A saga do meu quarto retro – parte 1: O início.

Há anos atrás (2016 e 2017) fizemos uma série de postagens falando de “quartos retro“, sobre os nossos cantos onde ficamos parados, pensando em maldades e onde desperdiçar investir nosso rico dinheirinho, em micros e videogames clássicos. Eu tenho um fraco por cômodos assim, a verdadeira caverna, onde poderiam me trancar lá feliz e jogar um prato de comida por baixo da porta, de tempos em tempos.

Recentemente, falamos do quarto retro do Marcos Lima. Ainda temos uns quartos retro para exibir… Mas eu decidi falar do meu quarto retro, e da saga que foi para chegar até aqui. Vocês terão algumas (muitas) fotos a respeito do meu quarto retro. Então, como diria o Castelo Rá-Tim-Bum… Senta que lá vem a história!


O início de tudo.

Tudo começou em julho de 2023, quando finalmente tomei coragem e fui a uma loja de móveis planejados para solicitar o projeto de um novo móvel para o meu escritório. A coragem foi necessária porque eu tinha uma ideia de quão caro seria esse processo.

A empresa, a princípio, era velha conhecida nossa: Eles já tinham feito alguns armários na nossa casa, além de uma bela estante na sala de estar, onde reuni quase todos os livros  espalhados em um lugar só. Era uma loja aberta há mais de 20 anos… Não daria problemas, daria? Assim eu pensei.

Então, veio o profissional para a visita domiciliar. Olhou a coleção de micros. Ficou impressionado. Fez um monte de perguntas e mais um monte de anotações. Ficou de fazer o projeto… E fez. Valor? Bem alto, na casa dos 6 dígitos (não vou dizer). Parcela no cartão? Sim, até 6 vezes. Vamos que vamos.

Como eu sempre falo, existem coisas na vida que, se você parar pra pensar, você não faz. Tem vezes que você tem que pular de cabeça mesmo. E esse foi um desses momentos.

A desmontagem do escritório.

Como era o último cômodo da casa que não tinha sido pintado por dentro desde que viemos morar aqui, agora era a hora. Esvaziei todo o escritório (uma saga por si só) e coloquei no quarto ao lado, onde há duas camas de solteiro desocupadas (ainda não temos inquilinos permanentes no momento, se é que você me entende). Coloquei as camas, uma em cima da outra, com pedras de calçamento como calços (era o que eu tinha sobrando!), tirei os colchões, e coloquei mais de três dezenas de MSXs no quarto ao lado, fora livros e revistas e mais um monte de coisas.

Encaixotei o que pude, agrupando de forma lógica: O que estava numa gaveta, estava na mesma caixa. E empilhei nesse quarto, enchendo-o de coisas que estavam originalmente no escritório.

Só o que tinha sobrado nele era uma mesa de madeira, feita pelo meu saudoso avô, Alfredo, e essa mesa foi feita para por o meu Expert 1.0 em cima dela. Sim, aquele que eu mencionei nos agradecimentos dos meus dois livros (aliás, já comprou?). Sempre teve um MSX em cima dessa mesa, ela me acompanha desde 1986… No projeto, a mesa ficaria. Claro que a minha esposa quis se livrar da mesa, o que eu não deixei: Além dessa mesa ter uma memória afetiva muito grande, não dava pra tirá-la facilmente do escritório, eu teria que remover a porta para tirá-la! Então deixa ela lá mesmo.

A mesa é essa no lado direito da foto, com um roteador wireless em cima dela.

Contratei um profissional para repintar o escritório. Ele fez um trabalho bom e rápido. Secou… Monto o desktop do jeito que der, para trabalhar. Então, o quarto todo ficou vazio, com apenas 2 colchões de solteiro e uma mesa, com dois desktops: O meu e o da minha esposa. Como monitor, usei uma TV da Acer, de 19 polegadas, que comprei na feira do rolo de São Cristóvão – seis entradas, tem até SCART. E vamos levando.

Olha só a situação precarizada do profissional! Isso a Globo não mostra!

O móvel atrasa… Até me cansar.

A previsão era que a montagem ocorresse em outubro de 2023, mas como vocês podem prever, não foi entregue no prazo. Bem, todo o contato deles era com minha esposa, que estava ficando preocupada com o atraso…

Passamos por outubro, novembro, dezembro, janeiro de 2024… E eu pacientemente indo à loja para conversar sobre o móvel que não era entregue, o que está acontecendo. Falo com o dono, falo com o outro sócio, e sempre ouvindo uma resposta de que “está pra chegar“.

Em março, exatos CINCO MESES depois do prazo vencido, me cansei e decidi mover um processo no Tribunal Especial Cível contra a empresa, que pelo que estava vendo, não estava com as finanças em dia. Como diria o Coisa (do Quarteto Fantástico), “Tá na hora do pau!“.

Então… Fui constituir advogado. Mas eu conto melhor essa história na segunda parte. Vai embora não, tem mais fotos vindo aí – e vai ter vídeo também.

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

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