Quinta do pitaco: Algo novo no blog do Nishi sobre o MSX 3?


E nessa terceira parte, vamos falar um pouco mais sobre o que o Nishi tem dito, e no final, talvez a minha opinião.

Convenhamos, seguir a fala do Nishi no Twitter, que abandonou a linha do tempo, não ajuda muito. Logo, tem posts fora de ordem e eu tive um certo trabalho pra me achar no que foi dito. Mas você pode olhar a sequência e jogá-la pro Google Translator também.

Alguns perguntaram como participar da DEVCON sendo que não estarão no Japão nessa época. Ele respondeu para assistir via Zoom mesmo. Alguns exaltam a iniciativa do Nishi (como vocês sabem, eu não sou um desses). Aí tem gente pedindo pra ter jogos de lançamento para apresentar as possibilidades da arquitetura. Outros perguntando se terá suporte a HMTL5 (eu sei, é HTML5, mas eu quis manter o erro).

O Nishi disse que será possível comprar via Amazon japonesa (dá um certo trabalho comprar de lá estando aqui, mas é possível), e mais um monte de coisas.

Vamos ao blog. Vejo que o Nishi investiu muito tempo falando de política internacional: Ucrânia e Rússia, EUA e China… Mas ele falou de MSX3 e dos seus projetos.

Em 29 de junho, ele disse:

No final de julho, teremos um briefing para MSX3 para desenvolvedores de software. Parece que o número de pedidos ultrapassará 400 em apenas quatro dias após o anúncio. O lugar será fisicamente em Tóquio, não online. Depois de fazer minha apresentação por cerca de uma hora, decidi fazer uma sessão de perguntas e respostas.

Já sabemos que a data mudou (agora é 3 de setembro), mas ele quer fazer uma apresentação fechada, com assinatura de NDA e tudo. Parece que despertou o interesse.

No mesmo dia, ele disse:

Estou pensando em cerca de 18 horas por dia para finalizar as especificações do MSX3 visando a reunião de desenvolvedores de software no final de julho. Existem três objetivos para o MSX3.

A primeira é criar um sistema one-board barato que execute o Linux em uma extensão dos computadores convencionais. A tela é 2K, 4K e 8K. CD, DVD, BD, UHD BD é reproduzido quando um disco óptico está conectado. Vídeo e áudio podem ser reproduzidos conectando-se à Internet.

A segunda é a IoT. Cerca de 300 tipos de sensores Grove podem ser conectados e programados com o MSX IoT BASIC.

A terceira é a supercomputação. Um cluster menicoa cúbico no qual oito módulos ARM de 64 bits são conectados por uma rede Torus nas direções XYZ é realizado. Eu quero fazer um supercomputador útil para pessoas interessadas que nunca tocaram na história. Ninguém está fazendo isso no mundo dos computadores pessoais e smartphones. São cerca de 128 CPUs no máximo, mas gostaria de testá-lo com 1024 CPUs desde o início.

Mil e vinte e quatro CPUs. Muita coisa.

No dia 20 de julho, ele falou:

Eu odeio pagar ARM. muito alto. Os fabricantes de semicondutores estão começando a dizer. Este é um grande negócio. Uma CPU de código aberto chamada RISC V começou recentemente a atrair atenção.

INTEL / AMD, MIPS, SPARC, ARM e RISC V serão os próximos. O ARM é emocionante no mundo, mas o ARM pode perder, a menos que já exista após o ARM e o ARM tornar o preço muito mais barato. Esta é também uma batalha entre a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. Enquanto o Sr. Son for um acionista, as taxas de licença da ARM não serão baratas.

Parece que ele ouviu o que eu falei no primeiro post, sobre partir logo pro RISC-V… Seria uma melhor solução. E para quem não sabe quem é o Sr. Son, ele citou Masayoshi Son, que é o CEO da Softbank. Tem um episódio absolutamente sensacional do podcast Tecnocracia onde o Guilherme Felitti explica tudo o que você precisa saber sobre a Softbank nos primeiros 15 minutos. Se você não quiser ouvir, clique mesmo assim, tá lá todo o texto também.

E no mesmo dia, ele falou:

Estamos planejando realizar um briefing para desenvolvedores de MSX3 no dia 30 de julho. Estamos no processo de criação de um site para que você possa se inscrever online a partir de amanhã. Mas eu não sei qual será o alcance, então é imprevisível se isso pode realmente ser feito no dia 30.

O conteúdo do anúncio é o seguinte:

  • Esboço do MSX3.
  • Visão geral do MSX IoT.
  • Visão geral do supercomputador MSX.
  • Visão geral do ambiente de serviço Web MSX.

Eu estou pensando.

A segunda vez será ZOOM em inglês para o mundo.

Se você leu os posts anteriores, já sabe que não foi no dia 30, mas será no dia 3 de setembro.

Ele ainda falou isto no Twitter, outro dia:

Ou seja, o projeto seria aberto para que outros fizessem. O One Chip MSX é um caminho nessa direção, se bem que eles compraram um projeto pronto criaram, liberaram geral e a comunidade assumiu, com OCM atualizado, Zemmix Neo e outros.

E para vocês rirem…

Já tem gente dizendo que o Turbo-R foi tirado da lista porque ele “é compatível”… Hahaha!

E aí você pensará… E agora? O que eu acho? Bem, eu reitero o que falei antes, num post que eu fiz em janeiro de 2022. Para mim, enquanto MSXzeiro, muda nada. Já falei muito sobre o que eu penso sobre o Nishi, e nada mudou até aqui. Ainda o acho um megalomaníaco, descolado da realidade, com um projeto que tem tudo para dar errado… E jogar a culpa na comunidade, que não abraçou.

É fato que ele cedeu em alguns pontos: Incluiu o V9990 no projeto, mexeu em algumas coisas… Mas não acho que esse projeto seja realmente um “revival” do MSX. Há quem diga que a solução é por ARM + FPGA + um monte de USBs, que elimina a maior parte dos hardwares customizados europeus. E aí eu pergunto: Quem vai programar esse treco todo? Não serei eu.

Enfim, continuamos aguardando. Eu só fiz essa série de posts por um compromisso que a redação desse site tem com a verdade e com a informação. Minha opinião vale nada, mas eu aproveitei pra externá-la. Convido a todos que pitaqueiem nos comentários, se quiserem. Enquanto isso, vamos ver o que nos aguarda no dia 3 de setembro.

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

3 pensou em “Quinta do pitaco: Algo novo no blog do Nishi sobre o MSX 3?

  1. Seria interessante que ele liberasse tudo sobre o R800 para pudesses sintetiza-lo em FPGA. Mas não vai rolar.

    O resto é muita viagem a maionese. Quando se quer fazer um monte de coisas, acaba não saindo nada ou um pato que voa, nada e anda, nenhuma das três coisas direito.

    Ficaria feliz em algo no estilo do ZX Spectrum Next ou um cruzamento entre o SM-X com MSX VR com R800.

    1. Concordamos nisso tudo, Marcelo. Muito vapor para pouca solidez, como disse antes. A chance de flopar é muito grande, mas o ego do Nishi é ainda maior, então…

      Mas um “MSX Next” seria sensacional! 😀

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