Disquetes, disquetes e disquetes…

Vocês sabem que disquetes são tecnologias que hoje em dia são mais relacionadas aos nossos amados micros clássicos. Mas como é uma tecnologia confiável e amplamente testada, ainda é muito usado hoje em dia, em vários ambientes específicos. Já falamos aqui dos disquetes que estão na Estação Espacial Internacional, mas você sabia que as Forças Armadas dos EUA ainda usavam disquetes de 8 polegadas até 2019? E que eles eram usados para o sistema de controle de armas nucleares?

Isso e mais é falado numa matéria longa, não técnica e assaz interessante publicada pela BBC Brasil. Além desse uso, existem outros usos não tão conhecidos hoje em dia:

  1. Você já deve ter ouvido falar que os Boeing 747 trazem um estojo com disquetes, para carregar atualizações críticas de software nos seus computadores de navegação caso sejam necessários. Se você quiser saber mais a respeito, recomendamos esse vídeo aqui do canal Aviões e Músicas, um dos nossos favoritos.
  2. O sistema de metrô de San Francisco usa disquetes de 5 1/4 polegadas no computador que controla o Sistema Automático de Controle de Trens (ATCS). “É preciso dizer ao computador o que ele deve fazer todos os dias”, explica um porta-voz da Agência Municipal de Transporte de São Francisco (SFMTA).E a mudança não ocorrerá antes de 2030.
  3. Apesar da produção de disquetes ter finalizado em 2011, o Japão venceu a guerra contra os disquetes agora em 2024. A história é que em 2021, o governo japonês nomeou um ministro para substituir os disquetes e outras tecnologias defasadas, mas somente recentemente (janeiro de 2024), o governo japonês parou de exigir disquetes, CDs e outros tipos de mídia física para envio de dados às repartições públicas.
  4. A Marinha Alemã anunciou que iria parar de usar disquetes de 8 polegadas na sua frota de fragatas submarinas F123, da classe Brandenburg, comissionadas nos anos 1990 (caraca, naquela época disquete de 8 polegadas já era retro). Isso não é fácil porque esses discos controlam praticamente tudo nos navios, desde os sistemas de fluxo de ar até a geração de energia.

Relato pessoal: Lembro que em 2007, quando montamos máquinas para o meu local de trabalho (uma escola de ensino médio técnico), colocamos drives de disquete apenas nos computadores dos professores (4 entre 48 máquinas), e compramos 10 drives de 3 1/2 polegadas para termos de reserva. Na época, um colega de trabalho falou: “Ah, coitados dos alunos, eles não tem dinheiro para comprar um pendrive!” E eu respondi que eles gastavam mais do que o valor de um pendrive quando iam para a balada, sendo que ela durava uma noite. O pendrive duraria pelo menos três anos, caso eles não perdessem – algo que continua sendo muito comum hoje em dia.

Em tempos em que nem pendrive está sendo mais cogitado (“tá na nuvem, prófi” – e se chover?), é curioso ver o uso que essa tecnologia retro, mas ainda resistente, que se recusa a morrer . E nem os emuladores de drive estão os substituindo!

E se você sabe se mais algum uso de disquetes hoje em dia, conte para nós nos comentários!

Fonte: BBC Brasil, Wired, Tecnoblog e Engadget.

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

Um comentário em “Disquetes, disquetes e disquetes…

  1. Tenho drivers de 3.5 e 5.25 até hoje e tenho um grande carinho por esse tipo de mídia pelas lembranças da infância aprendendo a mexer nos micros.

    Mas o que eu acho um erro ter caído em desuso foram as mídias físicas. Tenho um estoque de DVDs e CDs virgens e um sem número deles gravados com os mais variados backups. Tenho esse hábito de copiar em CDs ou DVDs desde 2001 quando comprei uma gravadora de CDs. Logicamente a maioria dos CDs dessa época para cópias gerais se arranharam, descascaram, etc, mas das cópias que fiz para durarem, com mídias melhorzinhas e bem guardadas são legíveis até hoje (infelizmente são poucas pela minha falta de cultura de backups na época).

    Para “backup frio” de dados, principalmente em tempos de ransomware, midias físicas são uma ótima opção, especialmente as ópticas pela característica de escrever uma vez e ficarem imutáveis.

    Toda vez que vejo notícias e artigos sobre o fim das mídias físicas, me bate aquela tristeza de ver algo útil morrendo porque se perdeu a percepção de utilidade daquilo (note que disse percepção e não a utilidade em si).

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