É claro que eu gastei muito mais tinta do que deveria, mas isto também me serviu de aprendizado. Logo, em trechos onde a tinta ficou falhada, eu mudei a cor, e resolvi experimentar, personalizar a pintura, torná-la original. Só que a fita não ajudava, descolava e levava um pedaço da tinta… Então removi TUDO novamente e de novo. Cheguei a pintar toda a peça de preto brilhante, por dentro e por fora. Claro que por dentro não ficou bom (até grudou papel na parte pintada), mas também não me preocupei tanto com o resultado. Não existe primer em spray, logo eu pensei na época em fazer a base toda em preto brilhante, e pintar por cima. Duas demãos de tinta preta depois… Coloquei o grafite, em várias demãos. Depois, verniz acrílico para proteger a pintura e dar um brilho extra. A peça estava realmente muito bonita, como vocês podem comprovar abaixo:

E aí veio a (maldita) ideia do molde vazado. Explico: Minha esposa é professora do ensino fundamental, logo muito mais versada em artes manuais do que eu (mas também, qualquer um é). Conversando, perguntei sobre colocar o logotipo do Expert na tampa, com o número 3. Afinal, esse é um Expert 3. Ela disse que era possível fazendo um molde vazado.

Achei alguns blogs de artesanato falando sobre moldes vazados, e resolvi fazer em papel – e aí começou minha ruína. Todo mundo sugere usar uma radiografia velha, devido à sua rigidez. Alguns blogs explicam inclusive como limpar a radiografia, de forma que ela fique sendo uma superfície rígida e levemente azulada.

Na falta da radiografia, eu resolvi tentar com papel. Peguei o logotipo do Expert em formato vetorial, abri no LibreOffice Draw, engrossei os traços (senão seria muito fino para cortar), e cortei com estilete no papel. Ficou uma droga. O problema do estilete é que ele não é bom para cortes finos, então rasga a folha de forma torta. Tentei, fiz… É o que você vê aí embaixo.

Aí levo o segundo modelo para minha esposa. Ela corta no papel, com tesoura. Ficou ótimo. Colamos o papel no gabinete com fita crepe, e usamos o spray. Várias demãos curtas, respeitando o tempo de secagem da tinta. Quando esteve seco finalmente, removemos o papel. Olha a “obra de arte” que ficou aí embaixo.

A vontade que tive foi de chorar. Ficou uma droga. E com isso, é necessário remover TODA a tinta da peça. Tentei remover só do trecho onde estava o molde. Mas manchou, então eu resolvi arrancar tudo (pela enésima vez), e aí usei aquele redutor de alto desempenho que falei no primeiro post. Removi tudo (daquele jeito que expliquei, deixei secar e removi com a espátula) e recomecei o processo, sendo que dessa vez não quis arriscar e fazer a letra toda errada na tampa.

Segundo o Ritcho me disse, numa conversa sobre esse processo, foi que eu devia ter feito ao contrário. Como assim? Simples:

• Primeiro, na região onde você irá colocar as letras, pinte-a com a cor que você quer para as letras – ou desenho, que seja.
• Espere secar.
• Corte as letras do jeito que você quiser, e cole na superfície pintada com a “cor destino”. Se você fizer em papel adesivo, melhor ainda.
• Pinte com a cor original, fazendo sumir as camadas da “cor destino”.
• Espere secar.
• Descole as letras da tampa. O resultado será as letras no fundo original.

Logo, se você quiser que as letras apareçam em prata sob um fundo grafite, pinte a região de prata, cole-as e depois pinte por cima de grafite. Por último, descole as letras e você terá a imagem gravada. Acredite, gente, ele foi sócio de uma oficina, então entende das coisas. Mas eu não fiz.

Por último, apliquei o verniz acrílico. Mesmo processo de aplicação da tinta, borrifando em várias demãos curtas, esperando o tempo passar… A ideia é que esse verniz dê brilho e proteção à peça. O resultado final está aí embaixo.

Honestamente, quando estava com somente aquelas faixas prata, estava melhor. Não que agora esteja ruim, pelo contrário: A parte com grafite está melhor. Mas agora tentei fazer um efeito com faixas pretas e pratas, mas não saiu como planejado (sempre removia a tinta na ponta), então preferi deixar do jeito que está. O efeito não deu muito certo e a paciência acabou-se, então deixei dessa forma. Seria uma ideia boa remover a tinta desse lado e pintar somente 2 faixas prata (que era o spray que sobrou, junto com o preto), mas achei melhor deixar do jeito que está.

Bem, eu tenho a intenção de pintar outro micro no futuro, de preferência pintá-lo TODO. Isto quer dizer pintar metal e plástico, teclado, etc e tal. Aí eu faria o estêncil na tampa, talvez colocar o logo dessa empresa aqui e outras brincadeiras. Mas além disso, eu preciso de alguém que reconstitua alguns logotipos em silk-screen. É que eu tenho um AX350-II (MSX 2 da Yamaha para o mercado árabe) cujos logos estão bem gastos, quase ilegíveis. Quero refazê-los, alguém conhece quem o faça?

Espero que essa série seja útil, e te estimule a pintar… Ou não. A mim, rendeu muito aprendizado e alto consumo de pasta de limpeza pesada, pois ainda algumas manchas não saíram. E lá vou eu…

Ah, o link para o álbum, com todas as fotos em maior resolução está aqui. Divirta-se! Ou não.