Até mais, Dr Dobbs!

dobbs_disqus_logoCover2005_300Houve um tempo em que eu achava que acabaria enveredando pelo caminho do desenvolvimento de software. Apesar de parecer o contrário, minha formação é de Bacharel em Matemática (posteriormente Mestre em Computação Científica e Licenciado em Matemática, mas aí são outros 500), logo não fui obrigado pela graduação a virar um garoto de programa. Mas sempre fui curioso quanto ao assunto, achava que poderia encontrar algo que pudesse ser empregado em códigos no meu micro do coração (precisa dizer qual?), e nas minhas idas às bibliotecas (coisa antiquada, não?), conheci e encontrei a Dr. Dobb’s Journal, uma revista para programadores. E nela li e xeroquei um monte de artigos, sobre morphing, computação gráfica, programação funcional, computação distribuída e mais um monte de coisas, já que “um dia poderão ser úteis“.

E tivemos a notícia de que depois de 38 anos, a Dr. Dobb’s Journal deixará de existir. A razão é a mesma que está dizimando a mídia impressa em todo o mundo: A Internet. Vendas cada vez menores, foco maior em site, etc… Então esse seria um bom momento para abandonar a versão impressa e ir de vez para a Web (como inclusive a revista INFO está indo, no próximo mês de fevereiro), pensaríamos. Mas o editor, Andrew Binstock, explica que os proprietários (organizadores de eventos como a BlackHat) não tem interesse em manter o site e não querem organizar eventos menores, de nicho, já que este seria o caminho, já percorrido pelos concorrentes. Ou seja, melhor focar no evento grande.

O site será congelado. Não haverão atualizações, mas o conteúdo estará mantido para as gerações atuais e as futuras. O editor manifesta sua profunda tristeza, e resta a nós fazermos um brinde pelos 38 anos e dizer apenas: “Obrigado“.

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

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  1. Lamentável mesmo Ricardo. Eu ainda assinava a newsletter da Dj quando fui pego de surpresa com esse presentão de grego, possivelmente mais uma resolução maluca de um CEO tentando cortar custos para tirar a empresa do buraco. A verdade é que ainda não encontramos uma solução para a suposta era digital. Primeiro arranca a perna do Old way e corta a edição impressa, passa tudo para digital, depois de um tempo nem a digital vai mais, corta a outra perna, e o que acontece ? Vai para o chão ! Digo e insisto que estamos perdendo cada vez mais a referências. Olha a horda de programadores que aprendeu C ou novos conceitos pela DJ, era uma referência. Me diz qual site hoje é referência de alguma coisa ? Existem tantas informação ruim, sem pé nem cabeça, que eu diria que para um principiante a maior dificuldade não é mais encontrar a informação mas sim se ela presta ou não. E olha que eu não estou falando nem de estruturação; do tipo capítulos, séries, índices e etc. Sei disso porque fui tentar aprender Python só pela internet e advinha só ? Acabei nos livros. A web serve como um bom dicionário e deu. Se quero saber uma sintaxe ou para que serve uma função isso eu se acha fácil. Fora isso, a quantidade de tempo que se perde procurando é gigantesca. Sem falar que um tempo depois , sem mais nem menos o site desaparece do ar. Dá só uma olhada nas monografias e veja como é dificil achar aquele link que está na bibliografia, e olha que não tem nem muito tempo que ele foi acessado. Imagina isso daqui a 20 anos ! Sinceramente tenho pena dessa garotada que está crente que está abafando e no topo da crista da onda mas daqui a alguns anos vai estar limpando o teclado de algum helpdesk abrindo reclamação de produto.