Campus Party 2012 – Retrocomputaria por lá – parte 1

Área de games da Campus Party
Área de games da Campus Party

Nota: Este post foi publicado originalmente no site Guanabara.info, onde sou editor. Resolvi publicá-lo aqui, com alguns adendos e correções, pois afinal temos que prestigiar nossos leitores, né? Então… Segue o texto.

Em 2012, novamente fui à Campus Party, dessa vez localizada no Centro de Exposições do Anhembi, em São Paulo. Devido às alterações, foi possível oferecer mais 1000 vagas para campuseiros, por exemplo, o que fez a alegria de mais gente.

Por exemplo, as barracas estavam localizadas em uma seção separada do pavilhão, que ainda não é tão confortável quanto o Riocentro, no Rio (que tem ar-condicionado central em 4 dos 5 pavilhões), mas ganhou pontos em termos de localização: O Anhembi é bem mais fácil de encontrar do que o Centro de Exposições Imigrantes. Nesse ano, não tive atropelos para chegar na CPBR5. Em compensação, devido a compromissos de trabalho, só pude lá estar a partir da quinta-feira, dia 9 de fevereiro.

O transporte, dessa vez, era feito por um conjunto de vans que saía próximo ao Terminal Rodoviário do Tietê. Bastou uma conversa com o setor de informações – e uma piada do Sander (“Como eu ganho na loteria? Mas vocês não sabem? Isso aqui não é um balcão de informações? Então, tá, então… Como eu pego a condução para a Campus Party?” Essa vocês podem ver no vídeo, que está aí embaixo) para pegarmos a condução. Mais simples do que foi em 2011, ao menos para mim.

Ao chegamos, credenciamento e logo a travessia dos expositores, na área aberta ao público, para adentrar o pavilhão dos campuseiros. Cadastramento dos computadores? Dentro do pavilhão. Sim, tive que ir até uma das laterais do espaço dos campuseiros para cadastrar meu notebook. Atravessar todo o pavilhão para isso não foi algo muito inteligente. E o pior: Nem o usei por lá, me concentrei no tablet. Foi bem mais útil.

Mas a ideia de um guarda-volumes compensou essa falha de organização, em parte. Poderiam ter posto ambos juntos. Espero que uma melhor localização do setor de cadastramento seja uma ênfase para 2013, assim como uma solução para filas imensas. Aliás, filas perseguem campuseiros: Para onde você vê algo interessante (e por “algo interessante” entenda-se água, tecnologia, gente famosa ou mulher bonita), tinha uma fila formada. Claro que só levar o tablet conferia uma vantagem substancial: Poder furar a fila do pessoal com notebooks, o que significa sair ou entrar mais rápido. É provável que em 2013 (caso eu vá), só leve meu HP Touchpad, devidamente equipado com Android, WebOS e mais algum sistema operacional interessante… Ao mesmo tempo.

Bebedouro do Império...
Bebedouro do Império...

Outra coisa que notei e que melhorou em relação a 2011 foi a maior presença de bebedouros. Enquanto que em 2011 vez por outra recorria ao garrafão de água mineral localizado no setor de imprensa, agora haviam bebedouros em profusão. Isto facilitou em muito a hidratação daqueles que desejavam levantar as bundas gordas das cadeiras para beber água. Quem não levantava… Devia estar com soro na veia e fralda geriátrica. E muitos assim estavam, o Sander comenta isso no vídeo, inclusive. Claro que nem os bebedouros escaparam do bom-humor nerd, e localizei um com um QR Code colado nele, assim como um adesivo com a efígie de Darth Vader. Está aí do lado.

Aliás, o setor de imprensa seguiu os mesmos moldes de 2011: Um estande com piso elevado e laterais de vidro. Seria um aquário, se não fosse cortado pela metade. Só que, nesse ano, apenas café (que eu não gosto), nada de água e principalmente, nada de press-releases. Fui lá em busca de material interessante fornecido pelas assessorias de imprensa… Mas nada. Logo, tudo o que vocês lêem é de absoluta responsabilidade minha. Achei isso chato, pois gostaria de escrever sobre itens relacionados das empresas que lá estavam… E vi nada.

Se teve esse revés no setor da imprensa, em contrapartida, infelizmente, os problemas de furto continuaram acontecendo. E com isso, cada vez percebo minha inata habilidade de estar próximo à confusão, mesmo quando não quero estar – dessa vez, o suspeito de furto foi conduzido por 2 policiais civis para fora do pavilhão, escoltado por uma multidão de campuseiros emitindo impropérios a respeito da sua progenitora… E eu estava ali, do lado da porta de saída. Parece um poder mutante, mas às vezes acho que pode ser chamado de dom.

Rafinha Bastos, o ogro simpático da vez.
Rafinha Bastos, o ogro simpático da vez.

Aliás, o mesmo ímã manifestou-se quando ao meu lado surgiu um sujeito tatuado, mais alto do que eu e cercado por curiosos: Rafinha Bastos. E, ao contrário do que o senso comum possa transparecer, ele foi muito simpático com todos, parando pacientemente para tirar fotos e conversar com todos que ali estavam. E sim, ele passou próximo a mim. O que eu acho disso tudo? Bem… Nada de mais, não queria falar com ele mesmo…

Continuando nas pessoas famosas, avistei Jon “Maddog” Hall, sentado, quase anônimo, numa bancada próxima à área de Software Livre. O que é algo surpreendente, vindo de tal celebridade. Talvez a própria presença do “Cachorro Louco” tenha se tornado tão comum, que vê-lo por aqui não seja mais motivo para câmeras e microfones. Apenas um “Oi Jon, você por aqui, de novo?“.

Aliás, falando em microfones e câmeras, vi muitas por lá. Emissoras de TV, rádio e sites de Internet. A CBN estava com um estande, vários canais de TV fizeram reportagens, sem contar inúmeros sites lá presentes… E, passados 5 Campus Party, ainda não aprenderam a fazer uma matéria sem evocar inúmeros estereótipos a respeito de nerds! Será que eles ainda não aprenderam que:

  • Nerds também vivem.
  • Nerds também namoram.
  • Nerds também bebem cerveja.
  • Nerds também são pessoas normais – ou mais ou menos, que seja.

Aquele velho papo de “freaks bitolados e remelentos que desconhecem mulher a não ser nos sites pornô” já não cola há tempos. Existem nerds casados e solteiros, com filhos (nerds ou não), que saem, batem papo, bebem com os amigos, e são fissurados por diversas coisas que a maioria dos cidadãos “normais” não acham a mínima. Mas tenho orgulho em dizer que já hackeei meu celular, meus 2 tablets, meu DVD-player, 2 roteadores wireless e minha câmera digital. Ah, jornalistas, especialistas em generalidades…

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.