Essa história saiu em tudo que é lugar e é inclusive mais antiga do que a morte e ressurreição do Z80, então a gente decidiu mencionar aqui. Mas eu resumiria apenas em uma frase: Falou demais, se ferrou.
Existe uma associação, que se chama The Association for Computational Heresy, ou Associação para a Heresia Computacional. Esta associação organiza anualmente uma conferência, a SIGBOVIK, que é uma conferência organizada por um grupo de interesse sobre a pessoa de Harry Questionable Bovik (hein?), um cientista da computação sênior da Universidade de Carnegie-Melon (Mach, lembram?).
Se você chegou até aqui, já percebeu: É tudo uma grande zuera. O pior é que essa conferência existe desde 2007, tentando dar boas risadas com a empolada e arrogante academia, com artigos publicados, inclusive podendo baixar os PDFs (se quiser a versão impressa, US$ 18,89 na mão deles).
Então, no SIGBOVIK 2024, uma equipe divulgou um estudo que aborda o desempenho da computação quântica – a nova Corrida do Ouro na computação, e a comparou… A um Commodore 64.
A IBM, em particular, realizou um experimento que (eu não vou descrever aqui), mas que faria com que o computador quântico da IBM atingiria a “era da utilidade” – ou seja, faria algo que fosse também feito por um computador “tradicional”. A Big Blue alegou que esses cálculos eram “muito difíceis de serem realizados em um computador clássico com uma precisão aceitável, usando as principais técnicas de aproximação”.
Só que o teste que a IBM fez levou apenas cinco dias para ser simulado em um MacBook Pro com o processador Apple M1. E aí, essa equipe anônima, que apresentou o artigo no SIGBOVIK resolveu fazer a mesma simulação usando um Commodore 64. O teste foi escrito em Assembly do MOS 6502 (eu sei, o C64 tem um 6510, mas que seja), ocupou 15 Kb de RAM, levou em torno de 4 minutos por interação… E entregou o resultado esperado. É… A empresa do Watson pagou com a língua.
A equipe então concluiu que o “Qommodore 64” trabalha mais rapidamente do que o computador quântico da IBM, e é mais eficiente. No entanto, observam que essa realidade pode mudar conforme os avanços tecnológicos da computação quântica.
Claro que a IBM ficou constrangida (inclusive um amigo nosso), mas os autores vão liberar o código fonte. Só que será fornecido em um de três formatos, segundo eles:
- Uma cópia escrita à mão em papiro;
- Uma apresentação de slides de capturas de tela borradas gravadas em uma fita VHS;
- Um ditado feito pessoalmente por telefone.
Em resumo… O peixe morre pela boca. E tenho dito.
Se você quiser ler, pegue aqui o PDF e pule até a página 199.
Fontes: TudoCelular, Hackaday e Tom’s Hardware Guide.