Repórter Retro 058

O Seu Repórter Retro

Bem-vindos à edição 058 do Repórter Retro.

E lembrando: Pflaster Onkel.

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Sobre Cesar Cardoso

Cesar Cardoso é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis, acumulando a tripla função de pauteiro, referencial para evitar que a gente saia do tópico, e especialista em portáteis clássicos.

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  1. Otimo episodio, muito interessante a parte sobre os registros de domínio e sobre as experiências de programação em C nas plataformas retro.

    O yoke, ou bobina defletora, eh uma componente que vai montado no pescoço dos tubos de raios catódicos, sendo responsável pela deflexão do feixe de elétrons de forma a realizar o padrão de varredura que compõe a imagem.

  2. Ricardo, difícil se lembrarem de mim. Além de ghost reader da MSXBR-L, eu fui a Jaú e na MSX Rio 98 (ou 97), nem me lembro (inclusive morei no Rio de 2002 a 2006). Mas fiquei anos sem participar nem ler nada sobre retrocomputação, faz pouco que voltei a ler ou ouvir. Nem com tanta frequência. Mas acho que apareço numa foto de Jaú dessas que estão por aí. Valeu, um abraço e bom trabalho aí.

  3. No minuto 10 quando fala de clones de carros: Já vi relatos de que o dono da Milmar havia tentado produzir um clone do Land Rover Defender, pois teria conseguido registrar a marca “Land Rover” no Brasil nos anos 80. Não lembro se foi pesquisando na internet sobre a Milmar ou lendo scans do Datassete

    E, no caso dos carros, “clones” são um assunto que daria pra fazer um podcast só disso! Para começo de conversa, há três tipos de “clones”.

    1: Cópias autorizadas feitas por fábricas do mesmo grupo empresarial, ou que uma é sócia minoritária da outra.

    2: Cópias autorizadas feitas por fábricas que não tem relação societária. Nelas, uma empresa vende uma licença para uma outra fábrica, em outro país, produzir uma cópia (em geral) de um projeto antigo.

    3: Cópias não autorizadas. Seguindo a mesma lógica dos clones de Apple, de Sinclair e Tandy que tivemos por aqui

  4. Do Tipo 1, há centenas de exemplos. O VW Passat, citado pelo Juan, foi uma cópia do Audi 100 da segunda geração que, na Alemanha, durou de 1976 a 1982 (basta ver as fotos em: https://motortudo.com/audi-100-avant-1976-parece-com-o-nosso-passat-br/ que fica bem claro a cópia).

    Já o Chevrolet Chevette foi uma das primeiras tentativas bem-sucedidas de “carro mundial”. Basta ver que, segundo a Wikipedia (https://en.wikipedia.org/wiki/Opel_Kadett_C e https://en.wikipedia.org/wiki/Chevrolet_Chevette) ele teve cópias do tipo 1 e do tipo 2 e, no final das contas ele foi vendido, por empresas do Grupo GM, como:

    Na Alemanha: A terceira geração do Opel Kadett (daí ser “Opel Kadett C”)
    Nos EUA: Buick Opel
    No Brasil: Chevrolet Chevette
    Na Austrália: Holden Gemini
    Na Argentina: Opel K-180 e, depois, como GMC Chevette
    No Reino Unido: Vauxhall Chevette
    No Canadá: Pontiac Acadian ou Pontiac T-1000

    e, como cópias do tipo 2, foi vendido como:

    No Japão: Izusu Gemini
    Na Coreia do Sul: Primeiro foi vendido como “Saehan Gemini” (ou “Saehan Bird” quando exportado), depois foi renomeado como “Saehan Maepsy” e, quando a Daewoo comprou a Saehan, passou a ser vendido como Daewoo Maepsy-Na.

    Já o Chevrolet Opala, apesar do nome ser considerado uma mistura de Opel+Impala, o carro é um cruzamento do Opel Commodore com o Chevrolet Nova, basta ver um Nova para reparar nisso (https://thegarage.com.br/carro/1968-chevy-nova/)

    Isso, só para ficar em três exemplos! Houve inúmeros casos de veículos desenvolvidos pela Opel, que foram feitos pela Chevrolet. Veículos desenvolvidos pela Dacia (filial Romena da Renault) feitos pela Renault do Brasil, veículos desenvolvidos pela Samsung Automóveis que saíram com a marca Renault, depois da venda deste braço da Samsung e a lista vai beeeeeem longe

  5. Do tipo 2, a história é mais específica, menos conhecida, porém bastante longa: Em alguns países existem (ou existiram) fábricas que compraram licenças para produzir cópias de carros em seus países de maneira perfeitamente legal.

    A Daewoo fez várias cópias de veículos Chevrolet na Coreia do Sul, a Mahindra (da Índia) fez cópias dos jipes da Willys e da Jeep, a Proton (da Malásia) praticamente só produziu (desde sua fundação em 1983) cópias da Mitsubishi. Mas ninguém bate a Iran Khodro, ao longo de seus 57 anos de história, já produziu cópias de veículos Peugeot, Renault, Suzuki, e, da marca chinesa, Haima. Além de criações próprias, com mecânica baseada em veículos Peugeot.

    Isso sem contar que, na China, há várias empresas que são associadas a fabricantes ocidentais, ou através da criação de “joint-ventures”, ou por acordos de licenciamento de projetos de veículos.

    E, sem contar, os vários casos de cópias autorizadas de veículos FIAT, que deram origem a russa Lada, que foram copiados por várias empresas em vários países do “Bloco Soviético”, e que tiveram cópias feitas pela francesa SIMCA (bem antes da Lada) e pela espanhola SEAT (abraço, Juan!)

  6. Já no caso do tipo 3 (cópias na cara dura) a história se torna bastante controversa.

    Todas as vezes que se fala disso, as pessoas começam a falar de casos nebulosos envolvendo empresas chinesas. Em especial a BYD, uma grande fabricante de ônibus e motores elétricos que passou a se aventurar no ramo de carros e, frequentemente, se envolve em polêmicas relativas ao design desses carros. O que dá margem para a tese, de que a sigla que a nomeia “Build Your Dreams” seria uma confissão de que a missão deles (no setor de carros) é fazer clones.

    Porém já houve outros casos assim em outros países, um exemplo bastante curioso se deu nos anos 60 (!) envolvendo três carros de marcas que não existem mais:
    o americano Studebaker Avanti de 1962,
    o brasileiro Brasinca Uirapuru de 1964,
    e o inglês Jensen Interceptor de 1966,
    cujas histórias são brevemente comentadas em (https://www.flatout.com.br/sera-que-a-jensen-copiou-mesmo-o-brasinca-uirapuru/)