
Então, no último post encerrei falando de que eu me cansei e decidi procurar um advogado para processar a empresa, exigir meu dinheiro de volta – já que o móvel eu não teria. Eu já tinha pago muito dinheiro (estava quitado) e queria o móvel, mas pelo visto não teria. Eu protelei tanto justamente porque eu queria o móvel, não o dinheiro.
O processo é instaurado.
E lá fui eu atrás de um advogado. Não foi difícil, dado que fui parar em um escritório de advocacia que já tinha me representado em um caso no Tribunal Especial Cível (um carro de uma operadora desceu uma rua na contramão e bateu no meu carro). O advogado, apelidado ironicamente de “Sorriso” por mim e por outro fudeba MSXzeiro, é um poço de grossura. Mas ele é eficiente, e eu não chamei ele para jantar na minha casa, mas para reaver meu dinheiro.
Ele pede 30% do valor pago, vai pedir o teto no Tribunal, pede todos os documentos que eu tenho (inclusive a nota fiscal do serviço), etc e tal… E ele diz que, na opinião dele, “você vai ganhar a causa, mas não vai levar“. A empresa está falindo, eles não vão ter como te pagar. E eu vou perder esse dinheiro todo. Ainda tenta me dar uma bronca, que eu devia averiguar a saúde financeira da empresa antes de fazer algo tão caro… Mas eu alego que a empresa existia naquele endereço há 23 anos, e já tinha feito trabalhos na minha casa, logo nem desconfiava que a situação financeira deles era tão ruim.
Bem, processo aberto, e no dia seguinte, audiência marcada para daqui a cinco semanas. Rápido, não? Cai num dia de trabalho, vou ter que dar um jeito de estar presente na audiência… Mas eu dou o meu jeito.
Começamos tudo de novo.
Bem, meu escritório continua desmontado, meus MSXs amontoados no quarto do lado, minha vida (ainda está) de pernas pro ar. Saio numa manhã de sábado com minha esposa (e comparsa dessas loucuras todas), atrás de uma empresa para fazer um novo móvel. Não dava para ficar do jeito que estava, e eu só queria receber de volta o que me era devido. Assim pedi a Deus.
E fui parar nessa empresa aqui. Conversei com o proprietário (profissional competente e simpático como poucos), expliquei tudo, levei o rabisco que eu tinha da outra empresa (ele desconfiou, mas não confirmei nem desconversei)… Duas curiosidades:
- A loja dele é ao lado do escritório de advocacia que eu contratei para processar a primeira empresa.
- No dia, o ar condicionado da loja dele estava em manutenção… Então a reunião foi na calçada mesmo.
Combinamos uma visita para vermos o projeto no local. Aproveitamos e pedimos para incluir no orçamento a troca de vários trilhos de gavetas, puxadores, etc… E o orçamento iria aumentar um pouco.
Visita feita, medidas tomadas, planos feitos… Valor: Um pouco maior do que o anterior. Vamos lá, parcelemos em seis vezes sem juros e vamos encarar. Prazo de entrega: 45 dias.
Uma nova esperança.
Pouco antes da audiência no Tribunal Especial Cível, os sócios da primeira empresa contactaram minha esposa, mandando entrar em contato com uma intermediadora de cartões de crédito (ligada à SERASA), alegando a falência da empresa e pedindo o dinheiro de volta. Vamos lá, entrei em contato e… Ninguém entendeu nada.
Veio a audiência no Tribunal. Quinta, hora do almoço. Saio mais cedo do trabalho, peço a um amigo para cobrir minha falta logo depois desse horário (caso fosse preciso), compareço para a audiência… Somente eu. Nem um representante do escritório de advocacia. A parte acusada, então… Nem sombra. Converso com a conciliadora, que me orienta a manter o processo, porque eles podem mandar penhorar bens da loja para pagar as dívidas que eles tem. No final voltei a tempo pro trabalho, almocei e aquele amigo não precisou dar aula no meu lugar – e para a tristeza dele, não fui preso.
Novamente, o pessoal da empresa entra em contato, e explica melhor o que fazer. No mesmo dia da audiência, ligo para o banco no qual tenho cartão de crédito, e pergunto a respeito, falando a “frase mágica” que eles falaram. A funcionária me pede várias informações, diz que vai me mandar um link para que eu suba uma lista de documentos… E diz que tem como resolver o problema, que consiste em eu receber o dinheiro de volta.
Envio os documentos, e eis que no final de abril, vejo que o valor pago à primeira empresa foi creditado no meu cartão de crédito. UAU! Ligo pro banco, e eles me explicam que o banco creditou esse valor na minha conta, e que eles estão em tratativas com a intermediadora de cartão de crédito que eu falei três parágrafos acima. Num prazo máximo de 120 dias (4 meses), isso estaria resolvido. Ou seja, se tudo desse errado, poderiam tirar esse valor da minha conta? Com certeza. Logo, eu passei quatro meses telefonando para o banco, quinzenalmente, para saber se tudo estava resolvido.Bem, o dinheiro voltou, mas e o segundo móvel? Como ficou? Isso fica para a terceira parte dessa saga. Conto melhor lá, mas adianto que intempéries causaram breves reviravoltas no processo. Até lá!