Um mastodonte e um peso pena entram num bar…


Desde que a criatura mais babaca do universo Elon Musk comprou o passarinho piador e começou a mudar tudo por lá (sim, eu estou eivado de eufemismo nessa fala), alternativas ao conhecido serviço de microblog começaram a pipocar, de tudo que é lado. Desde o outro pássaro que pia, é amarelo e rende um zilhão de piadas por aqui (sim, esse aqui mesmo), passando pela tentativa da Meta de criar os seus… Tópicos, e chegando ao elefantinho muito mencionado mas menos conhecido, o Mastodon.

Não é minha intenção ficar aqui explicando o funcionamento do Mastodon, então se você quiser saber a respeito, dá um pulo nesse link aqui do Manual do Usuário, onde o Rodrigo Ghedin, notório entusiasta, explicou direitinho como funciona, o lance do fediverso, etc. Tem alguns links lá e inclusive um vídeo, para aqueles que não gostam tanto assim de ler (se bem que meus alunos não frequentam muito essas páginas aqui).

Então, chegando ao que interessa, o próprio Ghedin nos informou de um cliente Mastodon para o Apple IIc. É claro que ele não está restrito ao peso pena da família de micros mais legais feitos pela empresa da maçã, ele também funciona com IIe, IIe Platinum e //c+. Mas antes que você se anime, tem um Raspberry Pi no meio do processo. Sim, a melhor muleta para um micro clássico: Ele faz o trabalho sujo e o retrocomputador recebe o pacote limpo, lavado, penteado e de roupa trocada.

Não que isso seja ruim, pelo contrário: Sou plenamente a favor de usar tecnologias novas com nossos micros clássicos, inclusive as framboesas que conquistaram o mundo. Desde o YouTube rodando em um Commodore PET, passando pelo projeto MSX Pi (iniciado pelo nosso amigo e ouvinte Ronivon Costa) e o Slack em um Commodore 64… Sou muito a favor. E que venha mais.

Mas então, já falei do meio de campo. E na ponta, como fica? Bem, o cliente rodando no Apple II já tem suporte a:

  • Login com autenticação de 2 fatores;
  • Exibição das linhas do tempo inicial, local e global;
  • Visualizações de perfil, de tópicos para toques com respostas, de notificações e de imagens (toots e perfis), com descrição;
  • Já é possível favoritar e reenviar;
  • Escrita e edição de toots (com imagens);
  • Responder;
  • Aviso de conteúdo (tanto para leitura quanto para envio);
  • Seguir e deixar de seguir, bloquear e desbloquear, mascarar e desmascarar pessoas;
  • Uso de marcadores.

Ih, está bem completo! Quase. Ainda não dá para fazer algumas coisas, como:

  • Lidar com enquetes;
  • Editar seu perfil (biografia, imagens etc.);
  • Criar contas.

A coisa está tão sofisticada que escreveram até um documento, o Mastodon for Apple II User guide, com 19 páginas, explicando como funciona.

No artigo do Colino.net, há a explicação de como o processo é feito, desde o lado do Raspberry Pi (e eu suspeito de que poderia ser feito em outro equipamento que não a framboesa – ideias, muitas ideias) e até o lado do micro clássico. Aliás, o artigo do Colino é bem detalhado, e eu não vou ficar aqui reinventando a roda. Apenas digo que vale a leitura se você, como eu, é entusiasta de redes em micros clássicos.

PS: Esse assunto ficou tão falado que apareceu um artigo na Mac Magazine, quem diria… Mesmo com o deslize do autor, no final, ao dizer “(…) além de ter um Apple II à disposição, (…)” Hein? Oi, em que mundo você vive, jovem mancebo? A ele, somente posso completar esse artigo, repassando esse breve vídeo aqui.

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

3 pensou em “Um mastodonte e um peso pena entram num bar…

    1. Por conta de todos os problemas que o Reddit anda passando… Eu ficaria no Mastodon mesmo.

      1. Vejo que ultimamente todas as redes sociais não estão prestando tanto, mas como já disse a um camarada do cenário de retro-games, o problema nunca foram os aplicativos e as ferramentas, o problema sempre é o ser humano.

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