Feito isto, vamos aos games… Que sempre é uma área muito requisitada. E não poderíamos deixar de prestigiar nosso amigo fudeba Moacyr Alves, que além de presidente da ACIGAMES, idealizador da campanha do Jogo Justo e outros títulos… É o curador das área de Games da Campus Party! E com base nessa amizade é que levei uma bronca dele por ter levado tanto tempo para ir lá… “Mas eu cheguei só hoje, cáspite!” Ah, caso você não lembre, entrevistamos o Moacyr no episódio 15, partes A e B.
As palestras eram bem interessantes, sobre desenvolvimento de games, mas como eu já saí dessa vida de programação, vamos aos simuladores e brinquedos presentes. Como sempre, alguns simuladores bancados por empresas. O irônico foi ver a Azul (empresa de transporte aéreo) com um simulador… De corrida. Era um carro de fórmula, com cockpit, volante e telas (sim, eu disse TELAS) simulando uma corrida. Seria mais lógico eles patrocinarem um simulador de vôo. Mas vai entender…
E bem do lado, um simulador de vôo que nos fez gastar um tempo falando com as pessoas que o desenvolveram. É impressionante a capacidade do ser humano de transformar um hobby em algo realmente grandioso. E pelas fotos que vocês podem ver, o simulador é todo baseado no Microsoft Flight Simulator X, numa tela imensa, e o mais sensacional: Com um painel completamente funcional na frente. Todos os mostradores, marcadores e visores FUNCIONAM. Outra conquista impressionante foi ver que um dos membros do grupo tomou para si a (hercúlea) tarefa de pegar as imagens de satélite do Google Maps e transformar em cenários para o FS X. Só que ele fez isso com TODA a América Latina. Impressionante. Tivemos uma longa conversa com os responsáveis, trocamos cartões, e o Sander inclusive conversou sobre a possibilidade de uma parceria comercial com a empresa de um deles… E ainda, por fim, um deles é entusiasta de retrocomputação, tem um TK-2000 e disse que vai ouvir o Retrocomputaria! Viva! A propósito, aqui segue um vídeo do simulador em funcionamento.
Ainda nos games, uma curiosidade foi ver a inversão de 2011 para 2012. Como pude comprovar em 2011, a Campus Party foi território da AMD. Se vocês observarem minhas fotos do ano anterior, verão um estande da AMD com 10 telas LCD e gente jogando Street Fighter IV, processadores Fusion, placas ITX tocando vídeos full HD… E a Intel? Bem, ela estava apenas como parte do estande da CCE.
Nesse ano, a virada foi completa: Nada de AMD, e a Intel simplesmente dominou. Desde as máquinas reservadas para o campeonato de games, numa parceria dos sujeitos de azul de Santa Clara com o pessoal de verde de Sunnyvale. Sim, a Nvidia. E na área de expositores, aberta ao público, basta dizer que a Intel tinha o maior estande de todos. Está aí as fotos que tirei e que não me deixam mentir. Desde desafios de overclocking (que no meu tempo, era melhor para se fazer com AMD), passando por campeonatos de games (só reconheci o Starcraft 2), Intel Extreme Masters… Realmente eles entraram de sola. Tentar recuperar o mercado perdido? Não sei. Mas investiram pesado em 2012.
E, falando em overclock, me lembra casemod. E casemod me lembra as coisas que vimos por lá. Vou tentar fazer uma lista do que achei interessante:
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O primeiro que registrei em foto foi um casemod temático, do Speed Racer. Tinha até um Mach 5 em cima, e usava 3 monitores. Pelo que soube, era de um dos organizadores da Campus. Como sou fã de Speed Racer desde antes de mexer com computadores… Já viu.
- Teve também alguns que já vi antes, como um clássico, feito em gabinete de madeira, com a frente toda em acrílico transparente, e os HDs mais gravador de DVD em gabinete separado. Esse eu já vi em 2011, mas dessa vez foi possível registrar fotos melhores – eu perdi o receio de usar flash nas fotos.
- Ainda vimos uma “heresia”, que foi aquele jovem que tinha uma workstation Sun, gabinete torre média, lindo… E montou um PC dentro. Merecia uma vaia.
- Vários casemods bonitos, bem pintados, com efeitos relacionados a watercooling (corantes azuis ou verdes que reagem à luz), várias placas de vídeo ligadas em paralelo (Hybrid CrossFire, SLI-X ou como queiram). Alguns ostentando SSDs da OCZ para o seu sistema (grande coisa, tenho um desses dentro do meu notebook). Outros, é claro, com casemods de beleza discutível, como aquele montado em caixa de papelão, e outro… Montado em cima de uma caixa de pizza. Horrível? Sim. Mas tinha 3 placas de vídeo que somadas, custavam mais caro do que o meu notebook. Ah, e vimos um monitor CRT na Campus – o que é algo quase assustador, em tempos de onipresença dos LCDs. TVs LED e LCD de 42 polegadas também são mais comuns, além de gente usando 2 monitores (como esse aqui, que o segundo monitor fica em pé). Originalidade é uma palavra de ordem nessa área, apesar de termos muita gente copiando.
Vamos fechar com 4 casemods bem impressionantes que vimos por lá.
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Começamos pelo casemod do Capitão América, onde o autor pintou todo o gabinete de branco, vermelho e azul, usou iluminação, tampa de acrílico, papel de parede do Sentinela da Liberdade… E 2 bonecos do Steve Rogers, dentro do gabinete. Quer ver como ficou? Está aí do lado.
- Outro que ficou bem impressionante foi o casemod d’ O Poderoso Chefão. Aqui, eles fizeram um gabinete com janelas para acomodar placa-mãe, ventoinhas para refrigerar o conjunto, iluminação… E um carro de gangster, em escala, girando dentro do gabinete. O The Godfather Mod (esse é o nome) realmente impressiona pelo trabalho bem-feito.
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Mais um que me deixou de queixo caído foi o casemod do Coringa. Mas o casemod foi baseado no Coringa do jogo Arkham Asylum. O boneco do Coringa foi feito em fibra de vidro, cuidadosamente pintado, e está como que saindo de uma caixa, com explosivos à frente e ele, pronto para usar o detonador. A riqueza de detalhes e soluções criativas é impressionante: O detonador é a fonte de alimentação (1000 W) do casemod; o sistema de watercooling é todo feito com água com corante verde, o que nos traz a lembrança do produto que o Palhaço do Crime usa para atacar suas vítimas; o boneco tem um crachá (roubado) do Hugo Strange, um vilão menor, mas que decobriu a identidade secreta do Batman; o monitor LCD estava decorado com cartas do Coringa e do Morcego; uma placa de acrílico com o símbolo do Arkham também sendo apresentado. Muito bem feito, não é à toa que o criador ganhou vários campeonatos de casemodding.
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Mas, sem sombra de dúvida, o mais impressionante de todos os casemods é o do Homem de Ferro. O Sandman (desculpe, não sei o nome dele com exatidão) levou 2 anos e gastou mais de R$ 4000 para montar, em tamanho natural, essa estátua do Homem de Ferro, e colocar dentro dela uma placa-mãe nem tão impressionante… Mas todo o conjunto o é. Ele usou um Arduino para controlar coisas como a abertura da máscara, o piscar das luzes dos olhos, da mão direita e do reator do peito. Ah, ele controla a abertura das panturrilhas da armadura também. Temos muitas fotos, como vocês podem ver no álbum. Temos também um vídeo. Quer ver o site? Está aqui o link.
Já quase concluindo a resenha sobre a Campus Party, tivemos como sempre a área externa, com os estandes para os meros mortais que não tem o passe dado pela credencial. Vimos impressoras 3D trabalhando no estande do Terra, e pessoas posando para que câmeras captassem suas formas e as imprimissem em pequenos bonecos de plástico. Curioso, ainda mais sabendo de projetos como a impressora RepRap, e o trabalho do Garoa Hacker Clube.
Entre outros itens interessantes, tinha o robô lançador de bolas de pingue-pongue (os profissionais lembram que é tênis de mesa, mas vá lá), o que me decepcionou um pouco, já que eu imaginei que seria um robô que rebateria as bolas, e não lançasse bolinhas incessantemente. Que seja… Mas a propósito, alguém sabe por que o Wal-Mart estava por lá? Nem eu sabia.
Ainda tivemos Space Invaders com Kinect e uma tela semiesférica. Explicando cada um:
- Em um estande (acho que do SEBRAE), Space Invaders com Kinect. Estranho? Veja só a nossa descrição: O que tivemos foi um painel coberto por um grande lençol branco, onde era projetada a imagem de um jogo ao estilo “mate todos os alienígenas”. E quem é o canhão? Você mesmo, e aí entra o Kinect: Você é o canhão, e ao agitar os braços, “você” atira. Para mover o canhão, basta mover para os lados. E com isso, derrubar o máximo número de alienígenas. É legal? Bem… Confira no vídeo tosco que eu fiz.
- Um dos projetos expostos mostrava uma semiesfera de vidro, com uma imagem sendo projetada nela. No caso, o curioso é que a tela exibia uma foto do planeta Terra, que poderia ser mudada, para a Lua ou mesmo Marte. Como? Mantendo a mão sobre o topo da esfera. Sim, a tela era multitoque! E nos divertimos girando a esfera para os lados, além de ouvir sobre as aplicações daquela experiência, dadas pelo mui simpático representante.
Ainda vale o registro de três curiosidades do evento, para encerrar:
- A Fundação Mozilla levou vários balões (também conhecidas como bexigas), distribuindo-os como parte da campanha por uma Web mais democrática, mais justa… E mais uso do Firefox. Chrome mordendo os calcanhares, né?
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Ainda houveram essas moças aí do lado, de bela aparência, portanto mochilas e com essa placa pendurada: “Eu Quero Te Dar Um Beijo”. Calma aí, eu sou homem casado, e minha esposa é brava!
- A última é de caráter pessoal, e ocorreu logo que chegamos na Campus: Um senhor veio até nós pedir ajuda para desbloquear o celular dele, e para mexer num tablet chinês, simplório como ele só. Dispensável dizer que o Sander odiou a tela resistiva, e tentamos de tudo para desbloquear o celular. Na conversa, além de termos ganho lanche, descobrimos que ele era o proprietário dos restaurantes que estavam ali instalados, no pavilhão dos campuseiros, e que o seu sonho é, quando se aposentar, vir morar no Rio de Janeiro. Mais especificamente, no simpático bairro de Jacarepaguá, justamente onde resido. Pena não termos conseguido resolver o problema do celular, mas o tablet foi feito.
Conclusões
Estou ficando velho. Não baixei um mísero megabyte na rede de alta velocidade da Campus Party. Não liguei meu notebook. Também, não havia espaço para abrir o meu datacenter, e nem nada interessante o bastante. Nesse aspecto, o encontro foi um fracasso.
Mas o evento valeu e muito pelo networking realizado: Muitas conversas, muitos contatos, convite para gravar alguns podcasts… Reencontrar amigos, conhecer pessoalmente gente que você conhece de trocar emails, falar sobre vários assuntos, fotografar e filmar, rir e conversar… Sob esse aspecto, a Campus Party foi um sucesso.
Logo, em 2013 (se houver Campus Party depois do fim do mundo), é possível que eu leve apenas o Touchpad e um HD externo. Também levarei mais cartões, alguns DVDs com cópia do material do Retrocomputaria, minha garrafa térmica para beber água… E mais alguma coisa que vier na telha. E ficarei mais dias, se o trabalho permitir.
No mais, nada mais. Até mais e… Fique com a minha galeria de fotos nesse link.
Além, os vídeos disponíveis no nosso canal, no Youtube. Divirtam-se!
poxa Ricardo não seja tão duro com o garoto, ele soh tinha uma versão pc da workstation, a Sun produzia workstations tanto pc quanto sparc, e nor ultimos dias pré-oracle, soh se encontravam as pc por ai, triste mas verdadeiro http://www.oracle.com/us/products/servers-storage/desktop-workstations/036093.pdf