Linux em hardware clássico

NoPenguins

A história é bem conhecida… como o 386BSD ainda não estava disponível Linus Torvalds decidiu escrever seu próprio kernel para um sistema operacional sabor UN*X a partir do MINIX e ao qual tentou chamar Freax¹ mas que acabou virando Linux. 🙂

Exatamente no dia de hoje ele, o Freax Linux, completa 25 anos de uma existência que começou na arquitetura i386 mas que não se restringiu nela (o “PC velho”); foi portado para as mais diversas plataformas de hardware em uso a época como workstations clássicas da DEC, HP, Silicon Graphics ou Sun e também alguns computadores clássicos! Duvida?

(¹) Talvez, em algum universo paralelo onde um “Ari Lemmke”–alternativo não tenha achado o nome tão ruim, ele seja conhecido pro este nome.

MMU!

Antes de (re)começar aquela conversa sem fim sobre não existir Linux para processadores Z80, 6502, 65C816, 6809, 68000 etc é bom relembrar três coisas muito importantes:

  1. É uma exigência do Linux que a arquitetura possua uma Unidade de Gerenciamento de Memória (Memory Management Unit, ou MMU) — ela consiste de um “pedaço de hardware”, seja internalizado no processador ou pendurado ao barramento, que controla o acesso à memória; traduzindo endereços virtuais para físicos e impedindo que diversos programas em execução se baguncem entre si.
  2. Que μClinux é o Linux reescrito para não requerer a tal MMU — mas é um outro projeto! — e
  3. Que isto aqui não é uma publicação sobre arquitetura de computadores e/ou sistemas operacionais. 🙂

É importante dizer também que no começo da década de 1990, onde ainda reinavam os sistemas operacionais monotarefa, este componente não era algo essencial e muitas vezes considerado opcional pelos fabricantes de processadores e/ou computadores.

Linux/m68k

(re)Lembrando que a versão para os processadores 68000 da Motorola requer computadores com processadores 68020, 68030, 68040 ou 68060 justamente pela necessidade da MMU — alguns modelos de Macintosh e o Amiga 1200 usam o 68LC020 (Low Cost), ele não tem MMU integrada sendo necessária a adição do 68851 ao conjunto.

Commodore Amiga

Pela configuração de fábrica os modelos mais populares (A500, A600 ou A1200) ficariam de fora mas, sempre é possível recorrer a um upgrade de hardware e assim rodar a última versão da Debian GNU/Linux.

Atari TT

Considerando que a série ST é equipada com o 68000, é possível instalá-lo somente nos modelos TT e Falcon que possuem processador 68030. Mas nem tudo está perdido pois já que o μClinux foi portado para Dragonball, por que não terminar o trabalho e chegar logo ao 68000? 🙂

Macintosh

Na Macworld há um guia  passo a passo sobre como instalá-lo em seu Macintosh baseado em 6800×0, como o caso do LC 475 do vídeo, e para saber mais sobre o suporte a Linux no mundo das maçãs, visite http://www.mac.linux-m68k.org/


E para encerrar, infelizmente não encontrei muita coisa palatável sobre Linux nas estações da NeXT.

ARM Linux

Não são apenas os Raspberry Pi (e similares) e os “esperto-fones” etc que rodam a versão para processadores ARM do Linux, os computadores da série Archimedes e os RiscPC fabricados pela Acorn também! —  Ou ao menos podiam, as instruções estão por lá mas não consegui baixar os arquivos… :-/

Tem mais?

Claro que tem! Mas preferi não avançar muito no nosso “ponto de corte”. Poderia ter citado os Macintosh baseados em processadores PowerPC — que é uma família de computadores com muita “complicação” — ou mesmo invadir a seara dos processadores RISC tratando dos Alpha, MIPS, Sparc etc mas em ambos os casos são assuntos que merecem uma publicação própria.

Até a próxima!

Sobre Giovanni Nunes

Giovanni Nunes (anteriormente conhecido como “O Quinto Elemento”) é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis, responsável pela identidade visual de todas as facetas do nosso Império Midiático.

7 pensou em “Linux em hardware clássico

  1. Mesmo a 68020 “full” não tem MMU. É necessário ter uma RARA aceleradora com 68851

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