A mais dolorosa limitação dos micros da linha ZX Spectrum é o chamado color clash — em qualquer bloco de 8 por 8 pixels, só podem existir duas cores diferentes. Por esse motivo, a maior parte dos desenvolvedores de jogos para essa plataforma jogou a toalha e se resignou a campos de jogo monocromáticos rodeados por alguns badulaques coloridos semi-estáticos (placar, mapas, indicadores de vidas, armas etc).
Com a biblioteca Nirvana, criada por Einar Saukas e anunciada no World of Spectrum, é possível fazer programas que exibem 16 cores diferentes em cada bloco de 8×8, duas para cada bloco horizontal de 8×2. Não parece muito, mas faz uma diferença brutal. Basicamente, o visual fica comparável ao do MSX1.
O conceito não é exatamente novidade, mas as técnicas anteriores só conseguiam usar uma pequena parte da tela em modo multicolorido. A Nirvana consegue usar quase toda a tela exceto 8 pixels de borda na horizontal e vertical. Veja os detalhes técnicos clicando aqui (ou na imagem acima). Ou então baixe direto o demo, o código fonte, e os bindings para o Boriel ZX BASIC.
Dois caras que admiro mesmo não estando mais na cena nacional de Spectrum: o Einar e o Flavio Matsumoto. Fica meu “KUDOS” para esses dois. Parecem ser sujeitos simples, dispostos a ensinar, e o melhor de tudo, sem frescura, sem egocentrismo. Bacana demais essa biblioteca nirvana.
Excelente biblioteca! O resultado ficou ótimo!
O pessoal já usava este “truque” em alguns demos para produzir mais cores e/ou simular um vídeo entrelaçado. E antes até pra fingir mais/outras cores (a versão do Mortal Kombat tem uma coisa assim). Como diz o Daniel Caetano… o melhor computador que se pode fazer com a menor quantidade de integrados.
É… o Tio Clive fazia uns esquemas doidos, tudo para deixar o micro mais barato… Kudos para o Einar e para o Flávio, excelente trabalho!