Não era minha ideia postar isto. Fui coagido.

Estávamos conversando no chat, eu, Ricardo Pinheiro, e Giovanni Nunes. Os outros dois diretores estavam offline. O assunto era linguagem C. O Ricardo falou algo e eu respondi uma gaiatice com uma letra de música. Qual, não vem o caso. Aí começa a coação: o Ricardo quis que eu publicasse a gaiatice aqui no blog.

Eu argumentei que só tinha duas estrofes. Só admitiria publicar se estivesse completo, como aquela outra que eu fiz anos atrás e que nunca viu a luz do dia. Aquela do Raul.

Aí o Ricardo exigiu, peremptoriamente, que eu publicasse aquela. Não tive mais argumento pra recusar. Então lá vai.

Com vocês, “Eu Joguei Há Dez Mil Fitas Atrás”.

Um dia, num encontro de retrocomputação
Apareceu um velhinho
Sentou numa cadeira
Tinha um disquete de Karateka numa mão
E uma placa de TK-95 na outra
O povo olhou pra ele
Ele tirou do bolso uma ficha falsa de chumbo
E cantou uma música que contava uma história
Que era mais ou menos assim…

(REFRÃO)
Eu joguei
Há dez mil fitas atrás
E não tem jogo neste mundo que eu não saiba demais

Eu joguei
Há dez mil fitas atrás
E não tem jogo neste mundo que eu não saiba demais

Vi Space Invaders e também vi Telejogo
Vi Nolan Bushnell se inspirar e criar o logo
Eu vi o Woz sendo enganado pelo sócio
E sair cuspindo fogo

Eu vi

Clubes de Atari se espalhando pela terra
Eu vi o Crash pondo fim àquela era
Vi Jack Tramiel incendiando todo o Texas
Em oferenda ao Deus da Guerra

(REFRÃO COM CORO)
Eu joguei (eu joguei)
Há dez mil fitas atrás
(Eu joguei há dez mil fitas atrás)
E não tem jogo neste mundo que eu não saiba demais

Eu joguei (eu joguei)
Há dez mil fitas atrás
(Eu joguei há dez mil fitas atrás)
E não tem jogo neste mundo que eu não saiba demais

Vi Dr. Venom e sua armada chegar perto
Peguei opções pra poder dar um tiro certo
E o soldado se escondendo em uma caixa
Porque o Z80 era lerdo

Eu sei

Eu enterrei cartucho E.T. na ribanceira
Eu peguei jogo em locadora sexta-feira
Eu vi o pinguim correr ao encontro de sua amada
E pular de uma geleira

(REFRÃO COM CORO)

Eu vi o Castelo Wolfenstein tremer na base
Quando Hitler virou chefão de fase
E os demônios invadindo a lua de Marte
Sem que ninguém se preocupasse

Eu sei

Eu atirei em tigres espaciais às cegas
Eu vi o Larry perdido em Las Vegas
Atravessei o deserto em uma moto
Pra fazer a minha entrega

(REFRÃO COM CORO)

Te vi ganhar Nintendo em teu aniversário
Vi Master System e Mega Drive entrar no páreo
E quando Mario alucinou com cogumelos
Pegou o Luigi atrás do armário

Eu vi

Eu vi o passado ressurgir nesta era chique
Te vi perder a última vida e dar chilique
E praquele que provar que estou mentindo
Eu empresto meu joystick

Reiterando: não me culpem. Culpem o Ricardo. Especialmente se alguma alma perdida resolver gravar isso aí.

Sobre Juan Castro

Juan Castro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis – a única cujo Micro Formador não foi o MSX (e sim o TRS-80). Idealizador, arquiteto e voz do Repórter Retro. Com exceção do nome, que foi ideia do Cesar.

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  1. Eu voto para que os ouvintes do retrocomputaria usem da mesma coação para que os membros do podcast gravem essa música em coro e usem como nova abertura do programa.

    1. Olha,eu sou afinado cantando… Mas duvido que todos os outros sejam. Você quer mesmo essa tortura nos seus ouvidos? Aí vamos perder os poucos ouvintes que sobraram! 😀

    1. Voto para que coloquem um ótimo cover do Raul para cantar essa música como overlay da instrumental original e façam um videoclip com flashes dos jogos citados conforme o velhinho da cadeira conte a história.

      1. Precisamos arrumar um cover do Raul que pague esse mico por um custo mínimo. Sabe de algum? 😀