Quinta da opinião: Sobre doações a projetos.

É sabido por todos (até pelo Reino Mineral) que nós, funcionários públicos do estado do Rio de Janeiro, tivemos sérios problemas para receber nossos salários em dia, nos dois últimos anos. Nosso 13o salário de 2016 só foi pago no final de 2017, e o 13o salário de 2017 já deve ter sido pago quando vocês lerem esse post (espero).

Mas eu não vim aqui reclamar do mandatário do Estado, mas vim falar de doação.

Dízimos e ofertas

Pois então, estive pensando sobre colaborar com projetos com os quais eu sou beneficiado, mas não pago um centavo. É claro, fiz as contas, pensei mais um pouco… Como cristão, entrego 10% da minha renda em devolução a Deus, como um agradecimento a tudo que Ele faz por mim. É o famoso dízimo, tão deturpado por discursos mercenários de algumas igrejas por aí. Não se espante, igreja é quem nem jogador de futebol: Você olha aqueles que ganham muito dinheiro e acha que todos são assim, para depois descobrir que a grande maioria mal paga as contas.

Eu divido meu dízimo, parte vai para minha igreja local, parte vai para uma ONG cristã com a qual eu já trabalhei como voluntário, e uma parte eu guardo para dar ofertas e ajuda extra. Tenho uma planilha para organizar isso tudo. Mas eu nunca dei dízimo do meu 13o salário, e foi algo que aprendi com meu pai: Meu 13o não é uma renda direta, ganha com o meu trabalho. Ela me é merecida, mas não é um ganho direto. Logo, não dizimo do meu 13o salário.

Se você discorda, tudo bem, direito seu. Aí você me questiona via e-mail, nem faça isso nos comentários, é feio. Mas voltando… Resolvi então juntar o útil ao necessário, e decidi tirar 10% do meu 13o salário de 2016 (o dízimo dele) para contribuir com projetos que eu uso recursos mas nunca ajudei. Separei os valores em porcentuais, e as contribuições foram as seguintes, com as devidas explicações:

  • Projeto Lineage OS: 29,25%. O projeto Lineage OS não tem nada a ver com retrocomputação. É descendente do famoso Cyanogenmod, uma distribuição Android para vários modelos de celular e tablet. Eu uso em dois celulares e um tablet. Como sou usuário antigo, nada melhor do que dar uma ajuda ao projeto.
  • Nestor Soriano (aka Konamiman): 29,25%. Sou usuário do Nextor em todas as minhas interfaces de armazenamento de massa nos meus MSX, a saber: Duas IDE-Mapper e 2 SD/Mapper. O sistema é fantástico, o mínimo que eu posso fazer é ajudar. E ainda tem a UNAPI, para as placas de rede, e outros recursos que o Konamiman implementou… Não tem como não ajudar.
  • MSX Resource Center: 14,62%. Eu sei quanto custa manter um site no ar, principalmente um site com fórum, downloads, e tantos recursos como o MSX.org. É um site que pertence à comunidade MSX, que eu uso muito e que já teve problemas com a hospedagem. Então, mandar um dinheirinho pra eles não vai fazer falta.
  • Retrocomputaria: 20,5%. Pra alguns parece piada que eu faça uma doação para o site que eu participo. Mas como vocês já devem ter notado, o Retrocomputaria se mantém há 8 anos (completamos mais um ano no último dia 20 de janeiro) sem anúncios no site. Não temos nenhum anúncio de nenhuma espécie. Mas a hospedagem não vem de graça (inclusive agora, no final de 2018, tem renovação, lá vamos nós), ela é custeada pela venda de material do grupo MSXRio (na mesma hospedagem), logo quando você compra uma camisa, um cordão de crachá, um adesivo ou hardware que temos para vender, esse valor soma na conta para também pagar nossa hospedagem.
  • IOF: 6,38%. Porque afinal das contas, contribuições via Paypal, em euros ou dólares, gera imposto. Computei ele na conta também.

Um parênteses: Sobre nós

Há algum tempo acrescentamos uma vinheta em áudio pedindo doações para o sustento do site. Infelizmente, ninguém até agora doou nada. Pretendemos começar uma campanha no Padrim (ou Apoia.se) em breve, para que vocês possam participar com contribuições regulares e assim poderemos fornecer recompensas. Uma delas que eu penso é o acesso às pautas dos episódios passados, que é um material muito rico (modéstia à parte, nossas pautas são bem escritas, tem pauta com 15 páginas de texto!). Temos outras ideias, mas aos poucos vamos implementando.

Por ora, já que o nosso webdisaster webmaster ainda não colocou os links para doações pro Paypal e/ou Pagseguro, caso vocês desejem contribuir, podem fazer aqui (Pagseguro). Queremos ver se fazemos parcerias com algumas lojas online. Logo, se vocês acessarem essas lojas para adquirir algum produto, uma comissão nos será paga.  Mas sem banners de propaganda pulando na cara de vocês, e sem ter que manter o adblock ligado: Vamos colocar os links, apenas.

E com as novas regras do YouTube, a chance de monetizarmos algo por lá é quase nula. Eles pedirão agora 1000 inscritos, e a duras penas estamos chegando a 200…Mas não pretendemos migrar o podcast para um canal de vídeos. Somos podcasters, não youtubers. Sabemos fazer vídeo não, só editar áudio. E já tá bom.

Conclusão

Vale lembrar que ajudar projetos é diferente de comprar jogos homebrew: Os jogos eu comprei em separado, não usei esse dinheiro para isso. Separei as coisas. Mas esses são projetos que eu acho que valem a pena ajudar. Quanto aos jogos, eu vou adquirir alguns deles em download digital (como os do Kai Magazine, o Inferno e outros). Já contribui com o Nogalious, via Kickstarter.

O objetivo desse post é dar uma satisfação para vocês a respeito, e quem sabe estimulá-los a dar um trocado pra ajudar no sustento de algum projeto bacana. Tomara que vocês se animem a contribuir! Ok, ninguém aqui está nadando em dinheiro (tirando o Tio Patinhas), mas qualquer ajuda é bem-vinda. Já viram o projeto do Chibi Akuma no Patreon? Ele pede um dólar mensal de cada contribuinte, e no momento tem 9 pessoas, com 10 dólares mensais. Na boa, um dólar não pesa, você gasta isso num refrigerante num almoço. Tô pensando em dar uma força pra ele também.

Pensem nisso, procurem algum projeto e colaborem. Os desenvolvedores agradecem!

Sobre Ricardo Pinheiro

Ricardo Jurczyk Pinheiro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis. Editor do podcast, rabiscador não profissional e usuário apaixonado, fiel e monogâmico do mais mágico dos microcomputadores, o Eme Esse Xis.

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  1. Quero deixar aqui meus agradecimentos pelas centenas de horas agradáveis que passei e vou passar, pelo conteúdo de qualidade e principalmente todo o conhecimento adquirido por esse mundo retro(clássicos).

    Eu imagino o quanto e difícil e dispendioso produzir este tipo de material, reunir os participantes e montar a pauta para cada tema.

    Desejo muito sucesso a todos e continuem com este ótimo trabalho, nos mostrando o quanto devemos valorizar o passado das coisas, principalmente as pessoas envolvidas na história da retrocomputação em geral.

    Somente quando nosso país souber valorizar seu passado e todo sacrifício daqueles que realmente fizeram diferença e que com certeza o futuro pode brilhar com pessoas tao talentosas e dedicadas que no passado fizeram e fazem o que podemos usufruir hoje.

    Eu recomendo vocês criarem algum serviço de donate estilo patreon para ajudar cobrir os custos em geral e também embutir no site uma digamos “Lojinha Retro” , oferecendo diversas coisas relacionadas.

    Muito Obrigado!

    1. Obrigado pelo comentário, George.

      Sobre valorizar o passado, tem gente que supervaloriza e torna ele numa nostalgia, e senta-se olhando pra trás dizendo: “Oh, como era grande“. Não somos nós. Tem também quem ignora completamente, acha que é “coisa de velho”, o que vale é a quantidade de fps que é obtida naquele jogo ali… Bem, estamos numa onda vintage, retro, ou coisa do tipo… Bem forte. É curioso como adolescentes e jovens tem curiosidade em itens mais antigos.

      Eu fui no Museu do Videogame Itinerante (aqui no Rio), e colocaram alguns videogames, antigos e novos para que as pessoas jogassem. A maior aglomeração era em torno de um SNES, com duas pessoas jogando Street Fighter II. E não era só gente “velha”, tinha muita gente nova pagando de “sapo”. Eu joguei um pouco num PC-Engine, lembrei de quando me ofereceram um pra comprar e eu quase fraquejei e comprei… Aliás, isso rende um post, vou ver se coloco por aqui o link pros álbuns de fotos, pra vocês verem.

      Quanto ao Patreon (que na verdade será um Padrim ou um Apoia.se, nossos ouvintes estào na sua maioria aqui em terra brasilis), temos várias ideias. Deveremos implementá-las em breve (assim espero). Mas também temos que mostrar uma contrapartida, para aí ter quem irá ajudar. Meu sonho é o Retrocomputaria se pagar, e ainda sobrar dinheiro pra bancar a ida de cada uma das mentes em baixa resolução para pelo menos um encontro retrocomputacional no ano. Se obtivermos isso, teremos sido muito bem sucedidos!

      Quanto à lojinha, ela está online faz tempo. Olha o link aqui. Aproveita, passa lá e compra uma camisa. 😀

      Abraço e obrigado por sua audição!

  2. Eu tento ajudar no máximo que posso, se colocarem o Retrocomputaria no Padrim, posso contribuir.

    As minhas contribuições estão indo para o Konamito para manter o MSXBlog, faço parte do Clube WarpZone para ajudar a editora e os encontros, ajudo o Gabriel para manter o canal Toca do Tux e sou patrocinador dos canais VGDB e Hightower Branco (do amigo Betão) no YouTube e ainda ajudo no projeto MICRO80 do amigo Marcus Garrett.

    Tirando as contribuições mensais, tento participar de vários crowdfunding de jogos e hardware retro, fora as compras de jogos novos para incentivar a produção para MSX e demais consoles antigos.

    Recomendo o uso do Padrim, pois já tivemos problemas com o Apoia.se, qualquer dúvida só entrar em contato.

    Só quero agradecer pelo ótimo trabalho de vocês.

    Abraços e muito obrigado!