas quais que estamos trabalhando há meses, e que devem surpreender a todos em breve. Aliás, estamos participando de uma empreitada para o segundo semestre do ano que, se der certo, abalará as estruturas da cena retrocomputacional brasileira, será algo muito marcante. Aguardem e confiem.

Ao mesmo tempo, a cena retrocomputacional brasileira está cada vez maior em termos de diversidade. A primeira RetroRio foi um evento pequeno, mas trouxe muita diversidade em termos de hardware: Tivemos pelo menos 10 plataformas diferentes sendo apresentadas, e nossa expectativa é aumentar, inclusive em número de encontros – estamos pensando em 2 RetroRio em 2013, além das já tradicionais 3 MSXRio.

A comunidade MSXzeira está muito animada, com projetos como o MSXARM, mais gente programando, e pessoas novas se envolvendo. A cena colecionista está a toda, e os brasileiros estão descobrindo serviços como o SMJ e o Yahoo!Auctions japonês. Mas não é só MSX, e é uma alegria muito grande para nós vermos que o pessoal do Amiga está animado, o povo do CoCo está num frenesi daqueles com histórias e relatos históricos que estão sendo descobertos, o pessoal do Apple II está à toda, produzindo hardware, o Spectrum brasileiro (o TK-90X) agora teve sua ULA clonada…

Sem contar os blogs! Sim, o LabRitcho, a Jogos80, o AMXProject, e tantos outros sites, com muito o que ser lido. E não podemos deixar de falar da Jogos 80 FM, que teve só 3 episódios mas é absolutamente incrível ouvir. É sempre um prazer ouvir sobre um assunto que gostamos, e não temos que estar envolvidos nisso! Sim, 2012 foi um ano mágico para a cena retrocomputacional brasileira.

O que esperar de 2013? Mais eventos, mais divulgação, mais gente se envolvendo, e mais Retrocomputaria. E mais Retrohitz também, se tiverem alguma sugestão, podem mandar. Passamos dos 1000 dias no ar, chegaremos a 3 anos daqui a 20 dias, e continuamos na nossa missão: Falar de micros clássicos, desse universo retrocomputacional tão apaixonante e curioso. Esperamos que vocês gostem. Então… Nos vemos no próximo episódio (ou post).

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

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