Um excelente adventure (e como estragá-lo)

Jimmy Maher do Digital Antiquarium (um blog que você definitivamente quer ter no seu feed) analisa Fahrenheit 451 — tanto o livro quanto o adventure para Commodore 64. (Do filme ele não fala.)

Fahrenheit-451-InicioTrecho-chave, que merece ser traduzido e lido pelo menos 8.871.262.139.851 vezes por qualquer um que tenha intenção de desenvolver um adventure com interface de texto:

“…houve um ponto em que eu estava prestes a declarar Fahrenheit 451 o melhor adventure (exceto os da Infocom) que eu já testei para este blog. Agora, não posso sequer recomendá-lo. O mais frustante é que o jogo realmente não precisa de um tratador de linguagem melhor; nenhum dos quebra-cabeças precisa de interações complicadas. Bastaria a Telarium disponibilizar o jogo para testadores por, digamos, uma semana, anotar que frases eles tentaram usar, e adicioná-las ao testador de padrões. Do jeito que ficou, parece um jogo que só foi jogado por seus criadores, que têm as palavras mágicas já gravadas no subconsciente.”

Lendo o artigo todo, o caro leitor perceberá que ocorreu aquela velha tragédia anunciada que se repete sem fim, em vários e vários produtos de várias e várias empresas: Tem que botar essa $#%§*£ na rua no prazo de qualquer maneira!!!111!!onze!!! Aí a qualidade sofre, e coisas vão sendo cortadas. O primeiro a ser guilhotinado é geralmente o ciclo de testes.

Ah, antes que eu me esqueça: esses posts são parte de uma série que Maher está fazendo sobre adventures da Telarium. Além deste, ele fala de Rendezvous with Rama, Dragonworld, Amazon (não confundir com Amazônia do mestre Renato Degiovani) e Shadowkeep.

Sobre Juan Castro

Juan Castro é uma das mentes em baixa resolução que compõem o Governo de Retrópolis – a única cujo Micro Formador não foi o MSX (e sim o TRS-80). Idealizador, arquiteto e voz do Repórter Retro. Com exceção do nome, que foi ideia do Cesar.

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  1. Há um comentário sobre este problema de parser feito pelo Carrington Vanston no primeiro episódio do podcast dele, o 1MHz, sobre o Tass Times in Tonetown. E o povo da Infocom sofisticou ao máximo estas coisas do parsing, permitindo análises de até 4 palavras (em micros de 8-bit!!!!).