Mais um unboxing que eu tinha que compartilhar.

Estou eu, no meio da pandemia, em casa, debruçado nos meus projetos de programação para MSX quando aparece uma daquelas oportunidades que vem e vão. Minha tia diz que a oportunidade é careca, não tem cabelo para agarrar. E um amigo MSXzeiro oferece para venda o seu JVC HC-90.

O preço estava bom, considerando que estamos no Brasil de dólar nas alturas e pandemia de coronavírus.

Mas a capivara desse micro faz qualquer um se impressionar:

  • 64 Kb de RAM no slot 0-2. Pra uma máquina que custava 168 mil ienes (R$ 9187,84), é uma falta de sacanagem por tão pouca memória.
  • Um drive de 720 Kb.
  • Um Z80 e um HD64180 @ 6,144 Mhz. Ele tem 2 processadores, e o segundo é um processador da Hitachi, que é base para o Zilog Z180.
  • Porta serial RS-232C, num DB-25.
  • Circuito de superimpose e capacidade de captura de frames (frame grabber).
  • Controles de mixagem de áudio e mistura de cores.
  • Kanji-ROM nível 1, a alegria dos japoneses.
  • Som estéreo.
  • Entrada e saída RCA.
  • Saida RGB, num DB-25.

Olha a traseira do micro. Ele tem conector para cabo de força, que nem o velho do seu PC; tem uma segunda tomada para ligar outro apetrecho; RF, terra, RGB, impressora, cassete, teclado e serial. Em cima, entrada e saída RCA, e um cooler. Muito curioso, não? Um MSX que veio com cooler e cabo de força removível, de fábrica. Ah, tá vendo aquelas duas tampas? São slots proprietários da JVC. Infelizmente esse micro tem apenas um slot padrão MSX.

Mas então, a oferta era tentadora demais, então eu resolvi vender alguns micros para fazer um caixa e garantir parte do valor do micro. E nessa, vendi o meu JVC HC-80 e um Toshiba HX-34. Explicando um pouquinho da história de cada um.

  1. O Toshiba HX-34 veio sem teclado, ironicamente me foi vendido pelo mesmo ofertante do JVC HC-90. Mas ele mandou bem acondicionado, com um teclado PS/2. O micro funcionava perfeitamente, mas eu estava sem teclado para ele; sem paciência de montar alguma coisa para aquele conector DIN bizarro que só a Toshiba usa; e eu só usei ele uma vez. Pra melhorar, tinha um comprador a vista, um fudeba brasiliense muito interessado. Falei com ele, que comprou o dito cujo e quando você ler isto já deve estar bolando um adaptador de teclado para o micro.
  2. O JVC HC-80 tem uma longa história comigo, como vocês podem ver no link que eu coloquei aqui. O álbum de fotos dos dois JVCs se mudou, foi parar aqui. O primeiro foi vendido no ano passado para um fudeba paulistano, mesmo sabendo que o teclado dele não estava bom. O segundo estava plenamente operacional… Mas eu não achava o bendito cabo para ligar ele no RCA. A JVC fez um DIN-5 e de lá sai o sinal pra Áudio e Vídeo… Então, eu perdi o cabo. Ou tinha achado que tinha perdido. Perguntei no MSX.org a respeito, e um amigo MSXzeiro me respondeu. Eu expliquei a necessidade do cabo, minha intenção de venda e ele me perguntou: Quanto você quer nele? Opa… Fiz um preço mais camarada para ele, e surpresa! Achei o cabo. Guardei tão bem que nem eu lembrava… Bem, foi o micro para ele, que a essa altura do campeonato já o recebeu.

Logo, consegui assim abater a maior parte do investimento para adquirir o JVC HC-90. Fiz a transferência, o vendedor colocou o micro nos Correios (SEDEX!) e aqui o micro chegou em alguns dias.

Resolvi então fazer o unboxing do dito cujo. Tirei várias fotos e coloquei nesse álbum aqui, no Google Fotos. Os comentários são meus. Mas eu resolvi mostrar procês aqui uma foto de como está agora o meu cantinho retrocomputacional.

A prateleira é uma mesa de centro usada que eu comprei no OLX. O Philips está em cima do Expert (e não em cima do JVC) porque, com o Expert do lado, eu não consigo usar o slot de baixo do Philips. Eu penso em arrumar duas ripas de madeira por baixo do JVC, e colocar o Philips em cima, aí ficaria mais alto do que o Expert. Coisas para ver no futuro pós pandemia.

Sobre o micro, queria dizer que o RCA dele é limpo e muito bom; o cooler na traseira é uma coisa muito curiosa; o teclado veio BEM amarelado (merece um retr0bright). E o resto… Vão lá no álbum, pra ler o que eu falei. Divirtam-se!

Ah, esqueci de dizer: Testei IDE-Mapper, SD-Mapper (mais de uma) e a USB-Mapper, da Tecnobytes. No modo turbo, nenhum funcionou. No modo normal, todos funcionaram, exceto a USB-Mapper. Vale lembrar que você muda para o HD64180 na hora de ligar o micro, com uma chave no painel frontal. Não dá para chavear em tempo de execução.

E sobre os projetos de programação, divulgo em momento oportuno. Aguardemmmmm.

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

0 pensou em “Mais um unboxing que eu tinha que compartilhar.

  1. Engraçado que no meu caso com o Daewoo CPC-400, o único módulo de storage em massa que funciona é a USB-Mapper…

    Vai entender…

    1. Como diz o João Cláudio Fidélis, eu vou visitar o universo MSX e sempre acharei coisa nova. Inclusive no quesito “coisas que não funcionam”. 😀